Syrena não planejou fazer uma entrada triunfal no salão, porém não teve tempo para conter-se. Empurrando as duas portas ela entrou como um furacão no lugar. Todos ali dentro desviaram a atenção da mesa de planejamento e a fitaram, as expressões confusas passando para espantadas.
-Syrena? –O rei bradou aliviado e surpreso ao mesmo tempo. –Você está viva!
-Por favor me digam que estão prontos. –Ela pediu ofegante, sua voz falhando.
-O que...
Ela se juntou a eles ao redor de uma grande mesa redonda, ignorando todos os olhares na sua direção (um olhar em especial) e apontou para a cidade de Kingshale. Não sabia como, mas tinha certeza de que eles estavam atravessando suas fronteiras naquele exato momento.
-Eles estão vindo, e são muitos.
-Estaremos prontos. –Gael falou firmemente. –O tempo que levarem para chegarem até aqui é mais do que o suficiente para evacuarmos o resto da cidade. Seria inteligente colocar tropas de vigia á oeste e...
Enquanto ele vomitava uma informação atrás da outra Syrena acabou olhando para Markus, e o que encontrou ali a fez quebrar. Ele estava oco, seu olhar desprovido de vida e a expressão tão sombria quanto a de um mercenário.
Ah meu querido, o que foi que eu lhe fiz...
Não houve tempo para eles conversarem naquele dia pois as estratégias de batalha tomaram todo o tempo. Era meia noite quando Syrena foi para o seu quarto. Tomou um banho quente, vestiu sua camisola mais confortável, mas nem isso a fez relaxar da tensão que pesava sobre os seus ombros. Ela sentia como se carregasse uma montanha nas costas, e para piorar, tudo estava seguindo exatamente o curso de sua visão. Ela estava de volta ao castelo, e em três dias por volta de duas horas antes do pôr do sol o exército de Bloodworth atacaria a cidade.
Depois de uma hora rolando na cama ela vestiu seu robe e saiu do quarto para tentar espairecer um pouco. Quem sabe com uma caminhada ela acabasse se cansando...
Quando já estava na sua terceira volta pelo corredor ela esbarrou em um corpo grande e o contato faz os cabelos de sua nuca arrepiarem. Estava ali, seu poder, sua magia... a metade que ela havia voluntariamente entregado ao homem pelo qual havia se apaixonado... junto com o seu coração.
Markus se virou bufando como um touro, os músculos rígidos e o maxilar cerrado indicando o quão tenso estava. Imediatamente Syrena percebeu o erro que havia cometido. Ao dar sua magia para que ele ela havia ligado os dois. Aquilo era demais para um humano sozinho aguentar.
-Você não está bem. –Observou preocupada.
Ele riu com escárnio e o som lhe causou calafrios na espinha. A hostilidade e frieza exalando dele eram tão grandes que tornavam o ar ao redor dele expeço. Ele estava com raiva dela, mas acima de tudo, estava extremamente magoado.
-Claro que eu não estou bem. –Falou colérico enquanto apalpava o peito controlando sua respiração. –O que você fez comigo?
Ela hesitou em lhe contar temendo que o deixasse ainda mais irritado, mas depois de tudo que ela lhe havia feito ela decidiu que ele merecia saber a verdade.
-Eu não podia arriscar que eles conseguissem o que queriam. Precisava de você...
-Para me usar não é? –Ele concluiu e quando ela não disse nada ele riu com desdém. –Inferno, é só pra isso que eu sirvo. Mas eu fico feliz em lhe ter sido útil Clareza.
-Não me chame assim. –Pediu franzindo a testa. Nunca mais queria sequer ouvir aquele nome em toda a sua vida.
Markus ergueu as mãos em um gesto de falsa inocência com seus lábios formando um sorriso maldoso.
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A Bruxa - EM REVISÃO
FantasiPLÁGIO É CRIME °Postagens toda Segunda-Feira °Prólogo já disponível °Capa feita por @FernandaRaquel3 18/06/2018 - 3° lugar em #vidente 18/06/2018 - 2° lugar em #vidente Syrena é uma refugiada de um povo completamente dizimado. Vivendo escond...