Capítulo 5

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— O que vai vestir no Halloween? — pergunto.

— Tate Langdon. — Drake responde.

— É desrespeitoso não acha? Podem dizer pra você sair. — alerto.

— Não, é só uma maquiagem Valerie, e um vilão. Vai convidar o Paul? — Ele debocha.

— Para Drake! — digo, mas não consigo segurar uma risada. — Eu estava bêbada, não sabia o que estava fazendo.

— Diferente de você, quando estou bêbado faço o que realmente quero. — Drake contraria.

Eu também. Mas beijei o Paul pensando ser você. E agora sei que você namora, e eu só sou a porra de uma amiga.

— Você vai na festa da nossa escola?— pergunto mudando de assunto.

— Não posso ir na minha antiga escola. 

— Por que? 

— Nada que deva saber. — disse Drake — O que tem que saber é que eles vem pra cá.

— Você vai comigo.

—Está me convidando? — Ele zomba.

— Estou. — disse. Ele sorri.

   Depois que lembrei de um possível relacionamento que Drake pode ter, a noite tinha acabado, eu tomei o café que Paul trouxe para mim, mas ainda estava indisposta. Os garotos montaram barracas, e eu fui deitar no carro, não estava nem um pouco bem para ir pra casa. Antes que todos tivessem acordados quando amanheceu, eu já tinha ido embora, com as costas e a cabeça doendo. Na segunda-feira Drake já sabia sobre o beijo e mesmo daquele jeito retraído, zombava de mim, mas parecia um pouco...

Incomodado? Não. Que ilusão...

   Drake era bacana, mesmo. E os meninos nem se fala, todos eles eram os caras mais legais que eu já tinha conhecido, Paul poderia ter se aproveitado naquele dia, mas se negou. Depois, houve outros sábados, sinceramente não achei que fossem me convidar de novo. E a cada final de semana me parecia ainda mais protetor, não me deixava beber muito e nem misturar muitas coisas, ele dizia que eu podia entrar em coma por excesso de drogas ou morrer de overdose e todos eles seriam culpados, naturalmente, todos os garotos riam. Eu me sentia protegida e levemente sufocada em algumas noites. Paul é muito compreensivo, agia como se nada tivesse acontecido. Nesses últimos dias muitas coisas tinham ficado claras, Drake tinha um relacionamento com alguém, não ficaria comigo, fora expulso da escola em que estava e onde o outros garotos ainda estudam, Drake não mora com os pais, mas sim com a avó que é Russa e os meninos adoram ela, Paul é o melhor amigo de Drake e Drake tem uma moto velha e de colecionador. 

   A escola estava sendo decorada e todos estavam super animados para o Halloween. Os veteranos queriam que todas as festa e bailes fossem demais, já que esse é o nosso último ano na escola, dizem que a festas são ainda melhores na faculdade, eu aposto que sim. Drake ia comigo por causa do meu convite informal, eu ia de bruxa, mas não queria ser uma bruxa comum, por isso, passei uma semana antes na costureira e pedi que fizesse um traje pra mim. Como foi encima da hora e nessa época ela tem muito trabalho, a costureira ficou de trazer a mim. 

   Trinta e um de outubro, chuvoso e frio. Tomei um banho demorado, arrumei meu cabelo com o chapéu de bruxa. A maquiagem teria de ser pesada, sombreada com tons de preto e roxo, um toque de pó para deixar meu rosto um tanto quanto pálido, rímel excessivo e para finalizar um batom com efeito matte preto. Coloco uma lingerie preta de veludo e renda, um vestido curto e preto levemente transparente, pra ficar debaixo da fantasia. A campainha toca e abro para a costureira da cidade.

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