Capítulo 2

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"O destino não é uma questão de sorte. É uma questão de escolha."
Jennings Bryan William (1860-1925)
Advogado e Político norte-americano.

8 horas da manhã, Editora Tysos. Primeiro dia de trabalho.
Chegar no horário certo é a primeira impressão que deveria dar a empresa.
O segundo seria a postura reta e séria, ando em passos firmes, coluna reta e olhar firme, exemplo de auto confiança. Mas a quem eu quero enganar? Estou morrendo de nervoso.
Assim que o elevador se abre avisto Julieta conversando com a recepcionista, parecia ser uma conversa bastante descontraída.
- Bom dia meninas!
Bom dia meninas?
- Bom Dia Srta Gabell, por favor me acompanhe, irei levá-la a sua sala, mais tarde o senhor Tysos irá chamá-la para conhecê-la.
Mal posso esperar.
- Obrigada.
- Não há de quê, sinta-se à vontade para decorar seu escritório como quiser, os papéis para a revisão já estão em sua mesa, o horário do almoço são das 12:30 às 13:30, tenha um bom trabalho!

Encontro uma pilha de livros para revisar, pelo visto irei sair destruída daqui no meu primeiro dia de trabalho.
Termino metade da minha revisão e saio para a pausa do almoço, me direciono à um pequeno e simples restaurante italiano que fica do outro lado da rua.

Volto do almoço às 13:30 em ponto para a minha sala. Ainda com um longo trabalho pela frente.
Assim que me sento ouço alguém batendo na porta.
- Entre.
Era Julieta.
- O senhor Tysos deseja vê-la.
É agora.
- Tudo bem, já estou indo.
- Sabe onde fica a sala do Senhor Tysos? Quer que eu a leve?
Que garota gentil.
- Pode me levar então.
- Claro, vamos.

Se eu já me sentia nervosa, agora estava a ponto de desmaiar.

Julieta bate a porta, em seguida com um "Entre"

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Julieta bate a porta, em seguida com um "Entre".
- Senhor, a Srta Gabell está aqui, como pediu.
- Tudo bem, obrigado, pode se retirar.
Aquela voz me parecia familiar, como estava de costas para mim não consegui identificá-lo.
Entro na sala a passos pequenos como se estivesse entrando na toca de algum leão feroz, meu estômago agora nesse momento estava embrulhado.
- O...O...Olá Se.. Senhor.
- Parece nervosa Srta Gabell.
Assim que aquele homem se levantou da cadeira e se virou eu quase não pude acreditar no que estava vendo.
Meu ex namorado Brendon Tysos era presidente da editora e exatamente meu chefe.
- Está tudo bem Lauren?
Ele sempre soube quem eu era? Por isso me aceitou na empresa? O que diabos está acontecendo comigo? E por quê nunca desconfiei?
- Vo... Vo... você?
Palavra alguma saía certa da minha boca, era difícil falar diante de alguém que você levou seis anos para superá-la. E ainda mais diante de alguém que se tornou tão poderoso, tão grande, estava diante de alguém com ternos caros e medidas impecáveis, o cabelo perfeitamente arrumado e a postura extremamente elegante, o quão meu ex namorado havia mudado, eu até achei que eu havia mudado muito mas não chega perto do quão ele mudou. Aqueles ombros largos sobre o terno, quando ele havia ficado tão forte? E tão alto? Depois de terminarmos nunca havia recebido noticia alguma sobre ele, é comum se impressionar.
- O destino nos pregou uma grande peça Srta. Gabell.
Ao ouvir isso sinto minha visão cada vez mais turva, as pernas pareciam varas verdes de tão bambas, quando me dei conta desmaiei no chão, acordei cinco minutos depois com Julieta me acudindo e Brendon sem reação alguma. Será possível que não sentira piedade alguma sobre mim? Sobre meu pânico? Será que nesses anos todos ele não pensou em mim? Será que o mesmo não se surpreendeu em me ver? Se se surpreendeu não deixou transparecer, Brendon parecia cético, frio, eu sei que ele sempre soube que seria eu a revisora da sua empresa, diabos, seria por isso que me contratou? Por alguma vingança?

Assim que melhorei o meu estado deplorável Brendon pede a Julieta que saia me deixando sozinha na toca com o leão como apelidei sua sala.
- Agora Srta Gabell, preciso esclarecer umas regras.
Assenti. Ele falava com uma voz grossa, mas calma.
- Você por acaso é muda? Fale alguma coisa, que eu saiba quando nos conhecemos você não era muda.
Desde quando Brendon virou aquele cara arrogante?
- Bem, continuando, à partir de agora serei o seu chefe, quem paga o seu devido salário e quem te deu a chance de trabalhar em uma das maiores editoras de Nova Iorque, portanto o tratamento e comportamento aqui dentro será extremamente profissional Srta Gabell, então não me chame pelo meu nome ou qualquer outro nome que não seja Senhor ou Senhor Tysos, entendeu?
Assenti novamente atónita demais para lhe responder algo.
- Como sou seu superior exijo esse tipo de respeito.
Mas que cara arrogante ele se transformou, o poder lhe fez realmente crescer os olhos. Juro que socaria sua cara se eu não tivesse lutado tanto por esse emprego.
- Como quiser.
- Olhe só, a Srta. Gabell fala!
Não pode ser, ele será assim em todos os meus dias aqui dentro dessa empresa?
- E sobre atrasos Srta, espero que não cometa essa gafe.
- Sou extremamente pontual senhor.
Graças a Deus consegui expor alguma palavra.
- Agora saia, volte ao trabalho.
Que sujeito grosso e mimado, como pude namorar alguém como ele?
Assim que levanto e viro de costas para sair sinto seu olhar sobre mim, mais uma vez me deixando mal.
- A propósito Srta, está bonitinha hoje.
-O... Obrigada.
É só o que consigo falar diante do nervosismo que me consumia.
Saio imediatamente de sua sala, ou melhor, toca do leão para se dizer, não esquecendo do seu olhar e sorriso irônico que me deu.
Mas bonitinha? Quem esse cara pensa que é? O Deus grego do mundo? Sim, ele é lindo, sua pele branca, seus cabelos negros e seus olhos da cor de um verde hipnotizante, mas não seria o Deus grego.
Bonitinha? Não sou nenhuma modelo exuberante, mas... Bonitinha?
Sinceramente não sei qual irá ser a próxima coisa que o senhor Tysos irá aprontar. E eu irei estar aqui pronta para enfrentá-lo sem correr o risco de perder meu emprego pois não irei baixar minha guarda. Mas desde quando me senti tão nervosa e em pânico por estar perto dele? Pode ser o seu ar de poder que me deixa assim, acredito.

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