-Mamã, acorda! - ouço Charlotte, a minha filha, gritar e abro os olhos preocupada com o que pode ter acontecido. A Char é uma menina muito calma e posso dizer que nisso não sai aos pais. Eu e Harry.
-Que se passa filha?- eu pergunto enquanto esfrego os olhos.
-O papá fez dói-dói e diz que precisa de um beijinho teu. - ela afirma a choramingar e eu depressa me levanto da cama com medo do que possa ter acontecido com Harry. - Mamã despacha-te! Senão vamos ter de chamar o tinóni!
Ela agarra na minha mão e puxa-me da cama para fora. Okay, esta rapariga quando quer tem força. Charlotte começa a descer as escadas e logo vejo Harry deitado no chão. Eu corro para junto dele e reparo que ele está desmaiado.
-Oh meu deus! Harry acorda! - começo a dar-lhe pequenas estaladas na cara com o intuito que ele acorde mas não está a resultar. - Harry, por favor não me deixes! Eu amo-te.
Levanto-me apressadamente para ir buscar o meu telemóvel para poder ligar aos bombeiros. Quando chego ao meu quarto e do Harry começo a chorar. E se ele estiver morto? Eu não vou conseguir viver sem ele ao meu lado. Apenas vou ter a Char, a minha pequenina de olhos verdes e covinhas, que faz lembrar o Harry sempre que olho para ela.
Só reparo que estou a tremer quando começo a marcar o número dos bombeiros, quando vou para por o telemóvel no meu ouvido algo me faz parar e esse alguém é o Harry.
- Feliz dia das partidas, babe! - Harry sussurra no meu ouvido e a única que me apetece fazer é bater-lhe. Como é que eu me fui esquecer? Desde que a Charlotte nasceu, o Harry inventou o Dia das Partidas que tem como principal objetivo enganar-me. Nunca percebi qual é a piada mas o Harry é idiota e isso basta. - A Charlotte está de parabéns, cada ano que passa consegue enganar-te melhor!
-Eu neste momento odeio-vos!- eu digo tentando esconder o sorriso que quer aparecer na minha face por perceber que afinal está tudo bem com o Harry. A Charlotte vem até mim e pede desculpa baixinho.- Vocês são tão idiotas! Eu pensava que tu tinhas morrido!
-Somos idiotas mas somos os teus idiotas. -ele afirma com um grande sorriso na cara, ignorando a parte final do meu discurso.
-Alisha! Alisha acorda!- eu ouço alguém chamar-me, mas ignoro. -Alisha, não te digo mais nada! Tens trabalho para fazer. -ao dizer a última frase, percebo que é o meu querido pai.
Caralho pai! Não percebes que eu estava a ter um sonho lindo e além do mais é sábado, penso. Continuo com os olhos fechados mas claro o meu papá faz o favor de me atirar água para a cara.
-Porque é que fizeste essa merda? - eu grito e num instante me levanto da cama.
-Bom dia filha, ainda bem que já acordaste.- o meu pai diz como se nada tivesse acontecido. - Tens cinco minutos para estar lá em baixo. -ele diz e sai do meu quarto.
Eu grito frustrada e vou para a casa de banho para poder tomar o meu banho matinal. Entro na casa de banho e começo a tirar o meu pijama molhado.
Depois do meu banho tomado, desço as escadas e vou até à cozinha para ver se a minha mãe já está acordada. Vejo que esta não se encontra na cozinha e acabo por ir ter com o meu pai.
-Finalmente chegaste. Bem vou direto ao assunto, preciso que tu e o teu gang façam um assalto em Ely. -ele diz e eu apenas assinto. - E quero que façam isso hoje.
-O quê? Mas nós não temos tempo para planear o assalto sem falar que a viagem vai demorar horas!- eu digo irritada por ele só me ter avisado disto hoje. - Além disso porque é que temos de ir para longe?
-Quanto aos planos não têm de preocupar porque eu já tratei de tudo e quanto ao terem de ir para Ely isso é simples, a polícia já anda atrás do gang desde aquele assalto ao banco por isso temos de ter cuidado.
-Tu não precisas de ter cuidado nenhum! Tu és o presidente da Camara ninguém vai suspeitar de ti mas agora de mim e dos rapazes é obvio que vão desconfiar!
-Alisha, já te avisei para não falares comigo nesse tom!- o homem engravatado amarrota o guardanapo que contem no colo, levantando-se furtivamente.
-Ah por favor, não venhas com os teus dramas! Sabes bem que tenho razão, estás-te a marimbar para aquilo que acontece! Consegues imaginar se somos apanhados? Consegues imaginar se eu ou um dos rapazes for preso? Por favor, deixa de ser irracional!- Bufei e sai da sala de jantar. Nem sei porque é que me dou ao trabalho de falar com ele. O meu querido pai, jamais me irá perceber!
-Alisha, podes parar e ouvir-me! Vai correr tudo bem, prometo filha! Eu confio em ti, sei que és uma rapariga forte.
Eu não estava a acreditar no que estava a ouvir. Ele só podia estar a gozar comigo, por favor!! Ele chamou-me puta a algumas semanas atras, e agora isto? Oh meu deus, este homem não é normal!
Pego nas minhas coisas e saio de casa, não estou com paciência para isto, e ainda tenho de ir falar com os rapazes. Algo me diz que isto hoje vai acabar mal, muito mal!
-Então, e ele só te disse isso? Que temos de ir hoje e pronto? Não nos devíamos ter preparado? Não devíamos ter cuidado?- Niall falava preocupado.
-eu sei, eu sei! É totalmente irresponsável, eu acho que isto não vai correr bem, eu tentei mostrar-lhe isso, mas não resultou.
-Calma, vocês sabem que nós conseguimos sempre dar a volta por cima.- Zayn falou enquanto inalava o fumo do seu cigarro, passou-mo e sentou-se ao lado de Niall. - Arranjei umas ervinhas para comemorarmos depois do assalto, que me dizem?
O riso instalou-se na sede, as ervinhas que o Zayn arranjava eram sempre das melhores, levavam-nos ao céu em segundos. Íamos ao paraíso sem tirar os pés do chão, no entanto algo me dizia que não era esta noite que as íamos fumar!
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Illusion // h.s.
FanfictionSó porque alguém parece feliz, não quer dizer que o seja. porque até uma rosa branca tem uma sombra negra.