Alexandre

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Quando cheguei a cena do crime, percebi logo num canto da sala, os pais e o irmão da vítima. 

O choro contido que corta o coração de quem escuta.

Pelo que entendemos, o trio havia saído para jantar e a filha disse que não iria por ter um trabalho da escola para terminar.
Eles saíram e a última vez que falaram com a filha foi ao celular e esta disse estar indo dormir. Se despediu normalmente dos pais.

Quando a família chegou, encontraram o alarme desativado. Foram investigar e encontraram a filha morta e rodeada de flores.
Então o filho mais velho chamou a polícia enquanto o pai consolava a mãe que abraçava a vítima.

- Ao que parece, o assassino voltou ao seu perfil. Tudo da mesma maneira de antes. - fala Alice ficando ao meu lado enquanto observava o corpo de Margarida sendo colocado num saco e a perícia terminando o seu trabalho no local.
- Ela parecia uma noiva não é? - perguntei a minha irmã.
Ela assente afirmativamente.
Vejo pena em seu olhar quando vê os pais da menina.
- Será que todas conheciam ele?
- Pelo andar da investigação, é o que tudo indica. - responde minha irmã.

Vemos Bruno se aproximar com Gabriel e ambos estão extremamente irritados.
- A princípio, Margarida tinha uma vida feliz e um futuro brilhante. Os pais nunca tiveram reclamações e a jovem levava uma vida cheia de horários e regras. Atendia perfeitamente ao tipo do Assassino. Submissa e ingênua. - diz Bruno enquanto dava uma olhada nas suas anotações.
- Já comuniquei aos familiares que terão de ir à delegacia para depoimentos. Eles nem desconfiaram que a filha poderia estar mentindo. Confiaram tão cegamente que duvido que iriam perceber que a filha estava saindo com alguém desconhecido para eles.-  fala Gabriel cruzando os braços. - Vamos voltar para delegacia. Tenho que falar com Hugo e esperar o laudo sobre a morte dela.

Nossa equipe concorda e com uma olhada à família destruída que ficou para trás, voltamos a delegacia.
Enquanto estávamos no carro, minha irmã pergunta:
- Ele realmente acompanha as vítimas de perto não é?
- Demonstra a paciência dele. Parece que ele se vangloria ao conquistar a confiança delas.
- Então Eduarda estava certa sobre Rosa?  Foi mesmo um castigo para a menina?
Suspirei. Só tinha nós dois no carro. Eu poderia ser franco com Alice.
- Eduarda me assusta as vezes. Tenho o costume de resolver os casos avaliando situações, suspeitos. Mas ela entendeu o Assassino em poucos momentos.
Alice me olha preocupada.
- Sem dúvida isso tem um preço para ela. - comenta.
Penso um pouco e tenho que concordar com minha gêmea.

Vejo minha irmã atender o celular e fico quieto.
- O pai de Rosa mandou o endereço e nome do psicólogo em que ela ia.
- Ótimo. Vamos providenciar logo o mandato. Acredito que irá todos não?
- Vou avisar. - responde Alice mandando mensagens para o restante da equipe.
- Acha que Eduarda irá também? - perguntei.
- Ela acaba de mandar a mensagem dizendo que sim. - responde Alice.
- Tomara que isso termine logo. - digo ao estacionar o carro perto da delegacia e ver alguns repórteres na frente da mesma.
Hugo iria ficar numa situação muito difícil logo,logo.

O Assassino Dos Contos De FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora