Capítulo 2

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Olhando pra mim mesma no espelho, não são muitas curvas, mas meus seios são grandes. Eu deveria cortar o meu cabelo até os ombros, ele é longo e tem o mesmo corte desde que eu tinha uns sete anos. Eu sou tão desajustada. Lingeries bregas e sem graça, quem sentiria desejo por alguém como eu? Talvez deixar a minhas unhas crescerem pra mim poder arranhar o Drake quando a gente transar. Eu deveria usar roupas mais decotadas, ninguém usa mais polo. Garotos gostam de lingeries ousadas. E de roupas também.

— Mãe! — chamo.

   Posso escutar o barulho que o salto dela faz quando toca o chão.

— O que foi querida?

— Preciso de roupas novas. — disse enquanto amarro meu cadarço.

   Ela me olhou meramente surpresa.

— Roupa, hm? Sobre medida?

— Não, só algumas coisas... Eu, bem, preciso de roupas novas.

— Ok! — agora parecia animada — Posso ir?

— Kate vai comigo.

   Mentira...

— Tudo bem, nada de mães. Vai as compras hoje? — Ela pergunta e eu nego. — Quando for, me peça um dia antes o cartão de crédito. Já vou querida, bom dia para você. 

— Bom dia mãe. — retribuo. 

   Eu não falava mais com a Kate fazia meses, ela se tornou uma vadia, o que na verdade não é tão ruim. Eu me afatei dela, agora me acho uma péssima amiga. É uma triste história de como ela queria curtir o ensino médio e eu queria apenas estudar para ser  o orgulho dos meus pais. Ela sempre disse que se tivesse a chance iria a todas as festas dos populares e foi o que ela fez, sinceramente, não achei que falasse sério. Hoje ela namora com o Austin capitão do time, e, é líder de torcida/gostosa. Fico feliz por ela, Kate foi bem mais ousada, e fez realmente o que ela quis. Diferente de mim.

   Na aula de Inglês sentei do lado de Drake. Observar um pouco ele seria bom, ter certeza que eu não estava lidando com um maníaco. A aula de Inglês era uma das minha preferidas, mas o professor me fazia querer vomitar, ele simplesmente sentava e esperava que aprendêssemos, esse é o pior tipo de professor. Sem nada para fazer, espio o canto dos óculos de Drake, se não houvesse uma mesa atrás da minha eu com certeza cairia, no entanto, para descobrir o que parecia ele esconder valia o esforço. 

— Srt. Marin algum problema? — pergunta o professor.

   E de repente sinto todos os olhos da sala para mim. Okay... Isso era um problema, uma situação que a pouco tempo atrás eu nunca abria a boca, mas agora, era diferente, eu tinha que tomar novas posições, fazer o que eu realmente quero. 

— Na verdade tenho, você não exerce a sua profissão. Não é o professor, e sendo assim não tem autoridade nenhuma sobre essa turma, então que direito tem de me expor na frente dos outros alunos? — indago.

   Posso escutar algumas pessoas rindo e outras soltando alguns suspiros de surpresa. Eu nunca fui nem de longe a garota que fazia esse tipo coisa, eu não respondia a professores os rebaixando de tamanha e escancarada maneira, mesmo os que de fato deveriam escutar como ele. Mas agora, bem, eu faria.

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