Capitulo vinte e quatro

22 5 0
                                    

— Então... como você está?

— Estou bem melhor que você né?— ele ri e eu dou um tapa de leve em seu braço e rio.

— Tô falando sério Edward, me conte o que há de tão importante que meus pais querem que você fale.

— Por que acha isso?— ele me olha como quem estragou a surpresa.

— Vamos eu conheço minha família, fala de uma vez.— cruzo os braços e espero ele falar.

— Então, você precisa me prometer que tudo que eu disser fica só entre a gente.— ele fecha a cara mas com uma suavidade.

— Eu prometo, conta logo!!— faço uma cara de criança e espero que ele fale.

— Vou começar com as notícias boas, bom, você foi aprovada na faculdade,  em 4 na verdade.— ele ri sarcástico.— ninguém acreditou nisso.

— Espera mas isso não é possível, os resultados só saem daqui 6 meses.— me sento na cama de hospital e encaro ele.

— Liza, você estava em coma...— sua voz falha e ele faz uma pausa.— Você dormiu por quase 8 meses.

— O QUE!?— grito sem me importar e começo a ficar nervosa.— eu só...só dormi por alguns dias. Só isso!

— Liza me escuta!— ele me sacode e me segura pelos braços.— eu estive aqui nesse hospital dia após dia durante 7 meses seguidos. Você ficou completamente inconsciente! Todos nós sofremos muito!! Entende isso.— ele me olha com afobação e mágoa, eu só consigo ficar perplexa.

— E-eu...não sei o que dizer.— estou em choque e não consigo pensar em mais nada. Tudo que me vem à mente é ele.— Ele...

— Ele? Ele quem Liza?— Edward me olha assustado como se eu fosse uma maníaca.

— Edward, você precisa acreditar em mim, eu vi! Vi com esses olhos.— aponto para meus olhos e já sinto as lágrimas virem.— Dylan...Dylan está vivo! VIVO!— grito tão alto que chamo a atenção de minha família.

Minha mãe entra no quarto quadrado, pequeno e feio e atrás vem meus irmãos. Todos me olham chocados.

— Mana, olha você passou muito tempo sem contato com o mundo e não é fácil ficar nessa cama e o seu acidente e tudo mais...— ele pausa tentando analisar minha expressão e eu me desespero.

— Não! Vocês não estão entendendo. Eu vi o Dylan aqui, ele tocou em minha mão, falou comigo...— pauso sem ar e começo a falar mais rápido e afobada.— e-ele estava bem aí onde você está Carter e ele falou comigo. Eu ouvi sua voz calma.— meu rosto está encharcado por lágrimas e eu fico mais desesperada.

— O que está acontecendo aqui?— um homem de meia idade adentra ao quarto, ele veste um jaleco branco e eu deduzo ser um médico.

— Dr. Felipe, ela está muito abalada com as novas notícias e não consegue se acalmar.— Edward fala antes de mim.

— A paciente não pode ter fortes emoções dessa maneira. Enfermeiro...— ele murmura algo o ouvido do jovem que logo some por entre o corredor.

— Eu vi o Dylan, eu falei com ele! Ele estava aqui. Meu Deus!! Meu Dylan, meu amor, meu amado Dylan.— soluço tanto que não consigo mais falar.

— Quem é Dylan?— o Dr. pergunta é minha mãe responde em seu ouvido alto o suficiente para eu ouvir.

" Um grande amigo dela que morreu há algum tempo."

Eu me irrito muito e decido não compactuar com essa loucura deles. Que história é essa de coma? E meses se passaram? Eu preciso de repostas e quero ver meu amigo. Falar com ele.

Me levanto da cama ainda muito fraca e uno todas as minhas forças para me manter em pé e falar.

— Eu quero falar com o Dylan! Agora! Vocês têm que acreditar em mim!

Vejo vários enfermeiros entrarem no cômodo pequeno e quase todos me seguram. Meus familiares desviam os olhares e posso ver a dor em suas expressões.

— Aaaaaa! Não! Me larga, estão me machucando! Para, para, para por favor!— vou juntando meu corpo em uma posição fetal e todos se assustam.

— Mas... o que houve com essa menina?— diz o Dr. parado com os olhos arregalados.

— Eu não quero!!! Por favor para!— estou espremida no chão, em uma posição de defesa e os enfermeiros tentam me levantar mas nem forças eu tenho para me debater e cedo chorando muito.

— Se acalme.— diz um jovem vestido de enfermeiro.— não vai doer.— ele vem em minha direção com uma seringa.

— O que vão fazer comigo?!— arregalo os olhos e os fixo na agulha a minha frente.— Me solta, tem que acreditar em mim! Eu vi ele!— sinto a picada e minhas forças se esvaem muito rápido.— Não...não por favor de novo não...

Meus olhos se fecham e meu corpo pesa em cima do tecido plastificado da maca de hospital.

Amores Inventados( concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora