Depois de um tempo os olhares se reencontram, o mesmo sentimento, coração disparado, pernas bambas, borboletas no estômago. Apesar de tudo o amor não mudou, o único sentimento ainda puro, apesar de ter nascido em meio às mentiras. Ele terá de lutar...
AVISO: Para entender melhor a história, sugiro que leia o primeiro livro... "The price of love"...
Boa Leitura! ❤
"Tentei ser feliz sem você... Mas me convenci, que a felicidade só existe quando estou ao seu lado..."
As lágrimas ainda existiam, não tanto quanto a meses atrás, talvez por estarem escassas, ou por darem lugar, aos sorrisos e gargalhadas, ao verem os pequenos, tropeçarem nas próprias pernas, se arriscando em alguns passos. Gêmeos idênticos lembravam muito Yoongi, principalmente Jiyeon, a garotinha é preguiçosa, e tem o gênio forte como o pai, já Jiyoung, é mais calmo e doce como a mãe, chega a ser até dramático às vezes. Hana começou a trabalhar em casa, exercendo sua profissão como advogada, mas apenas auxiliando seus clientes, quem os representava diante do tribunal, era Megan, noiva de Taehyung, que virou uma de suas melhores amigas.
Toda a noite, quando colocava os pequenos para dormir, se lembrava dos toques carinhos de Yoongi, os beijos a colocando em sono profundo, os braços lhe aquecendo nas noites frias, e lhe acalmando nos dias de tempestade. Sua vida costumava ser turbulenta, mas ele sempre estava lá, lhe acalmando, por isso nunca passou por sua cabeça, que o mais velho lhe enganou por tanto tempo. Ainda o amava, e por mais difícil que fosse esquecer, ela estava tentando. Seu coração insistia para procurá-lo, mas seu cérebro gritava um "não" bem alto, para ver se a despertava, dizendo que seria mais seguro se manter longe.
Pobre cérebro, se ele ao menos se desse conta de que o mandante de tudo, e o coração, mesmo ferido, mesmo estilhaçado, em pedaços, ainda insistia em bater, em um grito mudo de socorro, chamando pelo único dono que o cativou. Ela tentava sorrir, e até conseguia na maioria das vezes, se tornou feliz no meio dos amigos, mas apenas seu travesseiro, e as paredes de seu quarto, sabiam o quão doloroso era aquilo. Hana queria voltar, queria encontrá-lo, sabia que Yoongi ainda a procurava. Soube por sua cunhada, que comprou briga com Jimin para lhe revelar a verdade, o garoto não queria.
Dois anos haviam se passado, seus pequenos já se arriscavam nas primeiras palavras, corriam de forma descoordenada pela casa, e aprontavam deixando a jovem mãe maluca. Devia ser coisa de mães de primeira viagem, ou porque não recebeu o amor materno que deveria, mas Hana tinha como maior medo, ver seus anjinhos com alguma ferida, ou chorando com dores. Agora com pouco mais de um ano, eles não param quietos um minuto se quer, mas por sorte, Yura a ajudava, já que Jimin dizia não ser necessário sua esposa trabalhar, apenas focar em sua faculdade.
-Hana, precisamos conversar. –Jimin estava sério, nem mesmo a pequena, Jiyeon agarrado a uma de suas pernas o distraiu.
-Pelo visto é sério mesmo. –Hana se sentou em uma das cadeiras, enquanto sua cunhada levava os dois pequenos para outro cômodo. –Vamos, diga. Não em deixe mais aflita.
-Nosso abuji sofreu um acidente, e... –As lágrimas já escorreram por seus olhos, sabia onde terminaria tudo aqui. –Irei entender se não quiser ir, mas precisam de nós para a leitura do testamento.
-Quando foi o acidente? –Sua voz saiu falha, encarando o garoto que tentava ser forte a sua frente.
-Ontem à noite, o advogado da família me ligou. –E finalmente as lágrimas correram pelos olhos do garoto. –Eu sei o quão mal ele fez a você, mas ainda é nosso...
-Eu vou. –A garota disse convicta. –Pode comprar nossas passagens.
-E os pequenos? Acha seguro levá-los? –Jimin perguntou um pouco preocupado.
-Cansei de fugir, Jiminnie. –Um suspiro passou por seus lábios. –Yoongi não vai desistir de me procurar, será bom enfrentar isso de uma vez por todas.
-Está dizendo que vai para ficar? –O mais velho perguntou.
-Talvez. –Mais um suspiro. –Ás vezes acho que nem deveria ter saído de lá.
Conversaram por mais alguns minutos, acertando os últimos detalhes da viagem que seria necessária. Hana sabia que esse momento chegaria, mas não imaginava que seria tão cedo. Yura ajudava a mais velha arrumar as malas, enquanto os pequenos faziam bagunça pelo quarto a fora. Jimin havia saído para comprar as passagens, e deixar tudo em ordem na pequena empresa que estava sob seu comando.
Era quase fim de tarde, quando o irmão voltou para buscá-los, o táxi já aguardava na portaria do prédio. O voo estava marcado para o inicio da noite, Jimin optou por comprar todos os lugares para o primeiro avião disponível. As burocracias para o enterro estavam sendo resolvidas pelo advogado, sua mãe estava em choque, não tinha condições de cuidar de nada, ou será que era apenas fingimento? Hana queria ver a reação da mais velha, ao vê-la entrando novamente na casa que pertencia ao seu pai, e o melhor, a reação assim que Yura entrar ao lado de seu irmão, com a enorme aliança dourada no dedo anelar esquerdo.
Os pequenos brincavam na sala de espera, não entendiam nada do que se passava, apenas sorriam como boas crianças. Mal sabiam o que o destino reservava, de que talvez conheceriam o pai, isso é, se Hana permitisse. Essa duvida ainda pairava em sua mente. Seu maior medo é de que Yoongi quisesse tirá-los de seus cuidados, mas se ele ainda esta procurando por ela, talvez não seja essa a intenção. Queria muito saber a reação do mesmo, ao olhar seres tão pequenos, e descobrir que houve sua contribuição para aquelas duas mini vidas. Pedaços do amor de ambos, um amor que o destino uniu, o amor que durará para toda vida.
A cada metro que o avião percorria na pista, o coração da garota disparava mais um pouco, os bebês dormiam despreocupados ao seu lado, ajeitados sob o sinto de segurança, protegidos do frio com os cobertores cheirando a talco. Antes de fechar os olhos para tentar dormir, olhou fixamente para a janela da aeronave, dando adeus a cidade que a acolheu durante dois anos, Nova York em seus prédios altos, bem iluminados sob a noite escura. Uma lágrima escorreu ali, por medo? Talvez. Por saudades? Provavelmente. Pela dor da perda? Não se sabe, afinal ela já estava acostumada a perder tantas coisas.
-Estou chegando, Seul. –Sussurrou antes de se entregar ao sono, nervosa por talvez ter feito a maior escolha de sua vida.
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