Capítulo 2 - Adrien

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—Pare de encarar esses doces, pelo menos um pouco

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—Pare de encarar esses doces, pelo menos um pouco. Você está parecendo um idiota – Plagg resmungou.

Joguei uma almofada nele e voltei a encarar os docinhos todos enfeitados com meu nome, Adrien.

—Se você não tivesse falado aquelas coisas de manhã para a menina, tinha ganhado o doce mais cedo.

Revirei os olhos. Eu já me sentia muito culpado por ter feito a Marinette correr daquela forma. Tentei até segui-la para me desculpar, mas a Alya não deixou. E agora, ter alguém jogando isso na minha cara, não me ajudava em nada.

Nino me mandou milhares de mensagens, dizendo que Alya estava muito brava comigo e que, inclusive, isso foi motivo de briga entre os dois: Nino tentou me defender, mas pelo visto Alya está realmente nervosa pelo que fiz Marinette passar.

Nino me disse o quanto a Mari estava mal e meu estômago embrulhou em saber que ela poderia ser akumatizada, por minha causa. E novamente, eu me senti um verdadeiro babaca. Talvez eu quisesse me vingar, e isso foi infantil da minha parte, e o fato de ter sido rejeitado pela Ladybug no dia anterior ajudou um pouco. Eu fiquei obcecado com aquilo, e tentei fazer outra pessoa sentir o mesmo que eu estava sentindo.

—Eu sei... –Foi à única coisa que eu consegui responder.

Depois da minha conversa com a Marinette, fiquei bastante pensativo. E confuso sobre o que estava se passando no meu coração. E ver a Mari daquele jeito, toda triste, me fez ficar com a consciência pesada. Eu queria olhar para ela, pedir desculpas e tirar sua dor, porque eu sabia exatamente como ela estava se sentindo péssima. E garanto, eu não desejaria esse sentimento de rejeição  para ninguém, nem mesmo para o meu pior inimigo.

—Plagg, você pode me ajudar?

Ele disse não. Então fui até a mini geladeira, tirei um pedaço de camembert e perguntei novamente.

—Por que você não me mostrou isso antes? –Depois veio correndo até o queijo fedorento.

—Não - Eu o segurei –, você só vai comer depois de me dar uma mãozinha.

Ele resmungou alguma coisa, que eu não entendi, depois eu pude fazer a minha transformação. E em poucos minutos eu já estava na frente da sacada da Marinette. Eu não sabia o que estava fazendo, só sei que senti uma vontade enorme de ver ela novamente.

Eu estava confuso. Mas, de repente, senti que vê-la, iria me ajudar a colocar os pensamentos em ordem, pelo menos um pouco.

Fiquei meia hora do lado de fora, em um prédio próximo observando o quarto escuro. Julgando que ela estava dormindo, levantei e já estava indo em direção ao centro da cidade, para minha casa. Porém, a luz do quarto dela se acendeu, e uma chama de esperança surgiu em mim. Eu a vi entrar um pouco triste, e depois indo em direção à escrivaninha, decidi chegar mais perto. Foi ai que eu vi que ela estava arrancando algumas fotos da parede, fotos em que eu estava. Como Adrien, claro.

Por impulso, bati na porta de vidro da varanda dela. Ela olhou assustada, levou a mão no coração e deu um suspiro aliviado a me ver, dei uma risadinha e acenei. Ela logo veio e abriu a porta, e sem lembrar-se da educação que meu pai me deu, em não entrar sem ser convidado, entrei no seu quarto.

—Hoje você cismou comigo, não é? –Ela deu um sorriso e depois, ao perceber que eu olhava aqueles pôsteres espalhados pelo quarto (algumas no chão, na parede e uns em sua mão), corou imediatamente. –Por favor, Chat, n-não pense que eu sou uma maluca pelo Adrien ou uma stalker! Eu só...

—Tudo bem – A interrompi–, não precisa me explicar.

Ela fez uma cara satisfeita e continuou a tirar as minhas fotos do quarto, depois pegou uma caixa e colocou tudo lá dentro, enquanto eu a observava e, por fim, colocou dentro do armário.

—Mas então, me diga, por que você veio me visitar, ainda mais assim tão tarde? –Ela perguntou fechando a última porta do guarda-roupa.

—Senti saudades.

Ela me encarou, e depois deu uma risada.

—Você me viu não tem nem duas horas, seu mentiroso!

Dei de ombros e comecei a olhar o quarto dela, eu já estive uma vez ali, no dia do concurso de videogame. Mas eu não me lembrava de como ele era aconchegante e como cheirava a rosas.

Marinette se levantou e eu segui o meu olhar para ela, depois buscou uma escova e se sentou na cama.

—E seus pais? –Perguntei para puxar assunto.

—O que têm eles? –Ela devolveu a pergunta.

—O que eles disseram para você quando chegou?

Ela puxou os elásticos do cabelo, que até então eu sempre os vi em um penteado tradicional, e começou pentear-los. Senti um frio na barriga ao ver o cabelo dela solto pela primeira vez.

—"Tem certeza que essa é nossa filha, Tom? Ela é tão esquisitinha! Eu carreguei esse mini monstrinho por nove meses?". –Ela disse imitando a voz dos pais. E eu ri da intérprete dela.

—Não, quero dizer sobre hoje.

Ela fez uma careta, depois disse:

—Ih, fugi deles... Agora eles acham que eu estou dormindo, porque falei para eles que estou com uma verdadeira enxaqueca.

Ela terminou de pentear os cabelos, que agora estavam totalmente alinhados. Depois foi ao armário, pegou um pijama, a toalha e, depois de ter se lembrado da minha presença ali, levou as coisas até o banheiro e falou:

—Chat... Eu tenho que ir tomar banho, amanhã tenho aula cedinho. Você se importa se eu pedir para você ir?

De repente me peguei pensando em coisas erradas. Corei imediatamente e sai assim que ela pediu. O que estava acontecendo comigo? Fiquei em cima do telhado da casa dela, consegui ouvir o barulho do chuveiro ligando e depois dela chorando baixinho, e isso me fez ter vontade de voltar no passado e corrigir tudo que eu havia feito.

Entrei no quarto de penetra, resisti as minhas forças de entrar no banheiro e dizer a ela desculpas, fui até a escrivaninha e peguei uma foto dela, que ficava no mural de fotos. Dei um beijinho no retrato, coloquei no meu bolso, e fui embora para casa, Plagg estava cansado e eu também.


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Notas da autora:

Olá, de novo! Obrigada mais uma vez por ler o capítulo de Rejeitados. Você não tem noção de como isso me deixa feliz, sério!

Hoje o capitulo foi curtinho, mas em breve, preparem o coração de vocês, porque vai vir muitas cenas fofas, para morrer de overdose <3 (sdbhjasbhfad sou exagerada, eu sei).

Não se esqueçam de deixar seus votos e comentários. Obrigada por ler <3

Beijinhos de luz.

Au revoir ;3

RejeitadosOnde histórias criam vida. Descubra agora