Capítulo 16

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- O que está fazendo aqui? - Pergunto.

- Paul me disse que você iria me ouvir. - ele diz.

- Acho que não. - digo, sem olhar em seus olhos - Paul entendeu errado.

- Dois minutos - ele pede - Dois minutos e eu explico tudo a você.

- Não. Não dá. Vai embora Drake. – contenho minha lagrimas com dificuldade.

   Apenas ouvir a voz dele era o bastante pra me deixar desorientada.

- Por favor...

- Vai embora! - me altero.

   Fecho a porta na cara dele, tranco e subo correndo pro quarto. O chão estava coberto por malas o que me deixava ainda pior. Sentei na janela, o dia não estava muito bonito, nublado, estamos no meio do verão mais hoje o clima não é quente, parece que tudo tomou forma de como eu me sinto hoje. Pensei em como esse ano foi incrível antes de Malibu, como fiz coisas que eu nunca imaginei fazer, disso tudo, pelo menos surgiu bons amigos, boas lembranças e experiência que sempre estão acompanhadas de conhecimento.

Eu vou sentir saudade de tudo que vivemos aqui Drake. Mesmo que você tenha me magoado profundamente, eu ainda vou lembrar de você. Ainda vou te amar. Isso é o que mais me doí, ainda sim te amar.

   As lágrimas desceram do meu rosto, acho que isso é tudo que eu consigo fazer desde que tudo aconteceu. Encosto a cabeça na janela, pisco forte deixando as lágrimas caírem, engulo impedindo que comecem a descer incontrolavelmente. Perdida entre olhar para o céu nublado, os poucos carros que passavam na vizinhança e as malas no chão no quarto, percebi Drake deitado em um banco na calçada do vizinho da frente, ele fumava um cigarro enquanto encarava o céu pensativo. Persistente e insensato, ele deveria ir embora, se minha mãe chegasse ia ser um problema e ele sabia disso, mesmo assim estava arriscando, talvez eu devesse dar uma só chance a ele, dois minutos era o suficiente. Desci as escadas e abri a porta, de lá mandei uma mensagem. Ele pegou o celular na mão:

“Dois minutos somente. Depois você vai embora.”

   Ele sorriu esperançoso e sentou no banco, deu uma última dragada no cigarro, e se levantou vindo na minha direção, ele tentou parecer o mais sério possível enquanto vinha ao meu  encontro tentando não deixar escapar um sorriso.

- Dois minutos. – digo.

- Isso é tudo que preciso. – ele diz.

- Entre.

   Ele fica em pé sem saber ao certo o que fazer.

- Pode se sentar. – digo.

   -Okay – ele se senta impaciente e eu sento ao lado dele. – Eu nunca traí você.  Quando começamos eu parei com Emily, eu disse a ela que não queria mais, que não podia. No sábado de manhã quando íamos viajar, Emily disse que precisava de mim, e eu neguei, disse que não poderia ir que tinha uma viagem importante, ela falou várias coisas a mim, incluindo que estava sendo usado, ela me implorou pra que eu fosse, não  sei se é capaz de entender e eu compreendo, mas Emily me deu apoio quando eu precisei, eu tinha uma divida com ela, e foi isso que ela usou. E eu fui – ele  diz – Mas nada rolou entre nós, ela queria me persuadir, queria continuar... Comigo.

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