Passei um bom tempo pensando no que Laura havia me dito. Por que ela diria aquilo?
Preparei meu jantar, e fui até a sala assistir tv. Meu seriado favorito estava reprisando na tv a cabo. Buffy, a caça vampiros, era uma das séries que eu mais amava, ao lado de Friends, é claro.
Sentei com Lana ao meu lado, mas minha cabeça não parava e ao ir a cozinha ouço uma voz de criança chamando por Lana na varanda de casa.
Fui até a porta e encontro Gustavo com Théo no colo, com os olhos inchados de tanto chorar.
- Oi Gabriel, desculpa bater a sua porta tarde da noite novamente. Prometo que isso não vai virar um hábito. Mas como eu não tenho seu telefone, e o Théo esta há horas chorando querendo ver a Lana, eu não tive como não vir até aqui. Você me perdoa? Se estiver ocupado eu vou embora.
Lana correu até a porta e Théo parou de chorar na mesma hora, se sacudindo no colo de Gustavo pra que ele o colocasse no chão.
-Podem entrar. Você não incomoda e não é tarde da noite, são oito horas ainda Gustavo. Vocês já jantaram?
- Já sim, fiz a mamadeira dele e comi o que sobrou do almoço. Oque não foi muito. -Ele disse pegando em minha barriga.
-Ta querendo dizer que eu comi tudo Gustavo? - Falei fingindo estar com raiva. Mas logo mudei de expressão. - Eu estava me preparando pra tomar um pouco de sorvete, vocês querem?
- Théo não porque acabou de mamar, mas eu quero sim. Faz algum tempo que não tomo. Quando morava com Cláudia, nada disso entrava em casa. Eu sentia falta de um bom hambúrguer com ketchup. Mas com ela, isso era impossível.
Sentamos no sofá com nossos sorvetes enquanto Théo e Lana brincavam no chão.
-Eu amo quando ele pode passar um tempo só comigo. Sinto muita falta desse pirralho. - Ele disse enquanto observava seu filho brincando.
- Gustavo, eu não quero ser muito invasivo, mas porque vocês se separaram?
- Ela era muito ciumenta. Por mais que eu não desse motivo ela sempre implicava com algum amigo, ou até mesmo com os meus quadros e desenhos. Essa situação estava tirando minha inspiração pra pintar. Passei o ultimo ano sem conseguir terminar nem uma obra. Então eu resolvi dar um ponto final e vim pra cá. Ela ainda não aceita oque aconteceu, mas eu não posso fazer nada por ela. Preciso de inspiração e paz pra pintar meus quadros.
Durante nossa conversa, Gustavo me falou sobre seus quadros. Ele pintava corpos de todas as formas. Tanto homens quanto mulheres, todos nus. Nas mais diversas formas.
De repente Théo veio até nós e mostrou ao pai o violão que estava encostado num canto da sala.
-Toca pai?
Ele era a coisa mais linda do mundo. Os cachinhos loiros balançando enquanto ele corria até o instrumento era demais.
- Théo, não! Não mexa nas coisas sem permissão filho.
- Então além de pintar, cozinhar e ser um bom pai, você ainda toca violão?
Ele deu aquele sorriso tímido apertando os olhos que não saíam da minha cabeça.
-Eu costumava tocar pra ele em casa, até que Claudia quebrou meu violão num ataque de ciúmes.
Eu estava começando a ficar com medo daquela garota. Ela só podia ser louca.
-Pois se o Théo gosta de te ouvir tocar, eu também quero ouvir.
- Então eu vou cantar uma que a Claudia odeia. -Ele riu dessa vez soltando uma gargalhada e mostrando aqueles dentes lindos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Até o fim...
RomanceFomos ensinados a acreditar que o amor é como os contos de fadas que víamos ou líamos quando éramos crianças. Mas no mundo real isso é bem diferente. Às vezes precisamos passar por alguns contratempos até conseguirmos chegar ao tão esperado "Felizes...