— Enzo! — Eu dou um safanão em sua cabeça quando meu irmão tenta tirar a própria cueca pela terceira vez. — Eu já disse que é melhor se comportar ou chamarei vovô e que Deus o ajude a se explicar quando ele vier da Villa até aqui.
Meu monólogo raivoso pareceu surtir algum efeito, já que meu irmão soltou o ar e se deixou levar para o chuveiro. Eu abri a ducha em sua potência máxima e mais gelada, enfiando-o lá dentro com rapidez. É melhor que ele fosse logo antes que eu perdesse a minha pouca paciência.
Encontrar Enzo completamente bêbado, bagunçado e chorando por Antonella é tudo que precisava para acabar com essa noite que foi o maior desastre da minha vida.
Eu o apoio no chuveiro, encarando a expressão desolada do meu irmão. Nunca o tinha visto assim, parecendo tão triste e frustrado. Enzo jamais chegou em casa nessa situação e meu coração se aperta em pensar que duas pessoas que amo estão sofrendo tanto por amor. — Vai ficar tudo bem, Enzo. — Eu consolo inutilmente. Mesmo que quisesse dizer "Bem feito, você foi um bundão com minha melhor amiga".
Era melhor me manter imparcial, afinal.
— Está mulher é o diabo! — ele aponta o dedo para mim, a voz está embolada e eu reviro os olhos. — e você é a assistente dele, irmã.
Até dou risada, quando vejo que ele já está mole eu o puxo para fora do chuveiro e entrego uma toalha em suas mãos. Enzo se seca mais ou menos e eu o acompanho até seu quarto. Deito-o como uma criança e puxo as cobertas até seu pescoço para que não pegue um resfriado, apesar da noite quente.
— Vou ficar com você até que durma, Enzo. — Faço um carinho em seus cabelos molhados. Meu irmão me olha longamente quando me sento ao seu lado da cama.
— Me perdoe, Alessia.
Eu faço um gesto de mãos. — Eu só estou retribuindo o favor, Enzo.
Sorrio para ele porque não foram poucas as vezes em cheguei em casa trancando as pernas após uma aventura adolescente ao lado de Tony. Enzo, o durão, sempre cuidou de mim com amor e carinho, deixando as broncas para o dia seguinte, quando eu lamentaria a ressaca para que ele dissesse com gosto 'eu avisei'.
— Não é por isso. — Enzo retruca. Os olhos estão fixos no teto e percebo que sua bebedeira já está o abandonando. — Me perdoe por não ser um bom irmão.
— Enzo...
— Só saiba que nunca vou deixar nada te acontecer. — Ele fecha os olhos e não tenho chances de responder porque logo ouço seu ronco repuxado.
É, homens bonitos também roncam feito tratores. Tony vai ficar satisfeita em saber disso.
Suspiro me abaixando e deixando um beijo em seu rosto, ajeito seus travesseiros e fecho as cortinas. Eu me adianto indo buscar uma aspirina e coloco em seu criado-mudo. Amanhã é provável que Enzo acorde com uma dor danada.
É provável que eu também acorde com uma, penso enquanto observo a foto de Logan na tela do meu celular. Meus dedos coçam para mandar uma mensagem, um pedido de desculpas. Nesse momento, enquanto me deito, só posso me condenar por ser tão ridícula e infantil.
O dia seguinte amanhece quente, como quase todos os dias. A primeira coisa que vejo quando abro as janelas, é Logan. Infelizmente, ele não está prestando a mínima atenção em mim.
Está usando uma camisa de mangas longas e moletom. O bumbum bonito bem exibido no tecido fino. Me repreendo mentalmente quando o vejo se abaixar para recolher o jornal, evidenciando aquela coisinha maravilhosa em sua parte de trás.
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Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'
RomanceAlessia D'angelo é a caçula de quatro irmãos solteiros e mulherengos, órfã de pai e de mãe Alessia foi criada pelos quatro irmãos mais velhos, além do avô paterno. As cinco figuras masculinas e protetoras fizeram com que Alessia se tornasse uma esp...