Capitulo treze

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Alô?

— Não sabia que você gosta de margaridas.— olho para minha irmã que está desnorteada.

Na verdade eu não gosto, mas imaginei que você iria gostar já que tem uma estranha afeição por cemitérios.

Hmm... eu gostei sim, só liguei para agradecer. É lindo.

Minha irmã olha pra mim e ri me imitando. Eu tento fazer com que ela fique quieta.

— Que bom que gostou. Foi só uma maneira de dizer obrigado pela tarde.— sinto um tom de malícia em sua voz.

Então é isso, até amanhã na escola.

— Tchau.

Desligo a ligação e fico parada a sorrir e mordo meu lábio. Quando olho para minha irmã ela está a rir muito e a me imitar.

— "É lindo."— ela dá um suspiro e começa a rir feito louca.

O buquê sua chata!— jogo uma almofada que está ao meu alcance nela.

Tudo bem. Vou deixar você estudar agora.— ela atravessa a porta rindo e me deixa sozinha no cômodo.

Sem mais ânimo apara estudar decido ler mais um pouco do diário de Dylan. Estou lendo o a algumas semanas e até agora não descobri nada de importante que eu já não soubesse.

" 2016, 15 de fevereiro.

Meu amigo, o dia hoje foi péssimo. As pessoas conseguem ser tão egoístas e egocêntricas que me causam náuseas. Eu briguei com a Liza, com o Josh e com a Emma minha irmã! Aquela maldita vai ter o que merece..."

Fico um pouco assustada com as palavras dele mas não entendo muito bem, afinal nos tivemos tantas brigas que é impossível lembrar de todas.

" ...você acredita que aquela garota teve coragem de me ameaçar?! Isso mesmo aquela desgraçada, maldita ameaçou que se eu tentar ir atras da Liza ela vai contar tudo! Tudo! O que eu faço? Estou perdido. Eu fui até a casa da Liza hoje pronto para dizer a ela tudo que eu sinto por ela, o que eu sempre senti e encontrei essa maldita no caminho. Como ela sabia que eu estava indo para lá? Eu estou perdido, não sei como vou resolver essa situação... Joguei a merda da minha felicidade no lixo."

Eu que fiquei perdida agora, depois do que eu li não reconheço o Dylan. Ele nunca foi assim, violento e não deixa que ninguém ameaçasse ele, o que será que houve? Ela sabe. Marlee sabe e vai me contar de uma maneira ou de outra.

Me levanto e visto uma roupa qualquer com um casaco bem quente, pego minha touca e minha bolsa e saio de casa batendo a porta da frente. Ando com pressa e nervosismo. Ele ia falar comigo esse dia, mas ele nunca foi. Nunca disse.

Toco a campainha. A casa da Lauren é grande, feito com madeiras verde claro e detalhes bem acabados em preto. Uma casa muito bonita e aconchegante por sinal. Ao abrir a porta se revela uma menina de moletom cinza, olheiras fundas, os olhos avermelhados de chorar e o cabelo preso em um rabo.

— Oi, Lauren.— dou um sorriso fraco e ela faz o mesmo.

— O que faz aqui?— pergunta confusa.

— Nós precisamos conversar. Será que eu posso?— faço um sinal indicando o interior da casa.

— Claro, entra.

Ela me conduz por entre os moveis até um sofá espaçoso e confortável. Eu me sento e ela se senta ao meu lado, me olha por uns instantes até que eu desfaço o silêncio.

— Então...

— Diga.

— Primeiro eu quero te pedir desculpa pela forma em que te tratei na minha casa.— ela assente com a cabeça.— e quero te perguntar uma coisa.

— Se eu puder responder. — ela mantém a cara de cansaço e o semblante pesado.

— Você estava com o Dylan no dia 15 de fevereiro?— o corpo dela enrijece ao ouvir a pergunta.

— Eu não sei não me lembro.— vejo um leve medo em seus olhos.

— Faça um esforço por favor. Olha é o dia da festa na casa do Josh. Lembra?— pego nas mãos dela e ela tira rapidamente e esconde o rosto inchado.

— Desculpe mas eu não me lembro de nada, se é só isso por favor a saída fica logo ali.— ela se levanta e aponta para a porta.

— Você sabe de algo que não quer me contar mas tudo bem, eu volto outra hora, talvez você pense melhor.— digo em levantando e indo em direção à saída.

— Não me faça ameaças seu querido Dylan não está mais aqui para te proteger.

— Meça bem suas palavras.— falo pondo o dedo quase dentro da cara dela. Me viro e vou embora o mais rápido que posso.

Antes de sair da casa vejo um papel em cima da cômoda no hall da casa e sem que ela veja eu pego. Ao sair da casa sinto o vento gelado me alcançar e o medo de estar sozinha novamente me atinge. Andando com calma para casa resolvo ler o bilhete. Meio amassado mas consigo ler algumas coisas.

Amores Inventados( concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora