A semana passou rápido como nunca havia passado.E no outro final de semana eu já estava recolhendo as poucas coisas que sobraram na antiga casa e me mudando,pra casa dos Montgomery.
Não era como se eu nunca tivesse ido lá,afinal,eu dormia lá todos os finais de semana.Mas agora eu via aquela casa com olhos diferentes,e cada pedacinho parecia novo.
Sorri quando eles me disseram que eu também tinha um quarto,já que me encontrava no quarto da Beatriz,que dormia em meus braços.
Com ela nos braços,saímos pela porta e entramos em outra que tinha a inicial K colada nela em um tom rosa néon.
Sim,eu odeio rosa,mas não posso reclamar disso no meu primeiro dia com eles.
Aquilo me deixou chateada,mas ao entrar no quarto tudo mudou.Havia um cama com uma colcha preta e cheia de estrelas,além das cortinas que eram pretas e apenas frestas de luz em formas de estrelas escapavam por lá.No teto havia uma via láctea enorme desenhada,e na parede onde a cama ficava havia desenhos do universo em seus tons azulados.Havia uma penteadeira no canto e um guarda roupa e ia do chão ao teto,e tudo era cinza,branco ou preto.Exatamente como eu sempre imaginei meu quarto.Eu não sabia se ria ou chorava,mas a crise de bipolaridade fez com que eu risse.Eles me abraçaram de lado e eu me desvincilhei segundos depois,deixando Beatriz com Marina e pulando na cama.
-Arco-iris,não pule na cama.-Marina advertiu,como se eu estivesse gorda,mas eu parei e me sentei.
-Desculpa mãe.-Foi o que eu me ouvi dizer.Ainda em êxtase com toda aquela felicidade nem me dei conta do que havia falado,só percebi quando olhei para os dois,que permaneciam encantados por terem ouvido a palavra pela primeira vez.
-Mãe?-ela perguntou,ainda abobalhada e com um sorriso no rosto.
-É ruim?-eu perguntei,tentando me acalmar da euforia.
Era sempre assim essas crises de bipolaridade.Quando você fica feliz,fica feliz demais.Quando fica triste,fica triste demais.
-Isso é maravilhoso,filha.-os dois disseram juntos.
Eu não falei a eles,mas não imaginei que pudesse ser tão rápido e essa palavra sairia com facilidade.
Talvez fosse apenas um momento de felicidade.Bipolaridade é o meu forte.Eles saíram e me deixaram descansar um pouco no quarto,dizendo que me chamariam pra jantar.
Mas antes mesmo do jantar eu fui acordada com dois estúpidos pulando em cima de mim,o que a bipolaridade fez com que eu sentisse uma raiva do cacete.
-Oi chiclete-Leonardo disse,ainda em cima de mim.Olhei pro outro lado e Gabriela estava sentada na beirada da cama,como sempre educada,quer dizer,não que pular em cima de alguém enquanto se dorme Seja adequado,mas beleza.
-O que fazem aqui?-eu perguntei, já sem paciência.-E sai de cima de mim Leonardo.-eu disse tentando o empurrar,já que o peso dele era bem maior que o meu,mas a gordura ele facilmente converteu em músculos.
-Viemos conhecer sua casa.-Gabriela disse,sorrindo tímida.Ela era meio tímida as vezes,mas eu sempre a oferecia bebidas e sempre que ela bebia,digamos que ela se alterava.
-E precisavam me acordar?-Eu perguntei,me sentando na cama assim que Leonardo saiu e esfregando os olhos.-Que horas são?-eu perguntei,realmente preocupada se dormi demais.
A minha intenção era parecer uma filha perfeita,mesmo que Carl e Marina me conhecessem muito bem a ponto de saber como eu era complicada.
-São 17:00 horas.Tá afim de sair?-Leonardo perguntou,pegando seu celular e procurando algo enquanto Gabriela brincava com mini bonequinhos do minha cômoda,que ficava ao lado do guarda roupa.
-Talvez.-Eu disse,me levantando e calçando pantufas que estavam ao meu alcance.
-Se liga aqui.-Leonardo disse mostrando a tela do celular,e nela estava que no shopping estava tendo uma apresentação de animais pré-historicos.Bizarro.
-A gente não pode ficar aqui,ver um filme e depois jantar?-eu perguntei.
Era meu primeiro dia ali,queria passar todo o tempo possível em casa,agora que eu podia dizer que tinha uma.
-Ah,por mim tudo bem.-Gabriela disse,se sentando na poltrona que ficava abaixo da janela.
Na real,eu não queria visitas.Eu queria ficar sozinha e quietinha aqui no quarto,com algum livro ou vendo série.Mas até mesmo Carl sempre me alertou,dizendo que amizades eram o ápice de uma vida normal,coisa que eu não tinha.Mas se sorrir já era tarefa difícil, imagina ter amigos.
Até que era suportável,mesmo que eu creio que ainda não posso os considerar meus amigos.Mas eu acho que deveria ao menos tentar,ao menos uma vez tentar.
Eu nunca tive amigos,mas não era minha opção.Minhas crises de bipolaridade acabavam afastando quem quer que fosse.Ou se estressavam com minha mudança repentina de humor,ou quando eu tinha emoções fortes demais.
Já era normal ver pessoas partirem,mas eu não queria que mais esses dois fossem embora.
No fim,acabamos fazendo o que eu sugeri,e eles acabaram indo embora bem tarde,já que Carl e Marina adoraram o fato de eu estar parecendo uma adolescente normal.
Era longe disso.
Capítulo saindo pra vocês meus bolinhos.
Quem mais ama o Leonardo e a Gabriela?
Perguntinha:Vocês têm melhores amigos?
Beijos da tia Adrienne.
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Grávida do Meu Melhor Amigo
Teen FictionKiera,uma garota que quer atenção e pra isso recorre aos piores métodos. Se corta,bebe,invade casas,e faz com que todos ao seu redor não aguentem mais sua presença. Sua única família é o inspetor da escola,a psicóloga e Gustavo,o namorado que sua mã...