Capítulo 26 - Especial parte III

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A nossa vida é cheia de confusões, caminhos errados, e de desencontros. Sempre há memórias boas, pessoas que nunca serão esquecidas, amores sem final, ou com final trágico, mas existe os encontros, e os que nunca se separam. Sempre haverá alguém que você levará bem no fundo do coração ou completamente escancarado. A vida é um eterno conto de memórias ruins, boas e cômicas. Mas quando é falado a palavra amor em quem você pensa?
Eu penso nela. Valerie. Não importa o quanto tempo passe, o quanto a distância e as escolhas nós afastem, eu sempre, verdadeiramente vou amar ela. No momento em que a vi não conseguia pensar em mais nada, eu só queria que fosse real que ela bem a minha frente, tão perto, tão bonita como um sonho, que por mais guardado e secreto, você nunca poderia esquecer. Então, sem mais demora eu toquei a campanhinha.

- Só um momento. - escuto ela dizer. - É! Eu também penso assim! - ela diz a alguém.

Penso em ir embora, em dar as costas e voltar em um momento em que ela esteja só. Mas ela abre a porta antes que eu me vire. E quando me vê, seu sorriso desaparece, e ela ajeita a postura desconfortável e umedece os lábios.

- É, o que está fazendo aqui? - ela pergunta olhando para para chão, e poucas vezes para mim, enquanto ajeita o cabelo atrás da orelha.

- Eu, eu quero conversar com você.

- Drake, não temos nada para conversar. Passamos algumas noites juntos em um fim de semana, foi bom, mas era só isso. - ela diz, mas desvia os olhos dos meus várias vezes enquanto despeja as palavras.

- Eu não acredito que pra você foi isso. Você não é assim.

- Se o que sabe sobre mim se baseia em quando eu tinha 17 anos, então não sabe nada sobre mim. Se passaram seis anos, eu mudei e você mudou, não somos as mesmas pessoas.

- Mas o sentimento ainda é o mesmo.

Ela fica em silêncio por segundo, passa a mão no rosto e diz devagar:

- Não temos o que conversar. Vá embora.

- Por favor, apenas alguns minutos...

- Vá embora Drake. - ela repete.

- Seis anos atrás, você não meu deixou falar, e quando eu tive essa chance não valeu de nada, porque você já tinha me afastado o bastante para ir embora sem ao menos ligar como eu iria me sentir. E agora estou aqui de novo, eu não vou deixar que vá embora sem ao menos me escutar, sem que eu insista um pouco mais do que da última vez, eu estou cheio de te perder repetidas vezes.

Ela engoliu em seco, e respirou fundo.

- Ah, eu... eu... não... nós... - ela ficou em silêncio, fintou o chão e olhou para mim - Por que veio até aqui? Nós dois sabemos nos braços de quem você sempre acaba, então por que vir até aqui? Você sempre - a voz dela enfraquece e seus olhos se enchem de água - mentiu para si mesmo, fingiu que não amava ela, por que sabemos quem ela é, mas você a ama. E eu sempre acabo dessa forma, esperando por amor que sai no meio do baile quando tudo começa a dar certo, pra procurar outra pessoa, e eu cansei.

- Eu nunca amei ela. Eu nem lembro como fui parar na casa dela na noite do baile, depois de Malibu eu não tive contato com Emily.

- Ah, claro e por isso ela foi na sua casa?! - ela diz com um sorriso de escárnio.

- Quando voltei a Green Bay ela estava com uma criança de um ano, me pediu um emprego e eu não fui capaz de negar.

- Exatamente Drake! - as lágrimas dessem pelo seu rosto e a sua voz sai embargada. - Você nunca consegue dizer não quando é a respeito dela!

- Nós não tínhamos relação alguma nesse tempo, era apenas sobre trabalho Valerie!

- Oi. - Uma garota aparece na porta e se direciona a Valerie. - Eu já vou tá, volto mais tarde. Me liga. - ela diz beijando o rosto de Valerie.

- Maggie fique, ele já vai embora. - ela diz a garota, limpando as lágrimas do rosto.

- Val, vocês precisam disso. Precisam disso à anos. - Maggie a abraça, acena com a cabeça para mim, desaparecendo pelo corredor.

Ela me analisa por alguns segundos, e coloca a mão na maceneta da porta, sua expressão era de indecisão.

- Não vai me convidar para entrar? - pergunto.

- Não. - ela diz fintando o chão.

- Eu deixei que entrasse em minha casa. - argumento.

- Eu não quero te ouvir. Só por favor vai embora. - ela tenta parecer firme.

- Não. Pode fechar porta se quiser, eu vou ficar aqui, te esperando, até que resolva me escutar e só então quando isso acontecer, eu vou embora.

- Okay. - Ela entra.

Antes que feche a porta na minha cara, eu seguro e entro, em um movimento rápido pego em suas coxas, e ela automaticamente as envolve em minha cintura, a imprenso contra porta. Ela solta um suspiro alto, e logo que se recompõe, solta irritada:

- Nós não temos mais nada pra conversar, e nosso relacionamento acabou quando eu fui para Harvard!

- Sério? Porque eu me lembro de você gemendo na minha cama a algumas semanas atrás.

Ela segura um sorriso. E olha para o lado.

- Ei, eu nunca consegui esquecer você, nunca deixei de te amar, eu não sei como se senti em relação a mim, mas eu preciso de você ou vou ficar mais seis anos procurando conforto em papéis e negócios sabendo exatamente o que me falta.

- Eu não consigo acreditar em você. Não consigo acreditar que não ama ela, porque é tão nítido.

- Eu quero que dê certo dessa vez, eu te amo, Valerie. Eu nunca deixei de te amar, eu me afundei no começo, tudo que me fazia bem era ir as aulas e beber para conseguir dormir, todos esses anos eu sempre procurei algo em que pudesse me focar para não pensar em você. Quando estamos juntos é tão intenso, tão verdadeiro e feliz, você foi a melhor coisa que já me aconteceu. - dou um risada fraca lembrando de nós na refeitório no ensino médio - Acho que nunca vou te esquecer.

Nesse momento, vejo lágrimas descendo pelo rosto dela e ela me beija.

Realmente queroOnde histórias criam vida. Descubra agora