"Oque tá acontecendo Gabriel?"

217 35 0
                                    

Conversamos sobre várias coisas pelo caminho, principalmente sobre o passado. De certa forma parecia que nós nunca havíamos nos separado.

Chegamos ao cinema, onde ele me levou pra assistir A Bela e a Fera, um dos filmes favoritos da minha mãe. Perdi as contas de quantas vezes assistimos aquele filme juntos. Mas dessa vez era a versão Live action. Com pipocas e refrigerantes em mãos no sentamos em nossas poltronas e enquanto rolavam os trailers.

Eu já comecei a chorar nos primeiros minutos de filme. E ele todo fofo como sempre foi, me abraçou enquanto eu lembrava da minha mãe. 

Por fim, choramos e rimos muito durante todo o filme, ele sempre me abraçando e sendo carinhoso comigo. Pedro continuava o mesmo, só que muito mais gostoso.

Após o filme fomos ao restaurante de Iza. Ele pediu um risoto de camarão pra nós dois. Ele sabia que eu era o louco do camarão.

Iza veio nos servir os pratos e me deu aquela olhada de quem precisava de explicações. 

Comemos nossos pratos entre conversas aleatórias e risadas.

- Eu senti muita falta disso! - Pedro disse segurando minha mão.

-Eu também senti Pedro. Você sempre foi uma ótima companhia. - Eu disse recolhendo a mão.

Pedro não insistiu no assunto e logo estávamos rindo novamente. Ele tinha o dom de me fazer rir até da maneira como se sujava ao comer. Ou quando  precisava da minha ajuda para abrir o guardanapo de papel.

A noite ia chegando ao fim quando me levantei para ir ao banheiro e fui "sequestrado" por Iza, e levado até a cozinha.

- Pode me falar. Então você escolheu o Pedro? Eu sabia, você sempre foi apaixonado por ele... - Iza quase gritava na cozinha.

- Calma, dona Iza. Eu não escolhi ninguém! Só aceitei o convite para um cinema e um jantar. Além disso não há nenhuma escolha a ser feita.

- Como assim? Até  algumas horas atrás você estava em dúvida. - Ela disse tomando um gole de vinho.

Eu expliquei toda a situação que tinha acontecido com Gustavo, e ela só faltou largar o restaurante pra dar um surra nele e nela por mim.

- Como assim o cara transa com você num dia e no outro diz que isso não deve se repetir? Ele é doido? E essa ex-mulher dele? Melhor ela nem aparecer por aqui... - Iza estava realmente nervosa. Conversamos por algum tempo, eu tentava explicar que não podia voltar pra Pedro de uma hora pra outra, e que eu ainda gostava do Gustavo, apesar de querer bater nele depois de tudo que aconteceu.

De repente ouço Pedro tossir na porta da cozinha.

- Está tudo bem? Você demorou tanto que eu vim ver se estava tudo certo. 

- Caramba Pedro desculpa, a Iza começou a me contar umas coisas aqui, e eu acabei perdendo a noção do tempo.

Após o jantar maravilhoso e uma sobremesa divina, resolvemos ir pra casa. Ao contrário da ida, voltamos quase todo o caminho em silêncio.  Chegando em casa, Pedro desceu pra se despedir de mim. 

- Obrigado pela noite Gabriel. Foi tudo muito bom! - Ele disse segurando minha mão, mas sem conseguir olhar em meus olhos.

- Pedro, já está tarde.  - Ele me olhou como se eu fosse expulsá-lo dali. - Você não prefere dormir aqui e ir embora amanhã?

Pedro deu um sorriso tímido. Tinha alguma coisa incomodando ele. 

Entramos e abrimos uma garrafa de vinho. Agora que ele não ia mais dirigir, podia relaxar e apreciar um boa taça de vinho.

- Pedro, tem uma muda de roupa sua na cômoda do quarto de hóspedes, caso queira se trocar.

- Caramba, é mesmo. Eu lembro de ter deixado uma das minhas blusas favoritas aqui antes de viajar. - Ele subiu correndo as escadas.

Eu estava na cozinha colocando comida pra Lana quando ouço Pedro descendo as escadas e dizendo que a camisa não estava no local indicado.

Foi aí que eu me dei conta de que Gustavo não havia me devolvido a blusa de Pedro, desde a noite em que bateu na minha porta.

- Pega uma minha então Pedro, amanhã eu acho. Devo ter guardado em outro lugar.

Pedro estava só de cueca na minha frente. Seu corpo estava bastante mudado desde a ultima vez em que o ví daquela forma. Ele estava forte, os músculos bem torneados e uma barriga que parecia chamar pela minha boca.

- Ta tudo bem Gabriel? - Ele me perguntou. Eu estava mudo vendo aquela cena.

- Ta sim, é que fazia tempo que eu não te via assim né Pedro! 

- Vou colocar uma roupa! -  Ele disse rindo e subiu as escadas.

Minha vontade era de dizer que ele podia ficar sem roupa mesmo que eu não ligaria, mas me contive.

Pedro voltou com uma camisa larga e uma samba canção que eu já não usava a séculos, e que nele parecia estar apertada. Afinal, ele estava muito mais forte agora.

Sentamos na bancada da cozinha e bebemos o vinho que eu tinha aberto.
A noite estava quente e eu resolvi subir pra mudar de roupa.

- Não precisa subir Gabriel. Só tirar a camisa, vc está dentro de casa. Ou está com vergonha de mim? - Pedro falou apertando minha barriga.

Acabei tirando a camisa e o sapato ali mesmo. 

- Você continua lindo amor.

- Obrigado Pedro. - Eu fiquei sem graça ao ouvir ele me chamar de amor. Meu coração acelerou.

Me levantei e fui a geladeira. Ao voltar com um pedaço de pudim nas mãos, acabei indo de encontro ao corpo de Pedro. O prato de pudim virou no meu peito.

- Porra Pedro, olha oque você fez. - Eu estava com o peito coberto de pudim.

Ele sorriu passando a mão em meu peito, e lambendo os dedos.

- Você sabe que eu adoro pudim. Deixa eu comer? - Ele disse olhando dentro dos meus olhos.

- Sai Pedro. - Eu disse empurrando ele. Mas sem conseguir disfarçar a vontade que eu sentia naquele momento.

Ele me imprensou contra a geladeira e como quem devora algo, caiu de boca em meu peito sujo de pudim. Eu não tinha forças, nem vontade de fazer ele parar.
Pedro tirou a camisa e a samba canção apertada, e com uma das mãos abriu minha calça. Nós estávamos no chão da cozinha. Nossos corpos sujos de pudim.
De repente Lana veio até a gente e começou a nos lamber. Foi a deixa pra que começassemos a rir.
Nos beijamos e encostamos na geladeira. Mãos dadas. Minhas costas encostada no peito dele.

- Volta pra mim Gabriel? - Pedro disse baixinho em meu ouvido.

- Pedro, eu... - Estava pronto pra responder quando alguém bateu na porta.

Era Gustavo.

- Desculpa a hora Gabriel, mas eu precisava falar com você. E quando eu vi a luz acesa, resolvi vir aqui.

- Oque tá acontecendo Gabriel?  - Pedro veio só de samba canção.








Até o fim...Onde histórias criam vida. Descubra agora