Capítulo 14

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    Eu só queria ficar distante o bastante, não para chorar, mas pra que ninguém me chateasse, pra que ninguém me lance olhares de pena e porque eu não precisa de nada daquilo, me deixava ainda pior. Sentei no banco do motorista, encosto a cabeça no volante e por um tempo só respirei fundo tentando afastar tudo que fosse ruim. . 

- Okay... Vamos lá. - digo a mim mesma. 

   Coloco a chave na ignição, solto o freio e me direciono a estrada sabendo exatamente para onde eu iria. O bar em Alouez era bem rustico, na entrada da cidade mas de frente para a rodovia, quase um bar para velhos caminhoneiros e motoqueiros se não fosse o proprietário que é gentil e ambicioso e não ligava de vender bebidas para jovens o que deixava o lugar sempre muito cheio aos sábados. As mesas estavam todas ocupadas, por isso, sentei aonde normalmente sempre tinha espaço, entre os caminhoneiros, motoqueiros, deprimidos e solitários, exatamente onde eu me encaixava, no balcão.

- O que vai querer? - pergunta o barman.

- Vodka. - peço.

- Pura? 

- E eu acrescentei algo?! - Falo ríspida. 

   Ele trás o meu copo cheio, e depois de alguns segundos eu levanto a mão pedindo outro. No final ele já havia deixado a garrafa ao meu dispor. Mas resolvi dar um volta assim que comecei a chamar baixinho o nome daquele cretino. Pago a conta e saio pela rua sem rumo. Minha visão está meia turva, mas a felicidade passageira não deixa de me contaminar. Pego o meu isqueiro e um cigarro do maço de Paul, acendo e trago, deixando a fumaça me tranquilizar. Caminho agitada e sem rumo, a iluminação era pouca,  porém naquelas circunstâncias nada importava. Tentei não tropeçar em meus próprios pés em quando girava tentando colocar pra fora toda euforia que eu estava sentindo, eu definitivamente não estava mais sóbria e de certa forma me fazia bem. 

- Sabe que se quisesse o meu maço poderia ter pedido, não é? - Paul diz irônico e eu me viro surpreendida e alarmada. 

- Como me achou aqui? - me enrolo com as palavras que saem lentas demais da minha boca.

- Você é previsível. 

- Me seguiu? - pergunto.

- Assim que você saiu. Você não estava lá em cima, Kate me mandou uma mensagem, você também não estava em casa, só podia ter vindo a Alouez, bebida fácil e um lugar onde você lembre dele com mais rancor. - ele anda para mais próximo de mim - Valerie...

- Paul eu não quero concelhos. - O corto - Nem de você e nem de ninguém.

- Ele não da noticias para ninguém. Não quer que nos aproximamos, você poderia dar uma chance dele se explicar, eu sei que ele deve ter uma boa explicação para o que aconteceu lá.

- Paul, eu não quero ouvir nada de Drake! - Cambaleio alegre até ele - É melhor voltarmos ao bar - Apago nos braços dele.

Quando acordei estava no carro, minha visão ainda estava desorientada, mas conseguia ver flashes de Paul conversando com Andrew que estava em uma vaga ao lado da minha, Andrew estava encostado no carro enquanto ouvia atentamente Paul que gesticulava enquanto falava com ele. Apago de novo. E quando acordo Paul está do meu lado, pronto para ligar o carro e me levar para casa.

- Não! – Me altero histérica – Eu não quero ir Paul. – Seguro firme o pulso dele que me olha atordoado.

- Você não está bem – ele consegue dizer – É melhor irmos.

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