Capítulo 02.

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+ LOGAN

Ela era tão bonita que me fez parecer um idiota. Faz realmente algum tempo que isso não me acontecia, ah, se os caras me vissem agora!

Fiquei encarando-a feito uma mula, nem pareço um homem de vinte e seis anos. Mas ainda sorrio. Ela ficou uma graça irritada, mas confesso que não foi minha intenção irrita-la. É tão bonita que me esqueci de como encontrava as palavras daquela língua estranha.

Bufo irritado, pareço um adolescente.

Vi muitas mulheres bonitas pelos lugares que viajei, mas tem algo nela que me chamou atenção. Mas é minha vizinha, e é uma regra não se envolver com qualquer uma que possa saber meu endereço ou atirar qualquer objeto cortante em minha direção. Nunca se sabe, afinal.

Se eu tivesse prestado atenção nisso, talvez não tivesse tido tantos problemas nos Estados Unidos.

Minha pior experiência começou quando conheci minha ex-noiva, a cobra peçonhenta que era Jéssica Stein. Mamãe a adorou completamente, e eu também só tinha olhos para ela. Loira, delicada, pouco inteligente, confesso, mas Jéssica parecia a mulher perfeita para mim.

É, eu sou bem idiota.

Foi um choque descobrir que ela estava me traindo há meses. Não foi nada agradável e não teve o drama dos filmes ou séries de TV, Jéssica assumiu tudo friamente, disse que já fazia algum tempo que tinha perdido o interesse mas não encontrava a oportunidade para encerrar nossa relação. 

Fiquei incrédulo. Porque ela me deixou fazer um pedido de casamento então? Porque aceitou meu pedido? Quem entende a mente distorcida daquela mulher absurda? Vil e horrenda foram adjetivos acrescentados por Anna, minha irmã, que é uma devoradora de romances e adora um drama mexicano. 

Talvez nem mesmo a minha mãe pudesse imaginar algo assim acontecendo, outro ser vil e horrendo, Márcia Howell ficou furiosa por eu ter perdido uma moça tão boa e bonita para me casar. Tão boa e tão rica.

Jéssica é filha de um rico investidor em alguns estados ao redor do Colorado. Nada comparado ao meu humilde escritório de advocacia em ascensão. Eu fiquei furioso e despejei em cima da minha mãe todas as mágoas que guardei dela em meus vinte e seis anos.

Um drama digno da Oprah. 

Foi um alívio quando recebi a proposta de Asher Langford, um amigo da época da faculdade que se casou com uma italiana e agora é pai de três pequenos bebês trigêmeos e italianinhos. Asher precisa de alguém confiável para ficar no escritório enquanto apoia Isabela nos primeiros tempos. Como uma licença maternidade dupla, fiquei realmente lisonjeado que ele tivesse pensado justamente em mim. Asher me ligou achando que eu não aceitaria, mas mal sabia que tudo que preciso é distância daquele lugar e daquelas pessoas. Então eu pedi demissão do meu cargo na promotoria, fechei meu escritório com poucos clientes e resolvi me aventurar nesse lugar que parece tão quente como uma sauna. 

— Acabou tudo. – informou o homem da transportadora entregando-me uma prancheta para assinatura. Eu dei um visto com meus olhos presos na casa ao lado. Havia uma movimentação lá pela manhã e um a um vi três homens saindo e lançando-me olhares curiosos ou desinteressados. Até ela sair.

Uma italiana linda. Linda voz, lindos olhos, linda boca e aparentemente muito furiosa comigo.

Procurei afastar de minha mente o momento de mais cedo, mas sei que pareci muito mal educado com a moça, talvez mais tarde possa comprar uma torta e levar como desculpas, não é isso que os novos vizinhos fazem para ser cordial? Talvez eu devesse perguntar a Anna e confirmar. 

Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'Onde histórias criam vida. Descubra agora