Syrena notou que tinha alguma coisa errada quando sentiu mais uma presença no quarto, para ser mais exata, ao lado dela na cama. Ela abriu os olhos e se viu abraçada ao braço forte de Markus, que estava deitado ao lado dela na cama.Espantada ela se afastou bruscamente acordando-o no processo. Como ele tinha parado na cama dela? Será que ele tinha se aproveitado do seu sono para... Não. Ela preferia acreditar que ele não seria capaz daquilo. Mas o que quer que tenha acontecido aquilo não era decente. Ele era um homem e estava no seu quarto, na sua cama, com ela vestindo apenas uma camisola. Quão inapropriado era aquilo?
-C-como... Como... -Ela se parou e respirou fundo tentando acalmar os seus nervos. -Você dormi aqui?
Markus bobocejos esfregou o rosto antes e se concentrar nela.
-Você teve outro pesadelo. Eu ia te acordar mas quando te segurei você se agarrou ao meu braço e se acalmou. Tentei sair várias vezes no meio da noite mas você não me soltou então pra não te acordar eu fiquei aqui. -Franziu a testa. -Eu não fiz nada se é isso que a preocupa.
Ela abriu a boca para responder quando notou as marcas de unha no seu antebraço. Eram dez, fundas, inchadas e avermelhadas.
-Meu Deus. -Murmurou espantada se aproximando e segurando o antebraço com cuidado. -Me desculpa por isso. Eu não tenho nem como dizer o quanto eu estou envergonhada.
-Tudo bem. -Fez pouco caso disfarçando o quanto a súbita proximidade dela o estava afetando. -Pelo menos você não colocou fogo no palácio.
Essas últimas palavras a fizer suspirar enquanto se afastava dele. Agora ela pouco se importava se ele a via ou não de camisola. Já tinham cruzado vilas inteiras apenas dos dois, ele já havia visto com pouca roupa e já haviam dormido juntos. Sem contar no beijo que trocaram, o qual ele certamente nem deveria se lembrar. Se "inapropriado" fosse uma linha invisível, ele já haviam cruzado e ido bem além. A constatação daquilo a fazia corar violentamente. Ela nunca havia parado para pensar no assunto até o momento.
-Eu estava pensando no que sobrou do povo de Bloodworth. -Falou andando de um lado para o outro para se livrar daqueles pensamentos. Quando olhou na direção de Markus ela ficou feliz por ter conseguido a sua atenção. -Precisamos fazer algo a respeito disso. Não podemos simplesmente deixa-los ao alento agora que todas os seus homens... -Engoliu em seco. -Eu sinto que é a minha obrigação cuidar deles.
Markus franziu a testa.
-Você não está pensando em... -Quando ele olhou nos olhos dela e recebeu a confirmação ele negou com a cabeça e se levantou da cama. -Nem pensar.
-Eles precisam de mim Markus. Eu fiz uma promessa e depois do que eu fiz eu tenho uma obrigação ainda maior com eles.
-Sua única obrigação é aqui com o seu povo.
-Eles também são o meu povo. Eu senti... Ainda sinto aqui. -Levou a mão até o peito. -Não posso deixa-los.
Markus observava o seu semblante de dor completamente descrente. Obviamente ele não entendia. Não havia visto aquela parte boa e altruísta que ela dizia existir entre as pessoas daquele lugar amaldiçoado, apenas viu o caos e o ódio doentio.
-Tem que haver uma outra saída.
-E tem, mas até que pensemos nela eu vou ficar com eles. -Ela deu a palavra final.
Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos mais crescidos do que ele gostaria. Não iria continuar discutindo porque da última vez que havia feito algo do tipo ele havia sido enfeitiçado. Estava óbvio que Syrena sentia culpa pelo que fez, mas aquilo não significava que ela precisava ser tão drástica a ponto de ir morar em outro lugar.
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A Bruxa - EM REVISÃO
FantasiaPLÁGIO É CRIME °Postagens toda Segunda-Feira °Prólogo já disponível °Capa feita por @FernandaRaquel3 18/06/2018 - 3° lugar em #vidente 18/06/2018 - 2° lugar em #vidente Syrena é uma refugiada de um povo completamente dizimado. Vivendo escond...