Capítulo 03.

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Ele fica sempre me encarando o que me fez passar a mão pelo rosto centenas de vezes. Porque fica me encarando assim? Isso me deixa sem graça e acabo corando como um tomate mais do que estou acostumada.

Lanço um olhar raivoso para Antonella no outro lado da mesa, a espertinha bem que sabia que eu ficaria nervosa. Eu e a minha boca grande.

Nem devia ter contado a ela e a vovô o quanto achei o estrangeiro bonito, fiquei tão focada nisso que me esqueci de dizer que o achei irritante também. Mesmo que agora eu tivesse que admitir ele não estava sendo irritante, pelo contrário, parecia simpático e charmoso.

Estava sentado de frente pra mim, sempre que eu olhava pra ele, ele sorria e eu corava.

Ele tinha um sorriso lindo, com certeza, mas não sei se era do tipo que sorria para todas as garotas, exatamente como meus irmãos, mas estava sorrindo demais para mim. Ele era bonito demais para não ser um galinha. 

Georgio e Fabrizio não param de me encarar, eles estreitam os olhos e cochicham como duas velhas fofoqueiras e eu bufo, estreitando os olhos de volta para eles.

Quero matar vovô e Antonella. O que eles tem com pessoas solteiras? Vovô já deve ter unido uns cem casais na vida. Está demorando pra fazer isso com meus irmãos, pela lógica ele deveria arrumar uma esposa para o Enzo.

Acho que preciso encontrar uma boa senhora para fazer companhia a ele, assim para de ser tão enxerido e ficar metendo o nariz onde não é chamado.

— Aceita mais legumes vovô? — Eu questiono esticando a tigela em sua direção e colocando os legumes em seu prato sem esperar resposta. Sorrio vitoriosa diante de sua careta e Tony se contorce em um riso mudo. — Você também, Tony. É muito bom pra pele sabia?

Sua careta me faz querer rir, mas fico plena ao colocar os legumes em seu prato.

— Então Logan, você tem namorada? — Vovô joga a pergunta assim no ar. Sem mais nem menos, nem preparou o terreno antes, quase me engasgo com o vinho.

— Na verdade, não. — O pobre rapaz responde confuso e fico só um pouco interessada. — Acabei de sair de um noivado conturbado. — Responde e isso é uma indireta para vovô. Não quero relacionamentos, é o que diz. Porque esse velho maníaco cupido não para de me fazer passar vergonha?

Eu quis esganá-lo, é uma boa que fosse velho, assim preciso respeitá-lo. Vovô bem que abusa da sua condição de idoso e de avô, fala coisas como se não precisasse de limites.

— Minha neta está solteira também. — Vovô ignora o aviso velado do estrangeiro e dessa vez eu realmente engasgo em minha própria saliva.

— Sissa cozinha muito bem. — Completa Tony toda parceira do vovô.  Eu chuto sua canela em baixo da mesa e ela geme me lançando um olhar ofendido. — E ela ama a América, sabia? — Continua toda faceira.

Traidora essa daí.

Como eu fosse feita para casar e cozinhar. Onde está a modernidade da minha amiga?

— Alessia não está procurando um marido, vovô. — Interrompe Bernardo de forma descontraída. Ele pisca para mim e eu sorrio agradecida. Senti tanta falta do meu irmão, queria que ele estivesse aqui pertinho de mim, mas Georgio e Fabrizio resolveram fazer guarda e sentaram um de cada lado. Dois patetas.

— Ninguém falou em marido. — Diz vovô enfiando na boca uma quantidade cheia dos legumes. Todo desafiador esse meu avô. 

— Também não precisa de namorado. — Georgio resmunga de forma mal criada.

Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'Onde histórias criam vida. Descubra agora