Capítulo 18

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- Valerie você nem tocou na sua comida. – minha mãe diz.

- Não estou com fome. – Mexo com o garfo no prato.

- Aconteceu alguma coisa? – meu pai pergunta.

- É óbvio que sim, olha a cara das duas. – Diz Jane.

   Estávamos em um restaurante em Green Bay, meus pais combinaram um jantar em família antes da minha viagem amanhã, acharam que eu me sentiria melhor em relação a mudança, uma despedida em família ao invés de poder me despedir dos meus amigos. Evitando brigar em público até  parecia que eles haviam se divorciado pacificamente,  eles sorriam e conversavam com uma felicidade ilusória mas bem atuada, ou pelo menos, estava sendo. 

- Aquele garoto – minha mãe começa.

- O filho dos Kusnetsov? – meu pai pergunta gesticulando com a mão.

- Sim, o marginal, ele pareceu ontem, na minha casa – ela deixou claro – falou com a Valerie, e foi embora a deixando assim... – ela levanta os olhos para mim. – Esqueça isso Valerie, é passado, aquele garoto não te faz bem, você sabe disso, já a magoou uma vez e agora de novo...

    Mas enquanto minha mãe insultava Drake de todas as formas possíveis, me dizendo para esquecê-lo, mais me fazia lembrar ele, dos nossos momentos, que eu o perdi, e que a ultima coisa que eu precisava era ouvir coisas como as que ela dizia, que família repugnante. E a medida que ela falava eu senti as lagrimas encherem meus olhos e a ira me dominar:

- Cala essa maldita boca! Cala a boca! Cala a porra da boca! – grito – Qual o seu problema?! Olha para a nossa família! Um grande merda! Jane se afastou, para poder ser feliz! Papai é um canalha e você é infeliz! Se a algo que não me faz bem é essa família desestabilizada, autoritária e hostil! – bato com as mãos na mesa violentamente - Que inferno! Chega mamãe! Para de falar coisas que você não sabe. Cuide da sua vida que é um grande merda! – Me levanto e pego minha bolsa.

    Dou as costas para rostos chocados, e me viro para encontrar olhos curiosos, debochados e boquiabertos de muito outros moradores de Green Bay. Caminho sem direção, tentando pensar em lugar que eu poderia ir já que eu havia vindo com meu pai, resolvo mandar um mensagem para Kate:

"Onde vocês estão?"

Sem demora ela responde:

"Casa do Paul, os pais dele viajaram, lembra?"

"Você pode me vir me buscar?" pergunto.

"Onde? Pera! O que houve com o jantar?"

"Caos... Estou no restaurante de sempre." Envio.

"Uh, isso é bom. Eu e Andrew estamos indo." ela encerra.

Kate e Andrew não demoram muito, mas tive tempo de ver meus pais saírem do restaurante, minha mãe estava envergonhada, meu pai meio perdido e Jane, bom, o sorriso em sua cara dizia o quanto tinha gostado do espetáculo. Assim que eles chegam consigo sorrir esperançosa, entro no carro e os comprimento alegre, rindo de piadas e me sentindo bem como eu não me sentia a muito tempo. Mas assim como tudo que tem acontecido, não deveria ser, éramos peças de um quebra cabeça que não se encaixavam, pois assim que entrei o procurando, Kate disse com lástima:

- Sinto muito amiga, ele saiu assim que dissemos que íamos buscar você.

- Ah... – suspiro morta – Que pena – disfarço – queria ter me despedido.

- Como assim? – pergunta Adam surpreso.

- Harvard amanhã. –todos me encaram atônitos – Não é como se eu não fosse voltar ano que vem nas férias.

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