Capitulo vinte e sete

27 5 0
                                    

Entramos em um dos quartos da boate e o som da música ao longe embala nossos pensamentos. Eu paro no meio do quarto e quando ele fecha a porta e corre os dedos pela minha pele à mostra no braço.

Ao sentir aquele toque eu não consigo pensar em mais nada da porta pra fora. A vida agora acontece aqui nesse cômodo pequeno. Ele se aproxima e seu cheiro entra nas minhas narinas me acalmando. Quando me viro para olhar seu rosto ele já está sem camisa e eu percorro seu corpo com meus olhos e em seguida com meu dedo indicador.

Ele não perde tempo e me beija com vontade, desliza as alças no meu vestido e me olha finalizando o beijo. Seu olhar me reveste como um cobertor  e eu solto um riso. Ele chega bem perto do meu ouvido e fala algo que eu não consigo decifrar pois estou concentrada demais no arrepio que sua voz causa em meu ouvido.

Ele volta a me beijar e abre o zíper do meu vestido me deixando apenas de calcinha. Ele abre um sorriso malicioso e me pega no colo. Beijando meu pescoço ele me joga na cama e vem atrás.

Esse cara é tudo que eu precisei desde quando tudo começou, o carinho, o desejo nos seus olhos. Ele esta me levando ao paraíso na terra e eu nem acreditava que isso era possível.

Durante todo tempo fizemos valer a pena cada segundo ali. Cada beijo não dado antes, cada suspiro negado. Agora somos um do outro e eu nem sei o seu nome. Tudo que eu sei é que a chuva lá fora só nos faz não querer sair daqui.

Ele me ama a noite toda e na madrugada adormecemos rindo entre os lençóis leves do quarto da boate.

Acordo com a luz do sol entrando por uma pequena janela ali presente e que só se fez visível agora. Abro um sorriso e passo as mãos no seu corpo com o torço nu. Só pra ter certeza que tudo que vivemos aqui foi verdade.

— Bom dia.— sussurro em seu ouvido e ele vira e me beija.

— Bom dia.— eu abro os olhos e vejo aquele sorriso lindo, o sorriso que eu sempre amei.

Por alguns instantes eu penso estar sonhando e fixo meu olhar em seus olhos claros que clamam por perdão.

— Não...Não...Não. Você? Isso é brincadeira?!— levanto correndo da cama e me enrolo no lençol.

— Liza...eu posso explicar tudo.— ele me olha com culpa e eu sinto a raiva crescer em mim.

— Eu sabia!— grito apontando pra ele.— Você sempre esteve vivo, forjou essa bagunça toda.— as lágrimas vinham e a raiva junto cada vez mais forte.

— Liza, eu não poderia fazer vocês passarem por isso comigo... entende meu lado, porra!— ele se senta na cama só de cueca e só então me dou conta do que fizemos.

— Seu desgraçado!! Passar ou não por isso com você era uma escolha nossa!— choro muito e ele não se mexe cama.

— Liza você leu a carta, eu amo você e não conseguiria ver seu sofrimento ao me ver morrendo aos poucos.

— Você é doente! Seu desgraçado, canalha!!— eu grito enquanto esmurro ele com toda força e ele tenta me segurar.

— Liza para! Para! Eu amo você, foi por amor!— ele me prende na cama e eu vejo seu peito subir e descer com a respiração ofegante. Vejo uma lágrima cair e por um momento sinto tristeza mas sou tomada pela raiva e pela dor que arde em mim.

— Eu chorei sua morte por meses, eu me matei por dentro, eu sofri muito e você viu tudo isso sem fazer nada. NADA! Que amor é esse?! Você é DOENTE!!— dou um tapa bem forte na cara dele e me desvencilho do mesmo saindo da cama.

Levanto e as lágrimas que chegam soam ácidas e pesadas com medo e dor. Visto meu vestido e me sento na cadeira ao lado da cama. Ele está sentado parado me olhando e eu fico chocada pensando em tudo.

Amores Inventados( concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora