Capítulo 08.

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+ LOGAN

O dia começa claro na segunda-feira e antes que eu possa correr ou tomar um café, recebo a ligação da delegacia para avisar que um dos meus clientes havia sido preso. Meu humor despenca, fico irritado e impaciente, tenho que dirigir apressado e com fome até a delegacia, discuto com policiais e obrigar o chefe da unidade a me contar porquê diabos meu cliente estava preso quando não deveria estar. 

Foi uma baita dor de cabeça. Mas por volta do meio dia, finalmente eu estava saindo de lá com o filho mimado livre. Às vezes amo meu trabalho além da conta, mas só as vezes, queria ter feito algo mas simples. 

Paro em frente a um café aconchegante e pequeno no centro da cidade, estou folheando um jornal e bebericando meu café quando vejo Alessia do outro lado da rua. Ela segura nas mãos uma pasta e parece apressada. Olha para os lados preocupada e confusa. Me apresso sem nem pensar e vou até ela, ela realmente corre, então é quase um sacrifício desviar dos carros na avenida para chegar até ela. 

— Alessia! — toco seu ombro, e ela pula, olhando-me alarmada.

— Logan! — surpreso recebo os braços de Alessia ao redor de mim. Ela se joga sobre meu corpo, aliviada.

— Sou eu. Tudo bem. — Acaricio seu cabelo e sinto seu corpo tremer. Deus, isso me desespera.

Nunca imaginei que ver essa mulher doce chorando fosse tão preocupante para mim. Aperto seu corpo contra o meu e ela esconde o rosto em meu peito, ainda está tão nervosa e quero saber o que a deixou tão assustada assim. — Tudo bem, Alessia. — eu digo abraçando-a mais forte e só a solto um pouco quando vejo que está mais calma. As bochechas e os olhos estão vermelhos, o lábio inferior ainda treme no choro preso e quero bater quem a deixou assim, tão nervosa.

— Venha comigo. Vamos beber e comer algo, você precisa se acalmar. — Ela assente em silêncio e eu pego sua mão, guiando-a para o café em que estava, me sento na mesma mesinha em que deixei minha xícara e faço o pedido para Sissa, sem esperar por sua resposta. Ela ainda está em silêncio, torcendo os dedos com os olhos baixos. 

— Querida, aqui. — estico a ela os pãezinhos e a xícara de café. Sissa toma um gole tímido do líquido e suspira, me encarando. Toco sua mão sobre a mesa e seus dedos apertam os meus. Gosto da sensação das nossas mãos juntas, do calor dos seus dedos junto dos meus. — Está melhor?

Ela assente ainda em silêncio e quero voltar a abraça-la, puxar ela para os meus braços e tirar todo e qualquer vestígio de choro e preocupação do seu rosto. 

— Quer me contar? — odeio admitir que se ela não me contar, eu vou procurar saber. Já tive essa experiência antes.

Nos meus primeiros anos de advocacia, lidei com uma cliente que era perseguida pelo ex-marido abusivo. Ela podia ouvir uma pena caindo no chão, tamanho era seu receio de estar sendo seguida. Eu reconhecia os sinais. Sissa não parecia ser do tipo que se envolvia com esse tipo de cara, mas mesmo assim, nunca se sabe como é a mente de alguém até você contraria-la. 

— Eu acho que... Acho que estava sendo seguida. Eu fiquei tão nervosa, com tanto medo, não sei... — ela suspira, ainda encarando a xícara de café. — Talvez tenha sido exagerada, é só que Enzo disse que estão enviando ameaças a ele e eu bati o pé e dispensei Giovanne e agora aconteceu isso. — os olhos dela voltam a se encher de lágrimas.

— Porque dispensou os seguranças  Sissa? 

Ela balança a cabeça decidida. — Porque não quero, eles assustam as crianças, deixam elas retraídas.

Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'Onde histórias criam vida. Descubra agora