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2017
Lorham olhou pelas persianas do segundo andar, numa janela localizada em frente ao quarto de sua irmã, Nickola provavelmente estaria dormindo, ele observou um pouco as pessoas no passeio.
- vai se atrasar pra faculdade - sua irmã de 14 anos murmurou, enquanto saia para se arrumar, ela estudava perto, enquanto Lorham teria que pegar um ônibos para o outro lado da cidade.
- é, não estou afim de assistir a aula de Laboratório Avançado P&B. - ela deu de ombros e desceu as escadas.
Nathalie. Esse nome veio em sua mente suave...
Lorham suspirou, entrou em seu quarto, tomou uma chuveirada e saio se vestindo rapido, seu corpo era todo marcado com cortes profundos, graças a Deus não tinha esclerodermia, caso contrario, seriam ainda mais feios os cortes, já vestido, colocou um capote habitual, e foi andando, iria de ônibos, não dirigia a muito tempo.
Parou perto de Nickola, deu um beijo em sua testa de um jeito carinhoso, e afagou sua franja.- Se cuida praga. - lhe lançou um sorrisinho
- Idem pimpolho. - juntou dois dedos, e encostou na testa em sinal de respeito, Lorham bateu a porta, e checou o relogio.
Mais atrasado que o previsto. Droga.A parte do seu dia mais calma, quando ele estava com seus fones, e não fingia ser algo que ele não era. Apenas escutava musica, pra esquecer os seus demônios, até chegar no seu ponto e o sorriso forçado surgir como se não o fosse.
(...)
- cara, você tem que parar de chegar atrasado. -Oliver disse imerso num livro do Scott Westerfeld.
Já era intervalo, desde que chegará as aulas não haviam parado, e agora ele estava ouvindo a bronca de seu amigo enquanto comia.
Ele olhou pro lado, Thalia já chegava fazendo tumulto..- Menino tá uns mil graus lá fora pelo amor de Deus...
Todos já estavam acostumados a ver Lorham todo vestido, ele ate já mostrara o braço, porém uns meses depois o cortou também, e agora não poderia provar mais nada.
Era algo que não conseguia controlar, as memorias de um Lorham pequeno matando o proprio pai, e o rosto de sua mãe que não acreditara nele, Nickola ficou muito tempo sem falar absolutamente nada, mas o pisicologo a ajudou.E ele só sabia se culpar, até hoje.
- Lorham ! - Thalia havia falado num tom bem elevado, o tirando de seus terriveis pensamentos, fazendo uma ou outra pessoa virar o rosto para nós por meio segundo.
- o que? - ele sorriu devagar encarando sua amiga.
- você fica viajando, ainda bem que parou de beber Lhou - ela sorrio.
Lorham lembrou do seu acidente de carro, em que quase morreu. E pensou, "por um misero triz"
A verdade é que não aguentava mais viver com o peso de ter destruido sua propria familia, ele foi um garoto mau.Da faculdade, foi para seu emprego como repositor na rede de supermercados da familia Curly, colocou sua blusa e comecou a organizar suas prateleiras, no horario vago jogou um pouco de conversa fora.
Nada demais, sua vida nao era nada demais, faculdade, trabalho, casa.- Eii Lorham - uma das funcionarias o chamava, o nome dela era Lizzie, alta com cabelos longos e cacheados.
Lorham levantou os olhos como se dissesse "diga"
- vem cá - ele a seguio até o balcão - o carrinho dessa senhora quebrou, pode ajuda-lá com as compras?
Lorham fez que sim com a face, e já foi pegando as sacolas. A senhora sorrio.- sempre quis ter um neto - um jeito meio estranho de iniciar uma conversa, pensou Lorham.
- a senhora nao tem? - era obvio que não, Lorham odiava perguntas logicas, porém ele estava conversando com uma senhora, não com a diretora da sua faculdade.
O garoto achava que ainda estaria longe, quando a senhora parou na frente de uma porta branca.
- só tenho netas - repondeu com o carinho de uma idosa fofa - Blue - ela gritou baixo.
Dois minutos depois, uma garota ruiva abriu a porta.
- não levou a chave de novo - sua avó sorriu, ela ergueu o olhar para Lorham, um
Garoto encapotado.Ele ajudou a colocar as coisas lá dentro, e seguio seu caminho para seu resto de dia no mercado.
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Pedaços de um coração partido
SpiritualitéEssa é a historia de Lorham, um garoto aparentemente comum, porém escondia várias marcas, não só externas, marcas na alma de um passado frio e solitário, onde ele estava perdido e imerso numa solidão constante, e mesmo assim ainda sorria e fingia q...