NA ILHA 🔞

Captítulo 48

Devo ser fora da casinha mesmo. Somente quando cheguei em Nova Iorque, que tive a real dimensão de como Niko é famoso e praticamente idolatrado por seus fãs. Isso realmente me assustou; porque pra mim, ele é apenas o homem que amo.

Queria ficar com Niko e os rapazes no set, mas ando com muito sono. Mesmo assim saímos um pouco.
*
Já estou ficando chateada com todo esse sono e ao mesmo tempo, feliz por estar aqui com ele.
*
Foi difícil a despedida e entrei no avião com vontade de voltar para junto dele.
No entanto, voltei para casa passando mal e vomitei assim que entrei no banheiro do aeroporto do Rio de Janeiro. Na mesma hora que botava os "bofes" pra fora, me lembrei que não fiquei menstruada esse mês.

Minha vida foi tão corrida que eu simplesmente me esqueci. A possibilidade me deixou pânico. Eu só conseguia lembrar dele falando que não queria ter filhos e dos seus medos.

Saí do banheiro e Douglas estava na porta me esperando. Foi impossível esconder que estava passando mal, isso me possibilitou entrar na farmácia do aeroporto e comprar um remédio para enjoou e um teste de gravidez.
Sei que a urina da manhã é o mais indicado e pensando assim, vou tentar esperar.

Quando Niko me chamou no Skype, eu ainda estava aérea com a possibilidade de estar gerando um filho nosso. O tempo todo me perguntava se deveria ou não contar à ele sobre minhas suspeitas. Ele percebeu que eu não estava normal. No entanto, consegui disfarçar bem. Era melhor contar quando eu tivesse certeza.

Depois de tanto dormir, agora quase não consigo fechar os olhos de tanta ansiedade e preocupação.
Às 5:20 da manhã eu confirmo o que já tinha praticamente certeza. Estou grávida.

Após uma pequena falta de ar, fico feliz. Afinal, em meu ventre tem o fruto do meu amor por ele e isso não pode ser de forma alguma ruim. Porém, quando a euforia passa, tenho medo novamente. Ele deixou bem claro que não queria filhos, mas também disse  que um dia, poderia até mudar de idéia. É na segunda opção que me agarro com unhas e dentes.

Não sei se conto logo ou espero ele chegar ao Brasil. Independente do meu medo não vou esconder minha gestação  dele. Independente dele gostar ou não, meu bebê, no que depender de mim,  nascerá e será muito amado, mesmo que seja apenas por mim. Deus! Estou tão assustada.

O relógio marca 6:09 da manhã e lá ainda são quatro e um pouquinho. Com certeza ele ainda dorme.

Quando saio do banheiro meu celular vibra sem parar. Acompanho Niko na internet junto com um grupo de fãs aqui do Brasil e quando publicam algo sobre. Imediatamente o grupo fica alvoroçado. Quando leio um comentário de uma fã baiana, falando que o que estavam falando e fazendo conosco era um absurdo. Entro imediatamente no Google e pesquiso as últimas notícias Nikolas Jason. Surge uma enorme matéria falando do meu passado e principalmente do dele.

Mesmo ele já tendo me falado que não queria filhos, ler o final da "matéria"  simplesmente desmorona meu mundo. — Onde eu estava com a cabeça em cogitar que ele poderia aceitar essa gravidez?

Saber que claramente minha presença ao lado dele fez e que sou a responsável por lhe trazer novamente toda essa dor para vida do homem que amo. Me  deixa mais perdida do que antes.
Tambem sei que se ele ao menos cogitar continuar comigo, não o deixarão em paz e quando nosso bebê nascer, ainda será chamado de marginal. Meu bebê! Um bebê que não pediu para nascer.

Sou tomada por uma coragem, sei que tenho que protegê-los e a melhor forma é sumindo. Com esse pensamento, rapidamente eu arquiteto um plano.

Bato na porta do quarto do Douglas e evito olhar diretamente para ele

— Douglas bom dia, me desculpe mas recebi uma mensagem de que minha gravação foi adiantada para hoje. Mas  se não puder ir comigo, eu pego um táxi...

— Bom dia Bella! Nada disso, estarei pronto antes de você.

— Obrigada! — me afasto da porta o seu quarto e entro no meu resolvendo tudo.

Depois de perder aquela grana para os filhos do Pedro. Não guardei mais nenhum centavo no banco. No meu apartamento tinha um pequeno cofre e aqui também, com a mudança eu trouxe minhas econômica, e se eu souber usar, nada vai nós faltar.

Procuro meu antigo caderno. Um que eu usava prisão e lá encontro o endereço de dona Graça.

Graça é uma senhora que é mãe de um advogado que conheci no fórum, no dia do meu julgamento, me lembro na hora do que ela me falou:
-Isabela, um dia você vai ficar confusa e precisar de um lugar para pensar e por os sentimentos em ordem, anote meu endereço e conte comigo. Mas não se preocupe que no fim tudo irá se resolver. -Lembro-me que sorrir, agradecer e anotar, mesmo achando ela meio doida.

Ela mora em Búzios, não sei porque nunca a procurei antes e muito menos porque me lembrei dela agora. Mas foi a primeira pessoa que pensei neste momento.

Já pronta. Mando uma mensagem para a produtora do comercial de amanhã e falo que preciso falar urgentemente  com ela, que irei ao seu encontro agora. Ela me responde confirmando o endereço em que está.

E lá vou eu com Douglas dirigindo ao meu lado. Na entrada do set, ele e barrado. já que eu só irei trocar umas palavrinha com ela. Propositalmente deixo meu celular pra trás e entro. vou pela lateral do estúdio e logo avisto a entrada de serviço. Saio por ela e para minha sorte, passa um táxi.

Não entro na rodoviária. Pego uma van para Niterói e em Niterói ligo avisando ao meu irmão que estou bem, mas que irei passar um tempo fora, que não era para se preocuparem comigo.

Comprei umas peças de roupas em Niterói e peguei outra van para Búzios.

Graça, parecia que já sabia da minha chegada, pois estava no portão. ela não me perguntou nada, só me abraçou forte e eu chorei.

Chorei por meu amor e por meu bebê, que nem nasceu e já esta sendo caluniado. Mais calma tentei almoçar e depois arrumei a cozinha. Mesmo achando que não conseguiria, dormi.

Tem dois dias que estou aqui e a saudade que tenho dele me enlouquece. Eu queria ao menos ouvir o som da sua voz, mas sei que se eu ligar, mesmo com o numero restrito, ele vai me achar.

Ainda não estou pronta para contar a ele sobre a gravidez, ou talvez ele nem deva estar me procurando. Deve estar trancado em algum lugar do mundo, bebendo e sofrendo por seu passado, esquecendo-se de tudo e de todos. Eu queria ter sido forte para consola-ló, mas por hora, me sinto frágil e sozinha.

Mais uma vez, vi no celular da Graça alguns comentários externamente racistas em minha página. A maioria vindo de fãs dele, dizendo que eu era a desgraça de sua vida e até alguns desejando que eu estivesse morta.

Então eles sabem que sumi e é assim que vou permanecer até meu bebê nascer. A partir daí, resolvo não abrir mais a internet. Já amo minha sementinha por nós dois.

Tem quatro dias que estou aqui, quis ir para uma pensão mas Graça e seu Clóvis, não permitiram. Amanhã vou ao posto de saúde, pois tenho que começar o pré-natal.

Acabei não indo, dormi demais e ainda está chovendo muito.

Tem cinco dias que estou aqui e hoje fui ao posto médico, preenchi uma ficha para fazer meu pré-natal e depois do exame de sangue positivo, marcaram à minha primeira consulta para mês que vem.

Graça disse que logo voltarei para casa. Ela as vezes fala umas coisas do nada, e confesso que me assusta.

A única forma que tenho de matar a saudade dele é vendo uma foto que pedi para Graça salvar em seu celular. Tem dias que só choro, mas faço isso escondida. Não quero preocupa-los. Em outros me sinto injusta, fraca e até infantil. Já não sei se fiz bem em fugir. Mas também não sei se teria sido melhor ter ficado. Minha mente esta em total confusão.

A saudade dói, e dói muito. Sem resistir, no começo da noite, ligo para ele com o celular de Graça com o numero restrito. Preciso ouvir ao menos o som da sua voz... No terceiro toque ele atende.

— Alô, alô. — É audível seu desespero.
Desligo e choro tanto que minha amiga Graça me da um chá de camomila. Como posso ter sido tão medrosa?

Entro no quarto e ainda chorando, Caio no sono.

— Eu preciso voltar...
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💋Beijos da Aline💋💋.