A Bruxa - EM REVISÃO

Capítulo 11

(Wake me up!)

Wake me up inside

(I can't wake up!)

Wake me up inside

(Save me!)

Call my name and save me from the dark

(Wake me up.)

Bid my blood to run

(I can't wake up.)

Before I come undone

(Save me.)

Save me from the nothing I've become

Bring me to life!*

     Os dois já estavam na estrada desde que o sol tinha subido. Markus ia na frente e Syrena ia logo atrás lendo seu livro. Porém as palavras se recusavam a aparecer para ela com a nitidez com a qual costumavam aparecer. Provavelmente devido ao rumo dos seus pensamentos.

     Sim. Você é ciumento. Ela pensou sorrindo internamente. Quando não concentrada completamente nele, ele se recusava a lhe mostrar seus segredos. E Deus sabia que no momento sua mente estava em um lugar muito diferente do livro. Mais precisamente no homem que cavalgava à sua frente.

     Sentindo o rosto ficar quente com as lembranças Syrena recordou da noite passada quando teve que tirar a camisa do guerreiro e ver pela primeira vez o corpo de um homem. Sim, o destino havia escolhido um ótimo exemplo para ser o seu primeiro. Mesmo machucado o corpo de Markus era surpreendentemente belo e forte. Muitos músculos cobertos por uma pele extremamente bronzeada e maltratada. Ela havia ficado feliz por ele fingir estar dormindo enquanto ela o curava porque tinha a sensação de que não conseguiria terminar o trabalho tendo aqueles olhos amarelos fixos nela.

      -O que tem de tão interessante nesse livro? –Markus a arrancou dos seus pensamentos com a pergunta.

     Um súbito pânico tomou conta do corpo da garota e ela ergueu a cabeça com os olhos arregalados, porém o guerreiro permanecia de costas para ela com a atenção fixa na estrada afrente. Teve que lembrar a si mesma que a única psíquica ali era ela, logo ele não poderia saber o rumo vergonhoso dos seus pensamentos.

     Como ela não respondeu, Markus passou a cavalgar mais devagar acompanhando o ritmo da égua de Syrena. Quando tentou tocar o livro aberto sob o colo da garota, o mesmo se fechou imediatamente, chocando-o.

     Syrena olhou-o de lado erguendo uma sobrancelha, mas por dentro estava rindo da sua expressão de espanto.

     -Ele não gosta de ser tocado, então se não se importa...

     -Como assim "Ele"? Sabe que está falando de um objeto e não de uma pessoa não é?

     Como se já não fosse o suficiente, a capa do livro se enrugou e mesmo fechado algumas folhas saíram como e fossem dentes. Syrena sorriu acariciando a capa sentindo o couro vibrar e olhou para Markus com ar de repreensão.

     -Você o magoou.

     -Essa coisa não tem sentimentos. –Ralhou.

     -Não é porque você não vê que não está lá. Um pouco de fé não faz mal sabia?