Conforme eu marchava pelos corredores do palácio eu sentia a inquietação no meu peito aumentar. Era como se fosse uma vibração, uma explosão de energia que não me deixava ficar parado.E a minha mente estava uma bagunça.
Syrena... aquela bruxa maldita! Eu juro que conseguia senti-la na minha cabeça, observando minhas memórias como se fosse uma testemunha ocular de cada coisa que aconteceu.
E por mais que eu a odiasse, eu me odiava ainda mais. Me odiava por naquele momento sentir vergonha dos meus atos no passado quando sempre me orgulhei deles, e acima de tudo, me odiava por querer voltar para perto dela.
Mas não era só questão de querer, era questão de precisar. Depois que ela colocou aquela droga em mim eu sentia como se precisasse estar perto dela constantemente, só dessa forma eu sentia a agitação dentro de mim diminuir.
A maldita agora era dona até das minhas necessidades.
Rosnei entrando no meu quarto e fechando a porta com força. Afinal depois de tanto tempo nada havia mudado.
Eu continuava um fraco.
****
Depois de tanto planejar como seria nosso ataque e defesa enfim estávamos prontos para lutar contra os bastardos.
Eu me sentia no meu limite. Estava ciente das coisas e pessoas ao meu redor mas todo o meu corpo vibrava ansiando pelo campo de batalha. Eu precisava lutar, descarregar toda aquela energia... E não havia melhor forma que derramando o sangue do inimigo.
Lembrar de Bloodworth me fazia rosnar como se um animal dentro de mim rugisse por libertação. Eu mal via a hora e empalar o maior número de bastardos que conseguisse.
Naqueles dias que haviam se passado eu não havia voltado a ver Syrena. Estava evitando até mesmo pensar nela, mas a necessidade de vê-la era quase esmagadora.
Eu estava (talvez pela enésima vez naquele dia) tentando tira-la da minha cabeça quando as portas do salão se abriram e como se tivesse sido chamada pelos meus pensamentos Syrena entrou com a cabeça erguida e o semblante abatido.
Eu ainda não estava acostumado a vê-la sem os mantos. O vestido com os ombros caídos e decote discreto mostrava muito da pele para quem quisesse ver. As tatuagens enfeitando a pele de porcelana e os cabelos (talvez pela primeira vez) presos no alto com alguns cachos grossos caindo sobre os ombros. Seus olhos eram como uma doce miragem e eu rapidamente desviei o olhar quando senti meu coração traidor bater mais forte no peito.
-Eles estão mais perto. -Avisou entrando. -Está tudo pronto para irmos?
Nessa hora eu virei a cabeça na sua direção, mas me serviu de consolo que todos os outros fizeram o mesmo.
-O que disse? -Perguntei junto com alguns outros.
-Preciso saber se está tudo pronto para...
-Você não vai. -Darius falou e quando ela fez menção de discutir ele ergueu a mão negando com a cabeça. -Sem chance Syrena.
Vi seu rosto ficar vermelho e já estava prevendo um ataque. Ela podia até ser bem madura, mas no fundo não passava de uma garota que mal havia acabado de sair das fraldas.
-Sou a melhor chance de vitória de vocês. -Ela falou entredentes.
Wilslley bufou revirando os olhos.
-Você confia tanto assim na nossa força?
Ao ouvir essas palavras o semblante de Syrena suavizou, porém ela continuava convicta.
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A Bruxa - EM REVISÃO
FantasiPLÁGIO É CRIME °Postagens toda Segunda-Feira °Prólogo já disponível °Capa feita por @FernandaRaquel3 18/06/2018 - 3° lugar em #vidente 18/06/2018 - 2° lugar em #vidente Syrena é uma refugiada de um povo completamente dizimado. Vivendo escond...