Estar chapado no Halloween me deu coragem para beijar Valerie, para fazer o que eu realmente queria, e eu sabia que não tinha nada a ver com o álcool, mesmo não dizendo nada a ela depois, eu não sabia o que dizer, não sabia se deveria ou se ela queria, porque a única coisa que lembro é de ter beijado ela na pista de dança, eu não lembro da emoção ou se ela ao menos gostou, tudo que lembrava era o beijo, ir embora e acordar com Emily.
Antes...
- Tá tudo bem? - pergunto puxando o queixo dela.
- Ahn - ela olha para minha boca, e logo, levanta os seus olhos para os meus - Sim.
- Não parece. - digo.
- E por que não estaria, Drake? - ela volta a responder perguntas em seu caderno.
Eu não respondo, ela olha para mim me analisando.
- Está tudo bem, okay? - ela diz se virando para mim. - Agora me deixe terminar isso.
E era assim, por semanas era como se nossa relação estivesse esfriado, e ela parecia seca, curta, não sabia se não tinha palavras ou se tinha muitas contidas. Estava inquieta porém calada, e por alguns dias até trocamos apenas "Oi" e "Tchau" o que foi bem estranho, e eu comecei a me culpar e culpar o beijo, talvez, ela achasse que eu estraguei nossa amizade, que me aproveitei dela, ou quem sabe eu tenha falado algo idiota e muito errado do qual não lembro, e ainda não pedi desculpas.
- Quer almoçar na minha casa? Minha mãe foi viajar a trabalho, e eu estou sozinha. Podemos terminar o trabalho de biologia.
- Okay. Mas agora, eu vou para aula. - beijo o rosto dela, e vou para a aula de economia.
Depois que acabou a aula, nós fomos a casa dela, e ao invés de fazer o trabalho ficamos rindo dos rolês, rindo um da cara do outro e longos trinta e cinco minutos tentando escolher um filme bom de comedia para no final ver vinte minutos e se jogar na piscina no jardim da casa dela. E se me perguntassem qual foi o dia mais desesperador da minha adolescência com certeza foi esse, por mais amigos que somos é obvio que ela é linda e que tem um corpo atraente, e eu tentei ao máximo me controlar, mas toda vez que ela chegava perto de mim com brincadeiras inocentes e me abraçando com o corpo marcado naquelas roupas molhadas, meu parceiro mal podia se conter, e só eu sei o quanto foi aflitivo não deixar que ela chegasse tão perto pra sentir, iria ser muito constrangedor para ela e para mim se ela visse o que estava acontecendo e pior foi sair correndo para o banheiro quando saímos da piscina onde na minha calça molhada minha ereção iria ficar bem evidente. Mas tarde ela colocou minha roupas na secadora, enquanto eu tomava banho, depois me deu um roupão e ficamos conversando como se eu não estivesse pelado por baixo daquele simples roupão, o que nos fez rir muito. No jantar Valerie pediu uma pizza e como sempre, a mulher independente não me deixou pagar. Depois de nós empanturramos ela me levou em casa, mesmo eu dizendo que poderia ir de skate, ela se atravessou na porta e não me deixou sair.
- Obrigada pela carona, pela pizza, foi um dia bem bacana. - digo.
- Eu que deveria agradecer por não ter ficado sozinha. - ela diz.
- Até parece. - digo, e nesse instante nossos olhos se encontram em total silêncio.
Baixo os olhos para a boca dela. E ela é a primeira a cortar o silencio.
- Boa noite. - ela sorri, e me controlo para não dar um segundo beijo.
- Boa noite, Valerie. - Digo, e coloco a mão na porta para abri-lá, Valerie toca meu braço e eu me viro para ela.
Ela fica em silencio, parecendo confusa e indecisa, mas logo retorna e apenas me dá um beijo... no canto da boca?! Eu tinha certeza que sim, obvio, mas depois quis colocar na cabeça que não. E depois, tudo parecia me fazer querer ela mais e mais, estar perto, vê-la, toca-lá nem que fosse um abraço ou apenas um beijo no rosto.
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Realmente quero
Teen FictionValerie era uma garota prudente, ela passou a infancia sobre a pressão de que teria de ser tão boa quanto a irmã, e ela deu o seu máximo. Contudo, ela se perdeu em quem deveria ser e esqueceu de quem era, quando se deu conta não era tarde mas ela só...