Capítulo 24 - Especial parte I

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A primeira vez que a vi ela estava com um suéter vermelho bordo, calça jeans e um tênis preto, o cabelo liso e longo castanho claro balançava com o vento, ela desceu do carro e andou com alguns livros na mão, um deles estava aberto, e ela intercalava entre ler o livro e olhar para frente. Não foi quanto meu sentimento começou a surgir, mas estaria mentindo se dissesse que ela não chamou a minha atenção, entre todas as outras, ela era diferente, inteligente e bonita. No ensino médio eu só queria sobreviver, principalmente quando fui expulso, foi difícil, me enturmar não era algo que eu queria, eu já tinha a minha turma. Houve pessoas que se aproximaram de mim, mas eu não estava pronto para novas amizades, não estava animado ou satisfeito por estar ali. Estava com raiva por ter deixado me levar pela raiva, estava com raiva porque Emily não parava de me ligar e mandar mensagens, porque ia até minha casa e eu odiava que ela fosse lá, e cheio da vovó me dando lição de moral, com razão, mas eu estava cheio e meus olhos estavam com olheiras profundas porque mal conseguia dormir, ia de óculos escuros para aula, me deixando ainda mais estranho do que eu já era. E então enquanto batia o pé a baixo da mesa no refeitório ansioso e estressado ela sentou bem a minha frente, e me fez uma pergunta irrelevante, minhas respostas foram grosseiras, mas só porque tinha certeza que ela e outros amigos poderiam estar zombando de mim, e eu não estava com espírito para brincadeira, apenas a procura de outro nariz para esmurrar, normalmente sou uma pessoa tranquila, mas aqueles dias estavam sendo ruins. Na minha aula de química ela sentou ao meu lado, e eu tinha certeza de nunca ter a visto na minha turma de química, eu pensei em dizer algo para me redimir como "Foi mal, não queria ser tão grosseiro, esses não são meus melhores dias", mas resolvi deixar pra lá, talvez fosse melhor assim. Senti meu celular vibrar no bolso e eu sabia que era Emily, eu fiquei irritado, e a hora parecia não passar, eu estava impaciente, bati o pé no chão umas mil vezes e quando finalmente acabou a aula eu saí quase correndo para o meu armário, guardei meu livro e ela, Valerie, encostou no armário do lado e ficou me observando. Sem a encarar perguntei:

- O que você quer?

- Minha casa as 8h, hoje. - ela disse.

- Pra quê? - Perguntei.

E sem pensar duas vezes ela soltou "Transar", fui pego de surpresa, e ri, relaxando um pouco, balancei a cabeça em negação, por sua espontaneidade.

- Você bebeu ou algo assim? - pergunto.

- O trabalho. - ela fala, e eu fico sem entender - De química, o trabalho de química.

Eu estava desatento na aula de química, não ouvi uma palavra se quer que o professor disse. Eu sabia que uma pessoa que chegava na escola lendo um livro de história americana no meio de um confusão de alunos entrando e saindo do colégio não precisava de ajuda para um trabalho de escola, por isso, minha resposta foi sincera e novamente, rude:

- Você consegue fazer sozinha.

- É, eu consigo. Mas não vou. - ela devolve.

A encaro abismado, incomodado por sua persistência, e baixo para os lábios pequenos prontos para outro resposta.

- Não me espere. - provoco.

- Não espere nota. - ela retruca.

Sem hesitar, me divertindo com aquela situação, dou meu celular a ela, onde ao invés do número, ela me da o endereço da sua casa.
Fui pra casa, jantei com a vovó, lavei a louça enquanto ria com ela dançando sem ritmo com uma música russa que ela sempre ouvia. Mas tarde fui até a casa dela. E quando ela abriu a porta e eu engoli em seco, ela estava apenas de toalha, seus cabelos estavam molhados e as gotas de água sobre seus ombros ainda molhado, e o seios pressionados pela toalha deixavam ainda maiores do que em qualquer suéter que já a vi usar. Ela me olha com um sorriso travesso, não ligava, e até se divertia com a situação. Sento no sofá enquanto a espero, tentando ao máximo diminuir a minha quase ereção antes que ela voltasse e eu só queria que fosse com roupa, na verdade, naquela momento não era bem o que eu queria, mas era o melhor. Ela desceu com jeans e uma camiseta, disse para quê eu subisse, e fomos até o quarto dela, ela me ofereceu comida mas eu tinha acabo de jantar. Enquanto ela desceu para pedir a comida, eu me aproximei do notebook em cima da escrivaninha e comecei a explorar suas pastas.

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