Logan segurava um machado enquanto cortava alguns pedaços de madeira que usaríamos na fogueira à noite. Algumas crianças viriam da escola municipal de San Pietro para o festival. Nós servíamos alguns lanchinhos e as mais velhas sempre contavam histórias de terror ou lendas locais. O hotel-fazenda era a atração principal do ano para elas.
Eu cruzei minhas pernas enquanto observava meu namorado abaixar o machado e passar as mãos pela camisa, tirando-a e jogando no chão. Para um advogado, ele tinha um talento impressionante. A barriga malhada e suada que me fazia querer correr os dedos, os cabelos suados, os braços fortes. Eu tive que suspirar.
— Quer um babador?! — Dou um pulo ao ouvir a voz de vovô ao meu lado. Vovô está de pernas cruzadas segurando seu próprio gelatto nas mãos. Hoje não está de terno, mas usa uma camisa com alguns botões abertos e a calça também está enrolada nas pernas.
— Vovô! Credo! Parece uma assombração! — Eu coloco a mão no coração e seguro com mais força meu pote de gelatto. — E eu não sei do que está falando. O senhor que devia estar aprontando. — Aponto para suas vestes desarrumadas demais para seu estilo habitual.
— Não? — Ele dá um risinho malicioso me ignorando. — Só estou observando você comer seu namorado com os olhos. Olha, cheio de baba no seu gelatto. Quer o meu querida?
— Vá caçar o que fazer vovô! Por favor!
Ele riu. — Pobre estrangeiro, acho que você vai cansá-lo um pouco quando finalmente decidir dar o... — Ele faz uma pausa aproximando-se de mim um pouquinho mais — grande passo. — Finaliza com um risinho malicioso.
— Vovô, por favor! Tenha modos de um avô! — eu reviro meus olhos, me levantando em um pulinho. — Eu vou pegar uma limonada para ele, com licença, vovô.
— Toda, querida. — Ele gesticula. — Esqueça as camisinhas, eu quero um bisnetinho logo!
Eu dou risada, porque não tem mais opção para lidar com vovô se não rir. A cozinha está a todo vapor hoje, babá e mais três mulheres estão cozinhando os petiscos para as crianças enquanto falam e gesticulam de forma animada. A fofoca da vez é sobre um casal que se separou durante a cerimônia de casamento, aparentemente, o evento era esperado aqui na redondeza e o pobre homem estava sendo traído durante todo o tempo. Fiquei tão interessada que até me apoiei na bancada para ouvir o resto do conto. O pobrezinho estava tão animado para o casamento, mas a moça já estava apaixonada por outro. Fugiu do casório com cavalo e tudo. Digno de cinema!
— Como está lá fora? — Ela pergunta com um sorriso esticando para mim pedaço de bolo de chocolate, eu abro a boca e babá o coloca lá. Eu rio mastigando e quase gemendo de prazer.
— Maravilhoso! — Cantarolo. — O melhor bolo de chocolate! — Dou um beijinho em seu rosto e ela ri, empurrando-me. — A decoração está perfeita, babá. Há tudo de natal para todos os lados. É uma pena este ano não estar frio o bastante para nevar, eu ia amar uma guerra de bola de neve! E as crianças iam adorar!
— Ah, querida, os tempos tem ficado cada vez mais quentes. — Ela lamenta passando a costa da mão na testa suada e eu assinto, porque tem mesmo e não adianta dizer a babá nenhuma das teorias conspiratórias que já li.
Vou até a geladeira pegando da jarra grande um copo de limonada e coloco alguns cubinhos de gelo. Quando volto para o lado de fora, onde Logan ainda está sem camisa, meu queixo cai ao ver em torno dele umas cinco meninas admirando-o.
Estreito meus olhos vendo-as dar risadinhas cobrindo a boca e cruzarem as pernas deixando as saias curtíssimas mostrando demais. Marcho até lá irritada e fico ainda mais irritada ao ver Logan sorrindo todo charmoso, apoiado no machado como se fosse o lenhador do ano. Versão branca de neve pornô, é o que diria Tony se estivesse aqui para ver a cena.
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Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'
RomanceAlessia D'angelo é a caçula de quatro irmãos solteiros e mulherengos, órfã de pai e de mãe Alessia foi criada pelos quatro irmãos mais velhos, além do avô paterno. As cinco figuras masculinas e protetoras fizeram com que Alessia se tornasse uma esp...