Alexandre

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Quando chegamos na delegacia,  Hugo já estava nos esperando na nossa sala.
Os pais estavam aflitos demais por conta do que Rosa pode ter digitado naquele tablet.
Bom. Eu também estou.
Todos estamos, na verdade.

Ver Rosa com toda aquela parafernália de hospital e com o rosto com hematomas com cores diversas, me fez entender o que Eduarda disse.
O Assassino estava com muita raiva de Rosa.

Ficou evidente que ele pensa ser inatingível, mesmo que tenha deixado a vítima viva.
O que ele espera conseguir com isso?
Todas as garotas atacadas eram diferentes fisicamente mas suas personalidades eram bem parecidas.
Certamente isso chamou a atenção dele.

Os pais de Rosa observaram a interação entre a filha e Eduarda com muito interesse.
Foi muita sorte eles deixarem Eduarda conversar com Rosa por alguns minutos.

Vejo Hugo mexer no celular com uma expressão de dar medo.
Gabriel não se moveu um milímetro de sua posição ao lado de Hugo.
Minha irmã está olhando os pais de Rosa e estes olham para Eduarda com receio.
Já Eduarda lê o conteúdo do tablet e respira fundo enquanto seus dedos começam a batucar na mesa.

Ela encara os pais da garota com firmeza, sem titubear e seu rosto já não demonstra mais nada.
Qualquer coisa que Rosa  possa ter digitado, foi algo que pode nos ajudar nesse caso, visto que Eduarda insistiu em conversarmos aqui e não no hospital.
Vejo minha irmã ficar preocupada ao olhar Eduarda.
Também estou preocupado.
Nenhum de nós pegou o tablet ainda. Eduarda o está segurando como se sua vida dependesse disso.
Hugo fez sinal para começarmos.

Eduarda pegou o tablet e muito calmamente disse aos pais:
- Acredito que sua filha  disse a verdade sobre o que aconteceu. Ela pode nos ajudar e muito com o que nos disse e ainda poderá ajudar no retrato do elemento.  Será uma enorme ajuda, visto que estávamos com pouquíssimas pistas e praticamente nenhuma direção para seguir.
Vocês querem ler primeiro o que Rosa digitou ou querem que eu leia?
Os pais de Rosa estavam com as mãos dadas e se  olharam.
- Pode nos dizer por favor. - respondeu Sr. Alves.

E a cada pergunta respondida por Rosa, a teoria de Eduarda sobre o elemento se confirma.
Os pais por sua vez, parecem cada vez mais surpresos com o que escutam.
Como não estariam?
Sua filha teve contato com o assassino várias vezes.
E eles sequer desconfiavam de nada.

O que significa que o assassino não conhecia só Rosa. Conhecia a rotina dos pais dela também.
Como o Assassino conseguia encontrar suas vítimas?
Redes sociais? Não deixava de ser uma hipótese.

Deixaria pra discutir essa dúvida com a equipe assim que o casal saísse para o hospital. Não custava dar uma olhada mais a fundo nessa questão.

Me chamou a atenção o tom cortante de Eduarda após os pais dizerem que a filha não sabia o que queria da vida por ser muito jovem.
Não sei dizer o que aconteceu, mas tive a impressão de que Eduarda discordava totalmente do casal a sua frente.

O Assassino Dos Contos De FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora