Capitulo quatro

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Flashback on

A chuva estava caindo forte sobre nós, mas não nos importávamos mais. Ele me acariciava de uma maneira fraterna. E meu choro era abafado se misturando com a chuva.

— Shh! Se acalme meu anjinho. Já acabou, ele foi embora e não lhe fará mais mal eu prometo!— ele me deu um beijo na testa.

— E-Eu tentei, mas ele...era mais forte!— minha voz sai trêmula, desesperada e minhas pernas estão bambas.

Eu e Dylan estávamos no meio da rua então entramos em sua casa. Ele me põe em sua cama com cobertas e se deita ao meu lado, me abraçando. Adormecemos assim.

Flashback off

— Ei, Liza, acorda!— escuto uma voz familiar em um sussuro.

—Hmm...

— Sou eu...— abro os olhos com cuidado e sinto a ardência e o inchaço.

— Minha cabeça dói demais, Frank?! O que faz aqui ?— me assusto ao ver meu ex bem ali na minha frente. Eu não o via desde o funeral há alguns dias.

— Eu vim ver como você está, afinal...— ele engoliu em seco e eu me sentei na cama.— Liza, você mudou de escola, não atende as ligações de ninguém, os seus amigos estão preocupados com você, sabia ?!— ele disse com calma e não respondi.— Hmm...

Ele começou a fazer cosquinhas em mim com a esperança de me fazer rir e conseguiu. Eu dei risos fartos pela primeira vez desde o desastre.

— Para, por favor Frank para!— eu peço em meio às risadas e ele se deita ao meu lado na cama.— seu bobo.— dou um riso sarcástico e um tapinha em seu braço.

— É tão bom vê-la sorrindo, oh Liza!— ele me encara e suspira— nós já o perdemos, não podemos perder você também, volta por favor! Eu sinto tanta falta do nosso namoro, das risadas como essas agora.— ele senta na cama gesticulando e eu me levanto fazendo cara de desgosto.

— Não estou gostando do rumo dessa conversa Frank.— falo andando em direção a minha escrivaninha chegando lá pego um copo que ainda contém um pouco de whisk e bebo.

— O que é isso Liza?— ele me olha com preocupação.

— Isso o que ? — falo com desdém.

— Na sua mão Liza— a voz dele se altera e ele vem em minha direção pega o copo e vejo sua expressão mudar para raiva. — Você se tornou uma bêbada Liza, presta atenção.— ele me olha mas eu não demostro expressão nenhuma.

O silêncio se instala e eu sinto o sangue subir para meu rosto com a vergonha desse momento. Só se escutam as lágrimas involuntárias caindo, até que eu falo.

— Você não entende...— minha voz sai rouca e abafada apesar de meus esforços para parecer firme.

— Então me faça entender Liza!— ele me envolve pela cintura em um abraço singelo.— Me ajude a te ajudar, você não pode se afundar assim. Por favor Liza.— ele põe uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e acaricia meu rosto.

As lágrimas só caem e eu não sei o que dizer para ele. O som do vento do lado de fora da janela uiva e me incomoda profundamente. Se não é só uma desculpa para não ter que olhar para Frank.

— Eu...só quero ficar sozinha um pouco. Obrigada Frank mas não há nada que você possa fazer.— digo e já vou me arrumando no meio das cobertas na minha cama.

— Você o amava tanto assim?— ele perguntou cabisbaixo com sua voz fraca como se já soubesse a resposta.

— Sim...— me viro e quando ele sai batendo à porta sinto um arrepio na espinha e choro novamente.

Amores Inventados( concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora