Após "terminar" de comer, Pedro me levou pra casa.
Eu fiquei calado durante todo o caminho.
- A tal situação que te deixou desse jeito, foi o Gustavo não é? - Pedro disse enquanto parava em frente a minha casa.
- Oque é que você está falando Pedro? Não tem nada disso!
- Não precisa mentir pra mim Gabriel. Eu vi como ele ficou quando eu fui caminhar com vocês. Eu via o jeito como ele te olhava.
Eu então resolvi contar tudo pra ele, que ouviu sem dizer nenhuma palavra.
Por fim, ele disse que a promessa estava de pé. Que nós poderíamos ser bons amigos e que estava disposto a fazer de tudo pra me ver bem novamente....
Com o tempo eu e Pedro nos aproximamos novamente. Parecia que o tempo não tinha passado pra nós. E como ele mesmo havia prometido, nós agora éramos bons amigos. Por mais que ele sempre deixasse claro que ainda me amava, nunca tentou avançar o sinal, nem quando dormíamos juntos.
Beatriz que já havia voltado pra casa tentava de todo jeito se infiltrar nos nossos programas, mas desde o dia em que a vi conversando com Claudia no centro da cidade, nunca mais consegui andar com ela. As raras vezes em que cruzava com ela na casa dos Walter, ela sempre dava um jeito de falar algo sobre Gustavo. Mesmo com Laura brigando, ela nunca perdia a oportunidade.
Já chegávamos a Agosto, mês do meu aniversário. E certo dia em que eu e Pedro fomos juntos visitar os Walter, Laura comentou.
- Então Gabriel, seu aniversário está chegando e eu quero saber de festa. - Ela ri.
- Não vou fazer nada não Laura. Não estou muito na vibe de festas. Mas podemos ir jantar no restaurante da Iza. Oque acha? - Eu disse convidando a todos. Até o embuste da Beatriz.
- Vai ter uma festa no centro nesse dia Gabriel. Parece que a prefeitura inventou mais uma data comemorativa. - Beatriz disse.
Então estava marcado. Dia 19 de agosto, as oito horas da noite.
Aproveitei pra convidar Madame Samovar e Lukas, que confirmaram a presença na mesma hora. Elena por sua vez, perguntou se podia chegar alguns dias antes, e eu claro que adorei a ideia.
...
No dia 10 de agosto, Elena chegou a Lilith.
- Meu Deus, como praticamente nada mudou nessa cidade. Parece que parou no tempo. - Ela diz do banco de trás da minha caminhonete. Eu e Pedro fomos buscá-la.
Como ela chegou próximo ao horário do almoço, resolvi levá-la para almoçar no restaurante de Iza.
Madame Samovar amou os pratos que experimentou e chegou a oferecer um cargo de chefe pra Iza no restaurante em Nova York.Tivemos um almoço maravilhoso, de muitos risos e conversar agradáveis.
Mas ao sair demos de cara com Gustavo e Théo.
- Tio Biel? - Théo soltou a mão do pai e correu até meu colo. - Que saudade Tio Biel!
A tensão no rosto de Gustavo era nítida.
- Olá Elena, tudo bem? - Gustavo a cumprimentou com um beijo na mão. - Oi Iza. Oi Gabriel, tudo bem?
Eu fiz que sim com a cabeça e dei um beijo no rosto de Théo o colocando no chão, que correu dessa vez para o colo de Elena.
- Eu perdi algum capítulo dessa história? - Elena diz com aquele jeito de falar só dela.
Silêncio.
- Já entendi tudo. Aquele papo de "eles são tudo na minha vida, blá blá blá", era tudo conversa fiada né? Bem desconfiei quando Gabriel apareceu com outro pra me buscar no aeroporto.
Gustavo abaixou a cabeça, e ninguém dizia nada. Elena se despediu de Théo e o entregou ao pai. O moleque não queria ir com o pai e começou a chorar.
Pra completar a cena, Fábio chega perguntando oque estava acontecendo, e mandando Théo parar de chorar "isso não é coisa de homem" ele dizia.
- Típico comentário de gente de cabeça pequena esse seu, hein rapaz? - Elena disse se virando pra Fábio.
Ele já se preparava pra retrucar, quando ela o interrompe.
- Seu rosto. Eu conheço esse rosto de algum lugar. - Elena o encarava.
- Para de doideira velha louca. Nunca te vi na vida. Vamos embora Gustavo, Claudia está te esperando. - Fábio diz puxando Gustavo pelo braço que não esboça nenhuma reação, o máximo que consegue fazer é dar uma ultima olhada pra nós enquanto entra no carro.
Fomos pra casa em silêncio, Pedro por vez ou outra tentava segurar minha mão, mas eu não queria nada naquele momento. Eu só queria sumir.
Já em casa, eu precisei me recompor já que tinha visita.
Elena ficou emocionada ao rever a casa onde viveu, "quantas coisas boas eu vivi aqui", ela dizia olhando tudo ao redor.
Pra ela, voltar ali era como voltar no tempo.Conversamos um tempo enquanto ela nos contava histórias do seu passado, até que ela resolveu descansar um pouco.
Ela se instalou no quarto de hóspedes.
Enquanto ela descansava, eu e Pedro ficamos na varanda.
- Posso fazer uma coisa? - Pedro perguntou.
Ele se levantou e foi até a sala. Ao voltar vejo ele com o violão na mão.
- Tem certeza que você vai fazer isso? - Eu disse dando uma risada nervosa.
"Lágrimas não são forever
Dores já não são together
Quando a gente ama espera
Um dia assim chegar
Chegou
É, eu já sei como iluminar a nossa fonte
É, eu já consigo ir além do horizonte
É, e os detalhes tão pequenos de nós dois
Ficaram pra depois
Depois, depois, depois, depois"Ele começou a cantar a música "Quanto ao tempo" de Ivete Sangalo e Carlinhos Brown.
Aquela letra era como uma carta de amor, e provavelmente era tudo oque ele queria me dizer!
Quando ele terminou meus olhos estavam cheios d'água e os dele também.- Me abraça! - Eu disse.
Ficamos alguns minutos abraçados sem dizer nada. Mas o desejo, o corpo e a ocasião foram mais fortes. Quando me dei conta. Nós estávamos nos beijando.
Pedro então me puxou pela mão até o quarto, e eu me entreguei de corpo e alma ao momento.
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Até o fim...
RomanceFomos ensinados a acreditar que o amor é como os contos de fadas que víamos ou líamos quando éramos crianças. Mas no mundo real isso é bem diferente. Às vezes precisamos passar por alguns contratempos até conseguirmos chegar ao tão esperado "Felizes...