Acordei assustada, olhando o quarto desconhecido e sentindo um leve suor impregnando a minha pele.
Olhei em volta temendo que tudo aquilo não tivesse passado de um sonho. A cama revirada e a dor entre as pernas denunciava que aquilo realmente aconteceu.
Levantei e coloquei a primeira roupa que encontrei jogada no quarto e pelo tamanho pertencia a Vitoria. Coloquei meu óculos e dei uma leve arrumada na bagunça que estava por ali. Encontrei a calcinha preta embaixo da cama e guardei em minha mala. Ela não ia sentir falta. Andei até a antessala procurando minha mala jogada lá desde o dia anterior.
Ouvi o barulho da porta abrindo e esperei com as costas voltadas para ela.
-Ninha, acordei antes de tu e fui buscar café para nós.
Por um momento congelei no lugar sem saber o que fazer.
-Ei Ninha ta tudo bem? –Virei para ela no momento em que ela tirava o vestido q usava ficando nua. Minhas pernas tremeram e senti o sangue sendo drenado do meu rosto.
-Tá sim. – Minha voz saiu fraca.
-Preciso de um banho. Tu quer ir comigo? –Meus olhos foram presos nos seus. O olhar dela carregado de malicia.
-Não, agora não.
-Então me espera para tomar café.
Ouvi a porta batendo e desmoronei. Por um momento o medo de sufocou. E agora? Eu não sabia o que fazer. Não queria perder a amizade, e ainda tinha Letícia.
Letícia.
Meu Deus em vinte quatro horas era primeira vez q eu pensava nela. Eu tinha que falar para ela sobre o que tinha acontecido. Tinha que explicar e alem de tudo tomar uma decisão. Não dava mais para empurrar aquilo com a barriga. Eu tinha traído ela. Da pior forma possível. Tinha aberto a caixa de pandora em uma unica noite dividindo a cama. Ela sempre soube que parte do meu coração ainda pertencia a Vitoria. Mais eu me senti o pior dos seres humanos em jogar baixo com a pessoa que ficou do meu lado. Que entendeu meus medos. Que ouviu meu choro de saudade. Que saiu de uma cidade por mim.
A ficha tinha acabado de cair. Eu tinha transado com Vitoria. Mais do que transado, me entregado para ela de uma forma única. Escolhido um caminho sem volta.
-Ninha! – Caminhei em direção ao banheiro e me encostei no batente da porta.
-OI?
-Traz a toalha para mim? Eu esqueci.
-Aqui.Vou deixar enganchada na porta.
-Oxe Ninha, pois abra e traga para mim.
Abri a porta do banheiro tremendo. Não queria nesse momento ser exposta a tentação que era Vitoria. Nua. A pele branca sendo conduzida pela água. Os cabelos molhados grudando na curva da coluna. Os lábios vermelhos e inchados dos beijos compartilhados naquela madrugada.
Ela abriu o Box e piscou para mim.
-Vem aqui Ninha. Traz ela para mim.
Andei em sua direção. Sua mão tocou levemente a minha. A pele gelada do banho frio que o Rio exigia. Ela agarrou meu pulso me trazendo para perto do seu corpo. A água gélida me fazendo tremer.
-VITORIA!
Senti seus braços em minha volta e a risada rouca no pé do meu ouvido.
-Vem cá que eu te esquento.
A sua boca procurou a minha, e eu demorei a ceder. Suas mãos se enroscaram nos cabelos da minha nuca, fazendo com que minha cabeça fosse para trás e eu cedesse ao beijo.
A língua macia acariciou a minha, o beijo molhado, gostoso, cheio de segundas intenções.
-Isso, assim.
Ela chupou meu lábio inferior gemendo baixinho. Suas mãos se apossaram do meu bumbum me apertando contra seu corpo. Minha camiseta molhada se grudando a pele do seu seio. Senti minhas costas sendo pressionados nos azulejos, e meus dentes bateram de frio.
-Vi. Eu to com frio.
-Eu te esquento.- Suas mãos agarraram meus seios e eu gritei de prazer.
-Não aqui não.
-Sim, eu quero agora. Aqui.
-VI.
-Shiuu Ana. Deixa. Deixa aqui ser uma fenda no espaço. O que acontecer aqui, não vai sair daqui.
-Letic..
-Shiuu...
Seus lábios se apossaram do meu pescoço, os dedos acariciando toda a minha pele. Me esqueci completamente do que eu precisava fazer. Esqueci que não deveria. Mais eu me entreguei, e deixei de ser passiva. Se ela me queria, dessa vez ia ser sobre mim.
Inverti as posições, enquanto tirava minha camiseta. Seus olhos percorreram meu corpo, e o sorriso de lado estava de volta. Enredei minhas mãos em seus cabelos, enquanto investia a língua contra a dela. Apertei a pele de sua cintura, enquanto buscava sua mão e colocava entre minhas coxas.
-Me toca, devagar em movimentos circulares.
Ela fez o que eu pedi, enquanto eu tomava a pele de seu pescoço.
-Assim. –Ela penetrou um dedo- Mais um, Vi.- Seu dedão acariciava superficialmente o meu clitóris. Levei minha mão a ele, retirando a dela, enquanto eu mesmo me acariciava. Seus dedos aceleraram o movimento e quando dei por mim, senti minhas pernas amolecendo. Ela me segurou evitando que eu caísse no chão. Senti seus dedos pincelando algo sobre meus lábios, e senti o beijo faminto em minha boca.
-Tu é doce, feito açúcar. Derrete na boca.
Vitoria fechou o chuveiro e me olhou nos olhos.
-Vem.
-Para onde?
-Terminar o que tu começou.
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Depois de Você
FanfictionFreud dizia que Nós nunca somos tão desamparadamente infelizes como quando perdemos um amor. Eu podia dizer mais. Perder Vitoria foi como ser queimada viva. Era como ser engolfada pelo mar. Mal conseguia respirar , nunca senti tamanha dor na vida...