Quando nos aproximamos da entrada de Bloodworth eu senti um calafrio subir pela minha espinha. Um pressentimento tomou conta do meu corpo, e não era do tipo bom.
-Fique atrás de mim. –Markus sussurrou segurando o meu braço.
Só pude anuir e ficar o mais próximo possível dele já que, por mais que eu não quisesse admitir, eu estava com medo e ele me trazia conforto. Sentia que ao seu lado nada de mal me aconteceria mesmo que soubesse que aquele sentimento era ilusão. Ás vezes precisamos nos iludir.
O nevoeiro não nos ajudava a enxergar muito a nossa volta, porém Markus seguia o caminho com confiança em seus passos. Quisera eu ter tanta confiança assim, mas ao invés disso estava encolhida como um rato sem cauda. Vergonhoso.
Uma sobra a nossa direita chamou a minha atenção e eu fiquei tensa, Markus por outro lado desembainhou sua espada e ficou em posição de ataque. Porém eu sabia que era inútil. Quem nos observava não iria nos ferir, pelo menos não a mim. E ele não conseguiria chegar a Markus sem ser reduzido em pedacinhos.
Lá estava ela de novo... aquela maldita conexão.
Do meio da névoa saiu uma mulher já de idade avançada, de pele negra e cabelos presos no alto da cabeça. Seu olhar na minha direção era perspicaz.
-Clareza, vejo que o rei de Ilíria foi sensato em sua decisão. –Falou, sua voz como veludo acariciando a pele porém nem Markus nem eu nos deixamos enganar. Muitas vezes o veneno de uma cobra entorpece antes de matar.
Ergui a cabeça e forcei minha voz a ficar firme.
-Eu vim conversar.
-Claro. –Sorriu largamente juntando as mãos na frente do corpo. –Há muito o que planejar, e vossa Clareza de certo há de querer conhecer seu noivo...
-Chegaremos aí. –A interrompi quando todo o corpo de Markus ficou tenso. Pude jurar que o ouvi rosnar.
Fiquei preocupada com a quantidade de agressividade exalando dele. Com certeza queria fazer a senhora em pedaços e bom, aquilo não ajudaria ninguém. Segurei sua mão e a apertei de leve. A mulher no entanto o olhou como se olha algo nojento que sujou a sola do seu sapato.
-Você pode voltar de onde veio. Não é mais necessário aqui.
-Tenta me fazer ir.
-Ele fica. –Falei dando um passo à frente.
Se uma coisa eu tinha entendido ali era que eu era a autoridade, então a minha palavra valia sobre a de qualquer um. Afinal, teriam que obedecer e respeitar a sua futura "matriarca" não? Não que eu tivesse a mínima intenção de ser aquilo.
Com uma careta de desgosto a mulher anuiu e colocou as mãos para trás.
-Como quiser Clareza. Sigam-me.
~*~
-Você está bem?Da confortável cama onde eu estava, ergui o olhar para Markus que me encarava preocupado. Ficamos separados por algumas horas enquanto éramos "purificados" para não contaminarmos o lugar. Eu achava aquilo bem inútil pois as vibrações daquela vila eram negativas o suficiente para torna-la pútrida. Porém aquilo não me incomodava, aquele foi o meu melhor banho em dias mesmo que fossem desconhecidas a me banharem. Não, o que realmente me incomodou foi o fato de ficar longe de Markus. Foi a primeira vez em dias que nos distanciamos por tanto tempo. Acho que me acostumei a sua companhia mais rápido que o planejado (não que eu tivesse planejado aquilo).
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A Bruxa - EM REVISÃO
FantasíaPLÁGIO É CRIME °Postagens toda Segunda-Feira °Prólogo já disponível °Capa feita por @FernandaRaquel3 18/06/2018 - 3° lugar em #vidente 18/06/2018 - 2° lugar em #vidente Syrena é uma refugiada de um povo completamente dizimado. Vivendo escond...