Sentada aqui, vendo as luzes da cidade, reflito sobre o que se tornou minha vida.Pedro era meu grande amor, um ano mais velho que eu, sempre foi meu vizinho, amigo e desde pequeno foi apelidado de Loirinho.
Crescemos juntos em uma comunidade aqui no Rio de Janeiro e estudávamos na mesma escola, ele sempre um ano a minha frente, íamos sempre juntos, ficávamos juntos no recreio e voltávamos juntos. Quando ele foi para o ginásio, me esperava na saída e eu sempre dizia que não era preciso, no entanto, isso de nada adiantava, ele sempre me esperava. Éramos inseparáveis.Quando completei quatorze anos nosso namoro começou. A felicidade que senti com o consentimento dos meus pais, não cabiam em palavras, toda a minha família ficou feliz. Lembro-me que nosso primeiro beijo foi neste mesmo dia. Eu morria de medo de beijar errado, pois nunca o tinha feito, mas ele foi paciente e carinhoso.
Ao completar quinze anos, não teria festa. No entanto, ele guardava tudo que ganhava desde quando eu fiz dez anos e contei a ele que queria uma festa. Ele ganhava dinheiro carregando sacolas de mercado, tijolos para obras e quando fez treze anos levava crianças para escola e creche.
Aos quatorze dava aula em casa para as crianças da comunidade mesmo, acordava às cinco da manhã para vender pão num cesto pelos becos da comunidade. Era um filho exemplar e o melhor amigo que alguém poderia desejar.
Pedro era o meu herói!Um mês antes da minha tão esperada data, ele reuniu minhas tias, minha mãe e juntos montaram meu sonho, ele pagou e elas entraram com a mão de obra. Meus pais mesmo não podendo, compraram um vestido de princesa para mim, pagaram em doze vezes, ou melhor, dez, as duas últimas foi Pedro quem pagou. Eu estava radiante e ele simplesmente lindo vestido de príncipe.
Aos dezesseis perdi minha virgindade, evidentemente com ele. Nunca estive com outro homem em minha vida.
Aos dezessete ficamos noivos. Ele terminou o ensino médio, foi trabalhar de moto taxi na comunidade mesmo e ainda fazia bico de ajudante de pedreiro. Fizemos uma quitinete em cima da casa da minha sogra e quando terminei o segundo grau nos casamos no civil. Enquanto não terminei, ele não me deixou trabalhar, dizia que atrapalharia meus estudos. Realmente ele era um príncipe.
Quando terminei fui trabalhar em um call center à tarde e saía direto para o curso de técnica de enfermagem. Ele bancava a casa e eu o curso e nossos cinemas; Eu sempre amei cinema.
Meu curso durou dezoito meses, saí com emprego garantido no hospital onde fazia estágio; então passou a ser minha vez de fazer algo por meu príncipe e paguei para ele um curso que estava na moda. IRLA, era para instalar telefone e pagava legal. Arrumei mais um emprego e fiquei com plantões em dois hospitais particulares. Ele também fez o curso com louvor, logo assinou a carteira na área, porém, continuou sendo moto táxi nas horas vagas.
Quando fiz vinte e um anos, conseguimos dar entrada em nosso apartamento que por ser próximo a comunidade, foi relativamente barato. Com a venda do quitinete e o que tinhamos guardado.pagamos mais que metade do valor pedido e em um ano conseguimos quitar o restante da nossa dívida. Pense em uma mulher feliz... Essa era eu!
Fiz auto escola e passei na primeira tentativa. Compramos um carro de segunda mão e só faltava mesmo o nosso bebê para eu me sentir totalmente realizada. Ele me pediu para esperar mais um pouco e eu concordei. Chateada, mas concordei.
Depois de um tempo.... Pedro, perdeu o emprego por que começou a faltar dizendo que no moto taxi arrumava mais dinheiro. Eu discordava, mas... Tudo bem. Ele começou a chegar mais tarde e às vezes no fim de semana nem aparecia. Dizendo que na madrugada ele lucrava mais por causa do baile e várias vezes saí para o trabalho sem vê-lo retornar. Entretanto, eu entendia que ele estava lutando para nos dar o melhor.
No nosso aniversário de seis anos de casados ele resolveu me levar em uma viagem à Foz do Iguaçu, dizendo ser a lua de mal que não tivemos. Lembro-me que no dia, fiquei radiante.
Fomos quinze dias antes, porque era quando eu estava de férias e ficamos por uma semana. Um dia antes do nosso retorno, ele me deixou na pensão. Sim! Pensão, porque ainda queríamos economizar para um dia termos uma casa. Amo espaço e gosto de ser livre. Isso não era possível em nosso minúsculo apartamento. Apelidado carinhosamente por mim, de apertamento. Lógico que algumas vezes nós passeávamos. Eu amo os pontos turísticos do Rio de Janeiro e o meu favorito é esse que estou agora sentada nesta madrugada. (Mirante do Joá, zona sul do Rio)
Voltando a Foz do Iguaçu...
Ele me deixou sozinha e foi ao Paraguai. Eu também queria ir, entretanto, disse que iria comprar um presente surpresa para mim. Algo deu errado e ele não me entregou presente nenhum. Não me importei, meu melhor presente sempre tinha sido ele mesmo o sexo não sendo bom. Eu não tinha muito fogo, mas sempre cumpri minhas obrigações na cama. Nunca lhe disse não. Não nego que sempre fingia para ele acabar logo. Acho até que eu tenho algum problema nessa área porque eu e orgasmo não combinamos. Eu somente conseguia gozar sozinha, escondida no banheiro. Não sei porque isso acontecia, ele sempre foi carinhoso comigo.Minha primeira vez foi muito romântica e como não gozei ele explicou que era por causa da dor e do nervosismo. A segunda foi a mesma coisa e ele ficou triste, então sozinha fui ver uns filmes na internet e para não vê-lo triste novamente, aprendi a fazer todas aquelas caras e bocas de quem está amando tudo, mesmo sem entender como aquelas mulheres gostavam daquilo. Aqueles homens eram tão brutos com aquelas coisas enormes que acho que elas gemiam era de dor, isso sim.
Mesmo sem orgasmos, eu era feliz. Sexo sempre foi somente um pequeno detalhe. Meu príncipe me realizava em muitas outras coisas.
💛💛💛
Mirante do Joá.
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Obrigada Lenarossi e LucianaSalermo por todos os toques e apoio, essa obra está se tornando melhor graças a vocês.🌟seja bem vindo(a)!
Se gostar, não esqueça de me presentear com seu voto, por favor.🌹💋beijos da Aline💋💋.
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NA ILHA 🔞
Romance🔴 REPOSTADO... Proibido para menores de 18. CONTEÚDO ADULTO. Um assalto os coloca lado à lado. Isabella é uma ex presidiária, que não pode mais trabalhar com o que sempre amou. Para ela, príncipes viram sapos. Negra e com a ficha suja, encara os d...