O Assassino Dos Contos De Fadas

Alice

Quando chegamos ao hospital, nos sentamos para esperar o resto do pessoal. Estava me dando um embrulho no estômago por causa dessa situação. Nem consegui dormir direito.

Fiquei pensando no que a Eduarda disse e eu espero lá no fundo, que ela esteja errada e que Rosa possa dizer isso a ela. Prefiro que o perfil esteja errado. Mas Eduarda é dura na queda. Se ela já mergulhou de cabeça nesse caso, ela não vai desistir de entender o assassino.
Ela detesta não compreender as coisas.
E se Rosa pode dar uma pista ínfima que seja, ela vai agarrar essa chance.

Eu vejo o quanto isso desgasta Eduarda, com o passar do tempo.
Ela se isola até sentir que é ela de novo.
Isso me assusta, como eu disse pro Alex.
É. .. estranho. Não é?

Vejo Gabriel entrando na sala de espera.
Pela cara, a noite também não foi nada boa.
Ele vem em nossa direção e se senta ao nosso lado.
- Bruno e Eduarda?
- Nem sinal ainda.- responde Alex se ajeitando no sofá. Grande que só ele.
- Os pais de Rosa virão daqui a pouco. Falei com eles ontem a noite. Nem tentei explicar a teoria de Eduarda. Melhor deixar pra ela isso.
- Tem certeza? - pergunto estranhando.
- Sim. Quero ver como ela interage com os pais e a Rosa.
- Algum problema? - Alex cruza os braços e estica as pernas.
- Não.- Alguém está sucinto hoje.
- Você está bem? - pergunta meu irmão seriamente.
Gabriel bufa entediado.
- Sim, ó grande metido em coisas que não são da sua conta.
Alex e eu sorrimos. Humor sarcástico. Marca registrada do nosso adorável amigo.

Vejo que meu irmão olha para a entrada da sala e ora, ora. Bruno e Eduarda juntos. Ao que parece, ela conseguiu convencer Bruno sobre sua teoria.
Hum.
Nem preciso olhar para Gabriel para saber que ele não gostou nem um pouco disso.
É. Ciúmes é uma coisa terrível.

Alex da um sorrisinho quando os dois se aproximam.
Lá vem. Conheço a peça.
- Então. Chegaram juntos?
Sutil irmão. Muito sutil.
Reviro os olhos diante do comentário.

Eduarda da de ombros e se acomoda ao lado de Bruno.
- Dei carona pra Eduarda.- responde Bruno calmamente.- Tínhamos umas coisas pra conversar e aproveitamos a oportunidade.
- Aham- resmungo - E conseguiram conversar?
- Claro. Foi muito esclarecedora nossa conversa não é Duda?
Oi? Duda? Alex levantou sua sobrancelha diante do apelido. Há muito tempo não a chamávamos assim.
- Foi tão esclarecedora assim? - questiona meu irmão.
- É. Foi. - responde Bruno. - Foi também pra você? - pergunta pra Eduarda.
- Foi sim. - responde ela com um sorriso.
Ui. Então tá.
Gabriel não fala nada.

Alias, nem parece que ele está aqui. Tá esquisito isso.
- Os pais de Rosa não chegaram? - pergunta Eduarda .
- Daqui a pouco chegam. - responde Gabriel. - Você vai conversar com eles e explicar sobre o que disse ontem.
Ela olha pra ele e pensa um pouco.
- Está bem. Alguma recomendação? Não tive contato com eles até agora.
- Vá com calma. Eles parecem querer chegar ao fim disso logo. Dependendo de como você explicar não teremos problemas. - responde Gabriel.

Essa também foi minha impressão sobre eles.
Tomara que de tudo certo.
- Eles chegaram.- avisa Alex.
Os vejo entrando apreensivos. Estão com olheiras e parecem que estão com os olhos apagados. Não há luz neles.
Sinto o meu coração se apertar por eles.
Isso vai ser muito difícil e realmente desejo que Eduarda esteja certa sobre isso.
Porque se nao, estaremos ferrados.