Capítulo 14.

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Não demorou para que a crise de ar fosse embora, com toda a atenção médica e tudo o mais. Ela puxou suas malinhas e me largou ali com a minha vergonha. 

Meu vestido sexy e lindo foi substituído por uma camisola médica ridícula e eu fui posta em um quarto, para observação. Será que eles me impediriam se eu tentasse cavar um buraco e me enterrar?

Será que vovô me deixaria passar algum tempo na propriedade de Nápoles? Ou talvez conseguir uma suíte em Cosença? Porque eu simplesmente não quero voltar para casa. Não quero olhar para Logan outra vez depois da vergonha que tive que passar. Talvez eu pudesse ir para a Villa. Ou me mudar para Florença, um tempo na Casa Della Signora certamente faria um bom trabalho em enterrar minha vergonha. Certo, qualquer lugar da Itália, qualquer hotel D'angelo. Até a esquina, se eu não fosse ver Logan.

Eu estou fuçando em minha bolsa em busca do celular, mas não há algum sinal dele em qualquer lugar do quarto. Sou interrompida por um pigarro e me viro, dando de cara com Logan. Ele já está sem o casaco do smoking e sem a gravata. A camisa dobrada nas mangas e o cabelo em desordem.

Ai que homem bonito. Isso não era muito justo, para ser sincera. 

— Que bom que você está bem. — Ele abre um lindo sorriso para mim e eu suspiro, esquecendo-me momentaneamente da minha vergonha. Até ele se aproximar e me estender o aparelho celular.

Olá vergonha, você por aqui? Suspiro pesadamente, pegando o aparelho de suas mãos e girando-o entre as minhas completamente sem jeito. 

— Me desculpa, Logan. — Eu digo voltando a me sentar na cama. Encaro a parede a minha frente, evitando seus olhos deliberadamente. O quarto tem tons pastéis e rosados, claramente é na ala particular do hospital e fico em dúvida de como Logan conseguiu dar a minha entrada sem ser um parente próximo. — Eu estraguei tudo. Sou um desastre. Me desculpa de verdade por arruinar o nosso encontro.

Hey. — Logan se senta ao meu lado, puxando-me para os seus braços. Me aconchego em seu peito, meio desajeitada pela posição lateral em que estamos. — Você não estragou nada. Foi o encontro mais legal que eu já tive.

— Logan. — Eu bufo desacreditada e completamente chateada. Ainda brinco com o aparelho eletrônico em minhas mãos enquanto encaro as unhas bem feitas que perdi tanto tempo fazendo. 

Eu sou mesmo um desastre de pessoa.

— É sério. Nunca tive um encontro em um hospital. E é muito interessante.

— Eu estou vestindo uma camisola horrível. — Eu resmungo. — Que deixa minha bunda de fora.

Logan ri. — Tudo bem. Você tem belas pernas, baby. Pode exibi-las em sua camisola bonita. E pode exibir seu bumbum bonito também. — Ele pisca cafajeste.

Eu dou uma cotovelada nele, mas também rio. Apesar de tudo, estou contente que nada tenha ficado estranho. Ele está aqui comigo, apesar da bagunça que eu fiz. Eu gemo escondendo meu rosto em seu peito. Mal posso acreditar que realmente, realmente fiz isso conosco. Nos trouxe até um hospital, de noite, por causa de crise asmática causada por meu emocional terrível.

Eu sou péssima.

Um desastre ambulante. Não consigo parar de pensar no quanto isso é humilhante. Se Georgio sabe sobre isso, nunca me deixará em paz. Eu me afasto encarando Logan alarmada.

— Chamou meus irmãos?

Ele me olha culpado. — Se vale de algo, eu chamei Bernardo. 

Suspiro aliviada. Tudo bem, Bernardo é sempre o Bernardo. Nele eu posso confiar que essa história vai morrer aqui. 

Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'Onde histórias criam vida. Descubra agora