—Você tem um problemão. –Plagg disse rindo de mim.
Revirei os olhos.
Eu sabia muito bem sobre os meus problemas, não precisava de alguém os esfregando na minha cara. Obrigado.
—Cala a boca. –Respondi nervoso.
—Eu não tenho culpa se você tem a boca grande de mais e contou para a menina.
Olhei para ele sem entender.
Plagg riu mais uma vez.
—Não vai dizer que não percebeu?
Neguei com a cabeça.
—Você contou para ela. Falou do talismã.
Senti um nó formar na minha garganta. Não era daquele jeito que eu queria que ela descobrisse que eu sabia da verdade.
—Eu estava com a cabeça cheia. Não prestei atenção nas minhas palavras. Agora, só... Deixe-me em paz.
Deitei na cama, fechei os olhos e desejei com toda força do mundo sumir naquela hora. Eu já tinha perdido tudo: meu pai, minha mãe, minha sanidade.
—Adrien? –Marinette bateu na porta, e eu fingi estar dormindo. Eu não tinha coragem de falar com ela, não naquele momento.
Ela se aproximou da cama e ao notar que eu estava "dormindo" me cobriu com a coberta.
—Fiquei preocupada com você. Não devia ter feito aquilo, bobinho.
Ela se sentou, e começou a acariciar meus cabelos.
Aquele sentimento gostoso tomou conta de mim, eu me sentia em paz ao lado dela.
Continuei calado para não revelar minha farsa.
Eu tinha esperança que ela falaria algo a mais.
—Mas eu te achei muito corajoso. Enfrentar seu pai foi um grande passo.
Ela soltava as palavras no ar, como se estivesse falando mais para si do que para mim.
—Mesmo assim, eu fui imprudente, não devia ter levado você, sabendo das circunstâncias que estavam entre você e seu pai. Mas de todas as formas, estou orgulhosa. De você, e por parte de mim. Nunca pensei que eu iria ter coragem de, um dia, te falar todas essas coisas. –Ela deu uma risada.
Queria virar para sua direção e lhe dar um beijo. Mas continuei fingindo estar dormindo.
—Eu só queria saber o motivo. Uns meses atrás, você nem me olhava, e hoje estou aqui – Ela parou de falar, como se estivesse analisando o que fazia. –, te consolando, mesmo que esteja dormindo, por algo que foi minha culpa. Quer dizer, você agora está se esforçando, para me conquistar? Que bobeira a minha. Sorte que esta dormindo, assim não vai escutar as besteiras que estou falando.
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Rejeitados
FanfictionDecidida a se declarar ao seu grande amor, Marinette descobre o quão duro é amar. E é nesse meio de descobertas, que uma semelhança inconcebível entre ela e seu gatinho vem à tona: ambos foram rejeitados por suas paixões, agora platônicas.