Capitulo quatorze

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O bilhete marca um encontro entre ela e alguma outra pessoa que não especifica no papel. Muito estranho.

Chego em casa e a correspondência esta jogada no chão, um amontoado de cartas e envelopes. Pego o monte de papel em minhas mãos e vou entrando em casa, ao passar carta por carta e ver os interessados vejo uma carta de Oxford. Instantaneamente jogo todas as outras na mesinha do hall de casa.

Rasgo a ponta da carta com dificuldade e fito meu nome gravado em preto no fino papel brando. Desdobro o papel e passo os olhos cuidadosamente pelas palavras e ao terminar de ler a carta solto um suspiro. O período para fazer as matrículas vai começar semana que vem.

Ando a passos curtos e em ritmo calmo até o sofá e me sento. Arranco os sapatos e os casacos grandes e jogo tudo ao meu lado. Fico a observar as frases, repetindo e repetindo, lendo e relendo até me cansar.

Flashback on

"— Eu adoro vir aqui.— digo me encostando no ombro do Dylan.

— A melhor visão da cidade é aqui.— ele olha para meu rosto e se levanta me puxando junto.— venha temos que dançar aqui.

Eu começo a rir e ele me roda pelo braço. Nós começamos a dançar e rir muito.

— Nem a lua está mais bonita que você hoje.— ele diz em meu ouvido e me roda.

Eu fico corada e olho para ele que para de dançar e fita fixamente meus olhos. Aqueles olhos cinzas como uma pedra. Sua boca vai se aproximando da minha e eu não tenho reação fico parada. Dylan cola nossos lábios e alguma coisa explode dentro de mim.

— E-eu...— ele põe nossas testas juntas e eu sinto seu perfume no ar mais intenso que em todos esses anos.

— Tudo bem... eu também.— digo baixinho e ele me beija de novo. Uma chama de esperança se abre em mim.

De repente tudo fica escuro e é um borrão, as lágrimas, a dor, meu coração sendo arrancado do meu peito e os gritos.

— Nãaaaaaaaaaoooo!!!— grito me debatendo nos braços de alguma pessoa enquanto vejo tudo diante de meus olhos.— Não, não, não, não...— vou caindo no chão, meu joelho atinge a pedra gelada e eu em arrasto..."

Flashback off

Acordo assustada e suando muito. Me sento no sofá ainda tremendo e observo tudo a minha volta para conferir onde estou. Analiso cada móvel, as paredes, os quadros e só quando me certifico que estou em casa posso me acalmar.

Minha respiração irregular e meu coração bate forte. Corro meus olhos por toda a casa novamente e mesmo assim não parece suficiente a cada vez que eu me lembro. Só queria poder esquecer, esquecer tudo que houve. A campainha toca me despertando de meus pensamentos.

Eu arrumo meu cabelo me deixo apresentável e abro a porta.

— Edward?!— pergunto surpresa.

— Má hora?

— Hmm... não, mas o que faz aqui?

— Bom eu tenho que ir a uma festa de debutante, mas não quero ir sozinho e pensei que poderia vir comigo...— ele solta as palavras com cuidado.

— Sinto muito, eu não estou afim de festas.— fecho a porta mas ele segura me impedindo.

— Por favor! Eu te pego amanhã às 20h00.

— Que mania irritante de ter sempre a palavra final.

— Não esquece, às 20h00.

— Mas quem disse que e...— ele me manda um beijo já entrando no carro.

Ah que droga! Agora tenho que arranjar um vestido para a festa.

Edward

Entro no meu carro e vou para casa. Chego e não vejo ninguém então vou tomar um banho. Desço para a cozinha apenas de toalha e vejo ele comendo lá.

— Para de me olhar assim, tá me assustando.— ele continua e eu abro a geladeira.

— Me conte logo. Ela aceitou?— ele fala em um tom irritado.

— Sim, satisfeito. Ela vai a festa comigo. Eu só não entendo essa obsessão por ela, me fazer ficar próximo dela. Tudo isso pra quê?!— ele me olha e não responde. — vai a merda!

Eu subo as escadas e ele fica para trás sem dizer nem uma palavra. Liza é uma garota incrível, eu não posso simplesmente enganar ela. Visto uma calça qualquer e me deito massageando minhas têmporas e caindo no sono.

Amores Inventados( concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora