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- Por favor, me solte. - Todas imploram e ficam choramingando quando percebem que não irão sair daqui vivas.

Até poderia deixá- la ir, para dar um aviso aqueles que estão a minha procura.
É, talvez eu faça isso.
Essa garota não é quem eu pensei.
Posso aproveitá-la de outra maneira. Talvez...
Ela é uma mentirosa.

- Por favor, tem que me deixar ir. Alguém vai procurar por mim e vai me encontrar. Vão chegar até você. Apenas me deixe ir.

E lá vamos nós de novo.
A mesma estória de sempre.
Elas não aprendem mesmo. Eu a peguei em um lugar cheio de pessoas. E ninguém se quer percebeu.
Aliás, essa garota mesmo nem percebeu onde estava se metendo.

- Você acha que alguém sentiu sua falta? Sério? Talvez seus pais tenham percebido sua ausência e notificado às autoridades, não me interessa o quão importante você se ache. Isso não me importa. Olha em volta Rosa, só há nós dois aqui pelo tempo que eu quiser.
Então ela grita. Adoro os gritos. Isso as deixa sem voz. Pelo menos não me irritam depois disso.

Quando finalmente não aguenta mais gritar, começa a olhar realmente em volta. Eu começo a rir.
Não há nada aqui. Só uma cadeira em que ela está amarrada. Ainda sedada, a garota não é uma ameaça. Se é que algum dia foi.

Seus cabelos vermelhos estão desgrenhados. Suas roupas não estão mais impecáveis. Aliás, nada nela vai estar apresentável depois que eu terminar.

Vejo que tenta falar. Me aproximo mais.
- Água.
- Decidiu ser econômica nas palavras?
- Por favor.
- Esse vai ser seu último pedido?
Então com enorme satisfação vejo seus olhos adoráveis arregalados me olhando com extremo pavor.
Isso vai ser divertido.
- Você não pode. Eles vão te achar.
Começo a rir. Como assim não posso?
- E que diferença isso faz? Deixar você viva ou morta, não me importa. Mas, anime- se. Vai sair viva daqui. Não era o que queria?
- Então porquê tudo isso? - sussurra incrédula.
- Ora, simplesmente porque quero. Você não percebe? Você é inútil para mim. Não vou ficar com algo danificado.
- O que está falando? Não entendo!
- Sim. Você entende.
A compreensão vai lentamente vindo à tona.
- Aquilo foi um erro! Não significou nada!
- Devia ter significado. Agora terei que lhe dar uma lição por mentir ao invés de só te matar como eu queria, mas não temos tudo o que queremos nessa vida. Você mentiu e com isso acabou com o plano perfeito que eu tinha em mente. Você sabe como é frustrante planejar algo e quando se tem a última coisa que faltava, ela vir danificada?! É irritante demais! E já que você não me serve para o que planejei vou me desfazer de você.
- O que vai fazer?
- Primeiro vou calar a sua boca. Sua voz me irrita. Depois, eu não sei. Vou planejando aos poucos.

Caminho para a mala que trouxe comigo. Inferno. Não vou usar metade do que eu queria. Pego uma tesoura, agulha e linha.
É, isso vai bastar para que eu consiga um pouco de paz.
- O que vai fazer?
Assim que me aproximo dou um soco na cara dela e finalmente tenho silêncio para trabalhar.
Ela vai sair daqui respirando.
Se vai conseguir viver é outra coisa.

O Assassino Dos Contos De FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora