Após o banho Gustavo me pediu que fosse com ele até sua casa, pois ele tinha algo pra me mostrar. Ele estava radiante. Seus olhos brilhavam mais que a lua que clareava a noite. Depois que Gustavo chegou a Lilith Town, até o clima mudou.
Ao entrarmos fomos direto a um quarto que ficava nos fundos da casa. Eu já me preparava emocionalmente pra ele me mostrar um quarto vermelho cheio de instrumentos de tortura no maior estilo Cinquenta Tons de Cinza.
-Não vai me dizer que você é um Sr. Grey que tem um quarto vermelho da tortura?
Gustavo ria sem parar.
- Não Gabriel, pode ficar tranquilo. Mas de vez em quando uns tapinhas podem rolar. - Ele disse dando um tapa na minha bunda.
Ele me deu a chave e ao abrir pude ver que era o quarto onde ele pintava.
Pelos cavaletes espalhados pelo quarto, varias pinturas de corpos nus do jeito que ele havia me dito que gostava de pintar, e bem no centro uma tela enorme onde nós estávamos sendo retratados juntos. Meu coração estava disparado.- Porque desse coração disparado desse jeito? Você gostou? - Ele disse me olhando no fundo dos olhos.
Eu não disse nada. Minha resposta foi um beijo muito bem dado naquela boca.
Passamos um tempo ali enquanto ele me mostrava suas obras, até sermos interrompidos por Fábio chamando.
Gustavo foi abrir a porta enquanto eu fui a cozinha buscar um copo d'água e de lá pude escutar a conversa dos dois.
- Porra Gustavo, oque aconteceu com seu celular que a gente liga e você não atende? - Ele disse num tom um pouco alto demais.
- Wow, calma aí Fábio. Será que você pode me dizer oque está acontecendo antes de gritar comigo? - Gustavo disse fechando a porta.
Nesse momento eu fui até a sala e Fábio me viu.
- Como sempre agarrado com esse cara. Por isso não atende? - Fábio disse como quem insinua algo.
A cara de Gustavo se transformou. - Oque você está querendo insinuar com isso Fábio? - ele que sempre foi muito paciente com aquele escroto, mas dessa vez não conseguiu se controlar.
- Você mudou muito depois de vir morar aqui nesse fim de mundo Gustavo. Enquanto você está aqui se "divertindo" com seu novo amiguinho, sua ex-mulher está hospitalizada, após sofrer um acidente de carro.
- E o Théo? Ele estava com ela? Ele está bem? - Eu perguntei. Gustavo não conseguia falar nada.
- Não se mete coisinha! - Fábio disse sem olhar pra mim.
- Me fala do meu filho Fábio, pelo amor de Deus, me diz que meu filho está bem. - Ele disse baixinho.
-Seu filho está bem Gustavo, ele estava na escola na hora do acidente. Agora ele está com sua Sogra, mas a sua mulher está precisando de você. Desde a hora em que ela acordou que ela só sabe perguntar de você. Mesmo você não se preocupando com ela pelo visto.
- Ex-mulher! - Gustavo corrigiu.
Gustavo se sentou enquanto Fábio contava como aconteceu o acidente.
Claudia havia tomado alguns remédios pra dormir e saiu pra buscar o Théo, quando no meio do caminho bateu num poste próximo a escola.- Eu preciso buscar o meu filho. - Gustavo disse olhando pra mim.
- Vai sim, e vai visitar a Cláudia. Ela deve estar precisando de você. - Eu disse.
- Finalmente falou algo que preste hein coisinha. - Fábio disse num tom irônico.
Nesse momento Gustavo levantou e o empurrou até a parede do outro lado da sala.
- NUNCA MAIS SE DIRIJA AO GABRIEL DESSA FORMA. VOCÊ ESTÁ NA MINHA CASA E ELE É MEU...
- Gustavo para com isso! - Eu o interrompi antes que ele dissesse mais alguma coisa.
- Eu estou entendendo oque está acontecendo aqui. Mas tudo bem Gustavo, eu só vim te dar esse recado, e já que você já decidiu ir até o hospital, vou te esperar lá fora.
Fábio me olhou no fundos dos olhos e saiu da casa. Eu fui com Gustavo até o quarto ajudá-lo a pegar algumas coisas. Ele estava tremendo.
- Calma Gustavo, você precisa se acalmar. Esse seu amigo é um idiota, mas agora você precisa se preocupar com o Théo e com a Cláudia, que por bem ou por mal é a mãe do seu filho.
Descemos após arrumar uma mochila com algumas roupas e antes de abrir a porta Gustavo me abraçou.
- Eu te amo! E prometo voltar logo. Assim que chegar a cidade dou um jeito de mandar notícias.
Gustavo entrou no carro de Fábio sem falar nada e os dois partiram.
...
No dia seguinte acordei me dando conta de que em meio a tantas coisas, não tinha avisado a Gustavo sobre minha viagem. Resolvi os últimos detalhes como bagagem e passagens, e fui até a casa dos Walter pedir que tomassem conta de Lana pra mim. Antes de voltar pra casa pedi a Laura que entregasse a Gustavo um bilhete com o endereço e o número do hotel onde eu ia ficar nos próximos quinze dias. Beatriz não estava em casa na hora em que fui até lá, o Sr. Walter me disse que ela havia viajado pra resolver algumas coisas.
Menos mal.Passei o dia esperando Gustavo entrar em contato, mas nada dele ligar. Quem acabou ligando foi Pedro, que pediu pra jantar comigo antes da viagem. Disse que precisávamos conversar.
- Sobre o que Pedro?
- Sei lá, queria conversar sobre nós. - Ele disse tentando ser fofo.
- Pedro eu vou te pedir pra gente ter essa conversa quando eu voltar de Nova York, pode ser? Eu estou cansado e meu voo sai amanhã bem cedo. Então eu não seria uma boa companhia hoje. Você me perdoa?
- Está bem. Posso ao menos te levar ao aeroporto?
Finalizei a conversa explicando que já havia pedido um táxi e que ele não precisava se preocupar.
Pedro sempre foi muito atencioso comigo, nosso amor foi uma das melhores coisas que já haviam acontecido comigo, mas eu não podia dar esperanças a ele. Afinal eu tinha acabado de pedir outro cara em namoro.
Embarquei rumo a Nova York no dia seguinte deixando meu coração em Lilith, aqueles seriam os 15 dias mais longos da minha vida.
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Até o fim...
RomanceFomos ensinados a acreditar que o amor é como os contos de fadas que víamos ou líamos quando éramos crianças. Mas no mundo real isso é bem diferente. Às vezes precisamos passar por alguns contratempos até conseguirmos chegar ao tão esperado "Felizes...