Capítulo 4- I Don't Like The Drugs, But The Drugs Like Me.

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POV HARRY

“A noite de Cambridge é perigosa, mesmo para um rapaz como tu!” a voz da minha mãe ecoava na minha cabeça. Um rapaz como eu. Ela tinha uma imagem tão errada a meu respeito, e eu não me poderia sentir mais culpado! Menti-lhe a vida toda e não podia estar mais arrependido.

A garrafa balouçava na minha mão. Estava prestes a chegar ao fim. O álcool estava acabar e teria de voltar à realidade. E com isso teria de voltar a encarar com os problemas, as recordações, os desgostos.
As pessoas por quem passava afastavam-se, parecia que não queriam sequer passar perto de um rapaz bêbedo.

-Que é? Nunca viram uma pessoa bêbeda?- grito-lhes e espero que não se atrevam a responder.

A garrafa chega ao fim e eu atiro-a para um caixote do lixo. Continuo o meu caminho e entro num beco escuro para ir para a discoteca mais próxima. Para além do álcool não há nada melhor do que uma boa foda,certo?

O cheiro a erva queimada invade as minhas narinas e percorro todo beco com os olhos. Vejo uma rapariga sentada no chão a fumar. Olha que bom! Vou-me fazer amiguinho dela e pode ser que consiga sacar-lhe alguma erva.

POV Alisha

-Hey? Estás bem?- uma voz rouca soa junto de mim. Sugo as lagrimas com a manga da minha camisola e olho para cima.

-Dói sabes? Dói muito!

 Um estranho. Sempre me disseram que falar com estranhos era bom... Não tenho nada a perder! Ele não me conhece, eu não o conheço, nunca mais nos voltaremos a ver.

POV Harry

Oh que caralho, uma gaja sentimentalista. Deve ser uma geek que só fuma uma de dez em dez anos. Aposto que apenas está a fumar porque teve uma negativa ou o papá não lhe compra um vestido.

-Rapazes?- pergunto sentando-me a seu lado. Que simpático Styles.

-O meu pai. A merda do meu pai! É um caralho aquele homem.

-Vejo que estás revoltada! Não me arranjas um pedaço?- A rapariga olha para mim e depois para a sua mão.

-Disto?- a minha cabeça traça um sim. A sua mão desliza até o bolso direito e retira um saco com algumas folhas trituradas inclinando-o depois para mim. Rapidamente enrolo um cigarro e começo a fumar.

-Tens quê? 18? Nessa altura é normal que os conflitos com os teus pais sejam frequentes. Começam a duvidar da tua maturidade e independência, tornam-se chatos!

-Já tenho 20, e ele continua uma merda! Acha que manda em mim e que lhe devo tudo. Que me pode insultar á vontade e que eu vou calar a puta da boca. Mas engana-se. A minha mãe, coitada, faz tudo o que ele quer. Aquele merdas!

-Não lhe dês tanta importância! Consegues vence-lo e a prova disso é que estás aqui agora. Aproveita este pedaço de vida. Aproveita e esquece o resto!

Consigo convencer a rapariga a calar a boca e deixar-me fora dos seus problemas, aproveitando assim a preciosidade que temos nas mãos. Vou reparando nos seus pormenores. Grande rabo, grandes mamas, até parece garota de programa. Pode ser que esta noite não seja assim tão má e até consiga ir para a cama com ela.

-Ainda não me disseste o teu nome…- elevo a minha sobrancelha olhando-a de esguelha.

-Alisha. E tu?

-Harry.

A conversa intensifica-se durante o resto da noite e prolonga-se até à madrugada. A rapariga nega o meu “convite” para a acompanhar até casa, e então cada um segue o seu caminho.

POV Alisha

Chego a casa antes das 6 da manhã. Faço o mínimo barulho e vou para o meu quarto, durmo durante 3 horas e apenas acordo porque a minha mãe faz questão de me lembrar que tenho de ir para a universidade. Faço uma nota mental para me lembrar de falar com os meus pais sobre ir para o campus da universidade. Apesar de ainda não saber como é que vou encarar o meu pai.
Um bom e demorado banho ajuda-me com a ressaca, a minha amiga base tapa as olheiras que quase chegam ao fundo das minhas bochechas. Preparo as minhas coisas e dirijo-me para a universidade.

-Porque estás com óculos de Sol? – a professora questiona. Oh fantástico! Nunca ninguém se atreve a questionar a filha do presidente e esta arma-se em boa. Não faço a mínima ideia porque é que decidiu implicar comigo, porque afinal os outros alunos estão com a merda do telemóvel a ouvir música à vista de toda a gente.

-As minhas lentes de contacto estragaram-se, e como a única coisa que tem graduação são os meus óculos de sol…. São imprescindíveis para conseguir ver qualquer coisa.

É a primeira coisa que me vem á cabeça e parece que a mulher acredita. A aula continua logo depois de serem ouvidas as habituais bocas acerca da “filha do presidente”. Não sei porque continuam a gozar comigo, eu que pensava que quando viesse para a universidade as bocas estúpidas iam parar mas parece que me enganei.

-Estavas toda comida a noite passada!- a pessoa atrás de mim fala. Tiro os meus óculos e viro-me para trás.

-Precisas de alguma coisa?

-Um pedaço como o de ontem era bom, filha do presidente!

Viro-me para a frente na tentativa de acabar com o diálogo.

-Ou queres que toda a gente fique a saber daquilo que fazes?- um riso perverso e quase inaudível e solto junto do meu ouvido. – A nossa conversa foi bastante produtiva. No entanto não me custa nada dizer…

-Ok ok!- interrompo-o – Deixa-me dividir a dose, já te passo alguma.

-Isso mesmo, amiga!- os seus lábios roçam a pele do meu pescoço e um sopro de ar colide com a parte inicial da minha orelha provocando-me arrepios.

A aula termina e todos saem da sala. Resto eu e o rapaz de caracóis, cujo nome não me recordo. Estava mesmo comida! Nem me lembro da nossa conversa ao certo. Espero que não tenha falado do gang ou dito outra merda qualquer.

-Aqui tens!- entrego-lhe uma saqueta de plástico, ele sorri e sai da sala.

O que será que lhe contei sobre mim? Foi do gang, ou… ele pode estar a fazer bluff não é? Porque aposto que ele sabe perfeitamente que eu não me lembro de metade do que falamos ontem. Oh boa, estou lixada!

-Caralho Al, não sabes ficar calada?


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Illusion // h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora