- A colisão com o concreto foi muito forte. - o medico estava totalmente alheio, e frio.
Sempre fui meio esquentadinho.
- fale logo como ela está! - disse já entrando em desespero.
- podem haver sequelas, quando ela acordar. - eu abaixei a cabeça, oque dizer nessas horas?
A avó perguntou se poderia vê-lá e ele permitiu.
Logo depois, eu entrei.
Beijei seu rosto e o toquei, queria que ela sentisse que eu estava ali, que ela não poderia ficar mal muito tempo, peguei a palma da suas mãos e orei, sim, pedi a Deus que ele não a levasse embora.
As vezes não estendemos os planos de Deus.
Dois dias dias se passaram, e eu passava a noite sentado ao seu lado, ficava lá, algo de errado com os aparelhos e eu infantaria.
Ela não corria mais risco de vida, estão as pessoas poderiam ir vê-lá, muitas pessoas orando pôr ela.
Eu estava feliz, minha princesa era muito amada, quando ficamos sós, eu fiz outra oração, com tanta fé, arranjei uma fé que não tinha.
E eu sei, Deus né confirmou.
- vai ficar tudo bem princesa. - sussurrei e fui embora, amanhã teria um longo dia de faculdade.
(...)
Me sentei na cadeira, no refeitório com Oliver, Thay estava fazendo alguma coisa, do outro lado do mesmo.
- eu estou tão faliz com a Thay, você sabe, não sou muito dado a relacionamentos sérios. - disse olhando-a de longe, apaixonado.
- sabe, Thay é meio estranha, mas acho que baba não é sexy -ele bufou - eu fiquei surpreso no dia daquela cena ridicula. - ponderei, ele bateu a mão na cabeça com vergonha
- quase magoei ela, por que nos beijamos antes daquele dia, e ela estava meio que se sentindo usada - deu de ombros
- claro, Thay é muito romântica, chega a ser fofo.
- é, e tipo, ela não merecia uma cara como eu, pegador.
- cara, só depende do que vai se tornar agora, e não vacilar com a minha irmã, se não eu arranco seus olhos e brinco de gude com eles. - ele riu
- valentão, morrendo de medo- eu ri, mas tinha falado sério sobre ele não magoar Thay.
Não magoa-lá sem querer, minha irmã merece todas as flores do mundo.
- e a Blue cara? - só de me lembrar já me sentia triste, saudades dos seus olhos vibrantes, da sua vitalidade e de estar sempre comigo.
- por que você lembrou ele Oliver? - Thay murmurou se sentando ao meu lado.
- não, eu tô bem, eu sei que ela vai acordar em breve, e eu vou pedi-lá em namoro - Thay me abraçou
-Mas como foi esse acidente afinal? - a mesma questionou
- parece que ela estava indo pra algum lugar, pegou um moto táxi, que foi fechado por um carro, o motorista tinha bebido, então ela caiu da moto junto com o motorista. - eu olhei ela nos olhos
Levantou e foi até o namorado, e o beijou.
- Oliver ridículo- ela se encostou nele
- otária. -fiquei só olhando a brincadeira deles
- idiota - iam se chingando e se abraçando mais, apaixonados.
- minha florzinha. - ele deu um selinho nela.
- vomitei, tchau. -.disse levantando
- vou passar na sua casa mais tarde, esteja lá- Thay disse alto para que eu pudesse ouvir.
Olhei pra trás, eles eram fofos juntos, mas meu ciúmes não permitia falar isso em voz alta.
(...)
Estava conversando com Liza, ela parecia meio triste hoje.
- Liz? - eu estava tentando fazer uma intimidade, pra falar de Jesus de uma maneira mais profunda ela precisaria se abrir...
- há Lorham- ela me abraçou comecei a checar se estava tudo bem, parecia meio quente - sinto muito, achei que você era metido, mas você só estava apaixonado, eu sinto muito pela Nathalie.
- você chama ela de Nathalie? -Eu sorri não estávamos mais abraçados
- todo mundo chamava antes dos pais dela morrerem, era Nat, na verdade - imaginei alguém gritando Nat e ela olhando pra trás.
- Quando eu estava perdido, usada por Deus, ela me salvou,ela me fez acreditar e por isso eu não morri, por que eu pedi a Deus que se ele existisse e me amasse como a garota falou, me salvasse, nunca falei isso a ninguém- corei um pouco
- nossa, sabe, eu preferia que meus pais tivessem morrido - ela murmurou enquanto começavamos a arrumar algumas coisas que um funcionário disse que era pra repor.
- quer conversar? Oque aconteceu com eles Liz? - questionei sem olhar em seus olhos, para não amedronta- lá
- nunca conheci minha mãe, ela era uma prostituta que simplesmente me teve e me anbandonou em algum lugar, o cara que cuidou de mim que eu chamava de pai, ele me batia e me fazia de sua empregada desde muito pequena,um dia ele começou a trazer caras lá pra casa, eu só tinha treze anos... - sua fala tremeu, eu a abracei e a deixei chorar.
Precisamos chorar pelas coisas que nos machucam, caso contrário, isso fica preso, é agoniante.
- eu só tinha treze anos Lhou- eu coloquei os últimos três cremes e a puxei pra um lugar mais reservado.
- abusaram de você? - Meu peito estava molhado com suas lágrimas
- várias vezes, eu não conseguia me defender nunca, até que um dia ele deixou o telefone a toa e eu pedi socorro. Ele está preso agora. - eu a afaguei
- tá tudo bem Liz, eu estou aqui pra te defender - ela abaixou a cabeça um pouco, encostada ao meu peito.
- vocês estão namorando no fundo da loja? - questionou a gerente, até ver que era eu.
- ah, Lhou desculpe, algum problema ai? - Meneei a cabeça
- daqui a pouco eu subo, super rápido - graças a Deus minha gerente era compreensiva.
- antes de eu ter nove anos eu já era abusado pelo meu pai, ele ia no meu quarto e me machucava, mas sabe, Jesus me ajudou a superar o trauma, quando eu não era cristão eu usava as garotas, do mesmo jeito que eu iria usar você, já que você se ofereceu pra mim, caso Jesus não tivesse me mudado...
- agora vocês tem que subir mesmo, o mercado esta lotado. - disse a gerente saindo novamente.
Limpei as lágrimas de Liz, e beijei seu rosto.
Essa conversa teria que esperar mais.
" não me matem, até depois de amanhã, beijo amoras "
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Pedaços de um coração partido
EspiritualEssa é a historia de Lorham, um garoto aparentemente comum, porém escondia várias marcas, não só externas, marcas na alma de um passado frio e solitário, onde ele estava perdido e imerso numa solidão constante, e mesmo assim ainda sorria e fingia q...