Epílogo

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Syrena estava acabando de se banhar quando a porta do quarto abriu abruptamente. Depois de um pequeno sobressalto ela acabou sorrindo ao ver Markus parado na porta, porém seu sorriso morreu ao ver a expressão no seu rosto.

-Ei... O que houve meu amor?

Ela já ia se levantando quando Markus se adiantou e avançou contra ela após trancar a porta. Segundos depois ela foi retirada da água e se encontrava envolvida por aqueles braços enormes.

-Espera... Eu estou ensopada! -Riu quando ele a carregou para a cama.

-Detalhes, detalhes. -Resmungou brincalhão subindo em cima dela e a imobilizando com o seu corpo.

Mas Syrena não se deixou enganar, algo angustiava o seu marido. Porém no momento ele precisava do calor que ela tinha a oferecer, e ela o deu de bom grado.

Em poucos minutos as roupas de Markus já estavam fora da equação e enquanto os dois se beijavam ela sentia a tensão deixar seu corpo dando lugar apenas a luxúria. Nunca se cansaria daquilo. Nunca se cansaria das sensações que percorriam seu corpo a cada vez que era penetrada por ele. O calor de seus corpos juntos, a combinação de movimentos... Era simplesmente mágico.

Quando terminaram, ambos caíram de costas na cama tentando acalmar suas respirações, porém Syrena não ficou muito tempo longe de seu marido antes que ele a puxasse para os seus braços novamente, o que ela fez de bom grado.

-O que houve? -Sussurrou brincando com os pelos do seu peito.

O seu suspiro pesado já lhe deu uma vaga ideia do que estava por vir.

-Ele está piorando.

Syrena fechou os olhos. Haviam se passado três anos desde que havia se casado com Markus, e tudo correu muito bem até um ano atrás quando o exército de nômades tentou invadir o castelo. O exército de Ilíria havia conseguido intercepta-los, mas não antes de invadirem o castelo. Feriram o rei e quase mataram Seth, mas Markus cuidou deles enquanto Syrena fugia com o rei e o príncipe através de um portal. Ela conseguiu curar Marklon fisicamente, porém a mente havia sido afetada e ela não conseguia nem mesmo entrar na sua cabeça sem ficar perdida entre a loucura e a realidade. Os dois faziam.sessões constantes para chama-lo de volta a sanidade mas nada parecia adiantar, e enquanto ele estivesse incapacitado Ilíria estava nas mãos do seu conselho de cavaleiros.

Eram tempos sombrios aqueles.

-Eu odeio vê-lo assim. -Ela resmungou se aconchegando mais a ele. -Não é justo. Ele deveria me deixar...

-Todos vimos o que aconteceu da última vez que você tentou ajudar. Aquilo não vai se repetir. -Markus a cortou e soltou um suspiro de derrota. -Eu só queria poder fazer algo.

-E você pode. Cuide do seu irmão. Guie-o. É o que seu pai gostaria que fizesse.

-Não sei se sou a pessoa mais indicada para fazer isso.

Syrena se afastou apenas para olha-lo nos olhos. Com o passar dos anos ele havia deixado seus cabelos crescerem e sua barba estava por fazer. Ele era um homem, um guerreiro... e ela o amava tanto. Mas muitas vezes ele tinha dificuldades de ver suas qualidades e era necessário que ela o levasse à realidade.

-Você é um guerreiro. Enfrentou o mundo sozinho, voltou da morte...

-Graças a você.

-E tem várias coisas boas para passar adiante. -Ela continuou o ignorando. -E o mais importante... -Tocou seu rosto. -Você é a família dele, e ele precisa de você.

Markus fechou os olhos apenas aproveitando o seu toque. Devido aos acontecimentos do último ano os dois não ficavam juntos como no começo de tudo, e ele queria prolongar ao máximo aquele momento.

-Por que sempre tem que estar certa? -Sorriu abrindo os olhos.

-Nem sempre estou certa. Apenas na maioria das vezes. -Ela brincou e beijou seus lábios preguiçosamente. -Eu te amo.

Ele a puxou para mais um beijo e todas as preocupações se foram. Enquanto estivesse com ela, não importariam as provações, as coisas terminariam bem.

-Eu também te amo. -Disse e começou a acariciar dos seios até a barriga dela. Foi quando notou algo. -Essa é nova. O que significa?

Syrena baixou o olhar até o pequeno botão de rosa no centro do seu ventre. Franziu a testa. Não prestava muita atenção aos símbolos do seu corpo, afinal, eram tantos. Mas se Markus havia dito que era nova, então era nova. Ele havia esquadrinhado cada uma delas (com os dedos e com a língua) e sabia dizer exatamente qual a ordem delas.

-Não a tinha visto ainda. -Deu de ombros e envolveu o pescoço dele com os braços. -Não faço a menor ideia, mas não deve ser importante.

Mas nove meses depois quando aquele botão de rosa floresceu eles descobriram que era importante sim. Mas isso é outra história.

A Bruxa - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora