Capítulo 10.

11.3K 1.1K 36
                                    

— Já está apaixonada? — Bernardo questiona quando desço para o café. Dou a ele um olhar fulminante, e recebo outros dois emburrados de Fabrizio e Georgio. No entanto, surpreendentemente meus irmãos não abrem a boca.

— Bom dia, família. — Eu me sento a mesa, puxando para mim um pedaço de queijo. Levanto a cabeça quando não obtenho nenuma resposta. — Ninguém me responde?

— Tratamento de silêncio para você, Alessia. — É Georgio quem responde. Bernardo revira os olhos e dá um tapa na cabeça do meu irmão. — Ai Bernardo, tá' doido?

— Vocês é que estão. Olha o tamanho de vocês para ficarem agindo feito moleques. — Bernardo revira os olhos e se levanta. — Tô saindo, gatinha. — Ele beija minha bochecha com carinho, rapidamente partindo do cômodo. Franzo o cenho para sua saída repentina, mas sou surpreendida por meu outro irmão levantando-se.

— Eu também, Sissa. — Fabrizio diz passando por mim e também me dando um beijo. — Vou pegar carona com o Bê, meu carro quebrou. — Ele diz aquilo como o fim do mundo e eu sorrio pelo tom dramático.

— Tchau, meninos! — Aceno e volto a tomar meu café, ignorando a presença de Georgio. Ele me olha por um minuto inteiro, levando o café a boca como se gostasse da bebida. Finjo nem notar sua presença na mesa, simplesmente me recuso a ser a primeira a falar qualquer coisa. Georgio precisa aprender que o mundo não gira ao seu redor e não se pode agir como quer.

— Sissa.

— Hum? — Eu digo desinteressada, pegando o celular e rolando os aplicativos pela tela sem interesse. Não tem nada pra fazer aqui, mas eu faço questão de ignorar meu irmão.

— Sissa? Por favor, qual é! — Ele bufa exasperado. — Ainda está magoada comigo?

— Isso é um pedido de desculpas, Georgio?

— Não! Sim! — Bufa outra vez. — Sim, claro que é! Olha, me desculpe, Sissa. — Georgio sai de sua cadeira, aproximando-se da minha e sentando-se ao meu lado. As mãos vão para meu rosto e eu tento fazer minha melhor expressão de desinteresse. Sem sucesso, afinal, eu amo esses garotos.— Pode me desculpar?

— Não Georgio! — Praticamente grito e o vejo piscar surpreso. Certo, eu o amo, mas ele merece uma lição. — O que você fez foi errado! Me magoou demais. Se eu não posso confiar em meu irmão, em quem confiaria?

— Sissa! — Ele joga os braços para cima, frustrado. — Foi só uma brincadeira de mau gosto, certo? Eu fiquei com ciúmes, você é minha irmãzinha, só isso. Mas eu prometo que não faço outra vez.

Estreito meus olhos. — Promete?

— Sim. — Estende a mão para mim e eu suspiro com um sorriso.

— Prometa que nunca vai falar disso com ninguém. Nunca.

Georgio sorri. — Nunquinha mesmo. — Nós entrelaçamos nossos dedinhos e eu sorrio também. Meu irmão passa os braços ao redor dos meus ombros em um abraço desajeitado. — Me desculpe irmãzinha.

— Certo, dessa vez. — Eu digo tentando parecer um pouco durona. Georgio vai dizer algo quando a campainha toca insistentemente.

— Precisamos de um mordomo para essa casa! — Meu irmão diz se levantando para ir atender a porta. — Nós somos ricos, porque não temos um mordomo?

Eu rio. — Porque vovô ensinou que temos pernas e mãos saudáveis?

Georgio revira os olhos e me da às costas caminhando até a porta. Eu continuo apreciando meu novo pedaço de torta quando Georgio retorna a passadas pesadas com Logan logo atrás dele. Eu engasgo, corando quando ele sorri para mim com os dentes brancos e reluzentes. O sorriso aberto faz com que ruguinhas surjam ao lado de seus olhos e eu quero suspirar. Ele estava lindo com o terno e tudo o mais, ontem em meio ao meu nervosismo eu não havia reparado o quanto ele ficava bonito vestido de advogado.

Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'Onde histórias criam vida. Descubra agora