Os pais de Rosa voltaram ao quarto para avisar à filha que estávamos indo
para a delegacia.
Conseguimos uma pista.
Mal posso acreditar.
Olho pro resto da equipe e vejo a esperança bem ali.
Tomara que Eduarda esteja certa.Depois de nossa conversa pela manhã antes de chegarmos ao hospital, consegui entender o que ela quis dizer sobre o assassino.
Mas convenhamos que é muito doido alguém entender assim a cabeça de uma criatura asquerosa dessas.Eu fico me perguntando se Eduarda consegue lidar com isso bem.
Ela detesta tomar qualquer tipo de remédios para lidar com qualquer tipo de dor.Até que nos entendemos bem. Por alguns momentos pude ver a Eduarda de antes. A nossa Duda.
A cara que Gabriel fez quando a chamei de Duda foi impagável. A cara fechada dele sempre foi essa quando Eduarda estava perto de mim e vice versa.Mas ele foi um tonto em relação a Eduarda.
Como eu pensei, ele tinha feito uma estupidez das grandes, por não saber lidar com os sentimentos em relação a Eduarda.Percebo os pais virem em nossa direção e a aflição estava estampada em seus rostos.
Não seria diferente numa situação dessas.Por favor, Eduarda. Que você esteja certa sobre isso.
É esse o meu pensamento quando seguimos o corredor e atravessamos o saguão de entrada do hospital.Tentamos sair discretamente, mas o número de repórteres aumentou um pouco.
Hugo deu ordens aos policiais que estavam ali de barrarem os jornalistas. Não deveriam chegar nem perto da equipe do hospital que atendia Rosa.
Todo cuidado era pouco, afinal de contas.Fui com Eduarda no carro, enquanto os pais de Rosa iriam com o Gabriel e o gêmeos iriam em outro carro.
Eduarda olhava fixamente pra frente e eu sabia que a mente dela estava longe dali. Ela nem piscava.
Segurava o tablet firme em suas mãos. Seus dedos estavam inquietos e não parava de mexe-los. Como se aquilo pudesse acalmar suas ideias.Me surpreendeu a decisão de Gabriel em deixar com que ela falasse sobre a teoria aos pais da garota.
Tenho de perguntar à ele depois o porquê disso.Quando liguei mais cedo para Eduarda para que pudéssemos conversar, eu percebi, assim que entrei em seu apartamento, que ela não havia dormido um minuto sequer.
Os papéis das informações sobre as vítimas, rascunhos sobre o perfil do assassino, livros de psicologia e psiquiatria pra todos os lados, me davam a indicação que ela estava absorvendo tudo o que podia sobre a investigação, num curto espaço de tempo.Reparei que tudo estava impecável na cozinha e eu soube que ela nem ao menos se importou em comer.
Fiz um café da manhã completo e enquanto ela se arrumava e conversamos sobre sua teoria, que eu não escondi o quanto me incomodou.Gabriel estava certo.
Eu fiquei com raiva porque tinha medo de que ela pudesse estar certa.
Ela foi bem franca comigo sobre o que achava do rumo que estava indo a investigação.
Era uma situação complicada.Saímos do apartamento dela e fomos para o hospital. Torci para que ela estivesse errada, não nego.
Mas assim que entramos na delegacia e Hugo estava nos esperando, avisado por Alice provavelmente, eu vi que Eduarda iria provar que sua teoria estava certa.
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O Assassino Dos Contos De Fadas
Mystery / ThrillerEle escolhe as vítimas e simplesmente as leva. Sem deixar pistas. Um beco sem saída. Uma equipe que se empenha em pegar o Assassino. Uma garota peculiar que vê o mundo de forma diferente e segue em frente. A pergunta é: Eles estão preparados para...