XXIII - Pretzel.

3.2K 237 13
                                    

-Então você vai ficar até quando?-perguntei pra Gabriela,o que já me deixava imaginando o quão difícil seria ver ela é o Theo se pegando a todo segundo na minha frente.

-Vou amiga,pelo menos até você descobrir o sexo do bebê,quero estar aqui pra saber pessoalmente.-ela explicou.

Já se passava dois meses,e eu já completava os meus seis meses de gestação.

Cólicas se tornaram constantes,nada do que eu já não tenha sentido.O medo vem se tornando cada vez mais frequente em meus pensamentos,medo de segurar um pedaço de mim em meu colo.

Assenti com a cabeça,amanhã iríamos ao ultrassom.

Eu não quero que ninguém saiba o sexo do bebê,além do médico claro,mas preferi não estragar o momento com um capricho meu.

Nós ficamos a tarde toda jogando cartas,vez ou outra pegavam bebida na geladeira.Meus lábios de vez em quando se formavam em um riso reto,nada demais.Eu estava preocupada demais com a situação toda,meu sorriso não se formava.

                      ****

-Está pronta,Kiera?-Leonardo perguntou da escada.Abri a porta,mãos Trêmulas e boca seca.

-Estou descendo.-Exclamei,enquanto fechava a porta atrás de mim.

Um macacão largo,e um tênis.Cabelos soltos.Maquiagem inexistente.

Carl e Marina,depois que foram todos embora,quase me comeram viva por ter pintado o cabelo,já que isso prejudicaria o bebê.Não é como se eu me importasse.

Entrei no carro,assim como Marina e Carl entraram no do último.Logo Theo e Gabriela entraram no carro conosco.

-Por favor,vai logo.-eu disse sem paciência,isso não era algo que me interessava.

Seguimos o caminho em silêncio,e agradeci por isso.

Chegando no hospital,já entramos direto pós já havia dado nosso horário.

-Com licença doutor,Kiera.-Leonardo disse,me apresentando como a paciente da vez.

O médico me olhou incrédulo,como quem julga uma garota de 17 anos ter uma barriga enorme.

-Muito bem,deite-se e levante a camiseta.-ele pede.Eu por minha vez,mesmo que desconfortável,levanto a camiseta.

Ele passa aquele gel gelado e começa a passar a maquina por toda a extremidade da minha barriga que mais parece uma bola.

-É um lindo bebê,forte e saudável.Vão querer saber o sexo?-o doutor perguntou.

-Não.-Respondi prontamente,quando vi que Leonardo e Gabriela responderiam o oposto.

-Porque não?-os dois disseram juntos,me encarando como se eu fosse a pessoa mais estranha do mundo.

-Não me interessa,nem a vocês.Quero descobrir só quando nascer.-eu disse calmamente,olhando pro teto.

-É melhor seguir a vontade dela,essa aí não volta atrás.-Theo diz,se pronunciando pela primeira vez.

Eles se sentam emburrados, mas parecem aceitar a resposta.

O doutor para e me olha por mais um tempo,como se não acreditasse que além de eu ter 17 anos e já estar grávida,eu ainda sofro de rebeldia.

Não ouso mudar meu olhar de direção,eu continuo a encarar o teto.O teto que antes me passava tanta tranquilidade,hoje parece não funcionar mais.

Finalmente saímos do hospital,todos quietos e sérios,como quem acabou de sair de um tribunal.

Entramos no carro e fomos pra casa.Carl e Marina foram as supermercado e Theo e Gabi foram dar um passeio e conhecer o vilarejo,deixando me a sós com o idiota.

-Ainda não acredito no que fez.-ele disse,sentado no parapeito da varando.

-Vai ser melhor assim.-eu disse,sem dar importância.

Ele me olha,de cara emburrada,e caminha até mim.

-Você quer essa criança tanto quanto eu,não se faça a protagonista da história.-ele sussurrou em meu ouvido.Me arrepiei por inteiro,e ele ao perceber deu um sorriso de lado e beijou o canto da minha boca.Sorriu ainda mais quando percebeu que não me entreguei aos seus truques.

-Você é muito irritante.-ele disse,me dando um selinho e voltando pra sala,de onde saiu agora a pouco.

Fiquei um tempo paralisada,sem saber ao certo se o agredia,mesmo com a barriga enorme,ou se ignorava o fato que o beijo me deixou sem reação.

Nós dois sentíamos algo um pelo outro,era inútil negar.Mas,ainda não estávamos prontos pra um sentimento tão insano quanto esse.

Optei pela segunda opção,ignorei.Passei por ele e fui pro meu quarto.

Quando cheguei lá,encontrei uma caixa em cima da minha cama.Ela se mexia.

Era uma caixa pequena,com um furo na parte de trás.Abri a caixa,encontrei um enorme presente.Eu não conseguia parar de sorrir,e percebi que dá porta,Leonardo também não.

Peguei o pequeno cachorro em minhas mãos,verificando se era macho ou fêmea.

Fêmea.

Resolvi dar o nome de Pretzel,já que era com certeza uma das coisas que eu mais gostava.

Era uma pitbull,simplesmente maravilhosa.Era mansa,acima de tudo.

-Ela estava perdida,sozinha.Me lembrei de você no momento em que a vi.-ele disse,me deixando a sós com a Pretzel.

Não sei se meu coração bateu mais forte pelo fato de ter ganhado um ótimo presente,ou pelo fato de ele se lembrar de mim.

Opto pela segunda opção.

Olá meus bolinhos.

Gente,mais um membro hein,agora veio a nossa Pretzel.

Beijos da tia Adrienne.

Grávida do Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora