Capítulo 12

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   A briga entre eu e Drake tinha sido completamente esquecida, e tudo voltou ao normal, a viagem continuou sendo intensa. Visitamos Los Angeles e voltamos a Santa Mônica, os garotos definitivamente adoraram e ainda curtimos muito a praia de Malibu. Já tinham passado três semanas, mas só percebi quando escutei meu celular tocar e vi ser o uma chamada da mamãe.

- Valerie, quando pretende vir? - Ela pergunta parecendo calma.

- Só mais uma semana? - Peço antes de mais nada.

- Um semana! - Ela ri - Depois você vem direto pra casa, fico feliz que esteja se divertindo meu bem, eu te amo.

- Também amo você mãe. Como está ai, com Jane?

   Conversamos por um tempo, até que escuto a campainha tocar, Kate e os garotos estão preparando o almoço, deixo que eles atendam e continuo a dar atenção a mamãe até que escuto vozes alteradas discutindo, era Kate e outra pessoa, uma menina a qual eu não conhecia.

- Mamãe, eu vou desligar tá? Kate vai deixar o arroz queimar - Finjo uma risada - Até logo.

- Okay - ela ri - Tchau filha.

   Desço as pressas, mas fico atônita ao ver quem é, ruiva, alta, magra, olhos claros, boca rosada, ela estava vestida com um vestido amarelo de cetin e uma sandália baixa também amarela, da última vez que a vi, usava roupas mais curtos tentando de qualquer jeito chamar a atenção dos homens, eu jamais esqueceria aquele rosto, ela sorri vencedora assim que me ve descendo as escadas e naquele momento eu já sinto o meu sangue subir.

- Eu vou mandar uma vez só. - Digo entre os dentes - Sai da minha casa! - Grito.

- Eu só vim buscar o que eu meu. - Ela diz a mim.

   Drake está perplexo e ao mesmo tempo tenso, Andrew está sentado com a mão no rosto e Kate está fuzilando a menina com o olhar.

- Você me dá nojo. - digo - Não importa o que deixou aqui, se não sair agora eu te tiro, e posso garantir que não vai ser nada gentil!

- Vai embora Emily. - Drake diz.

- Emily? - sou pega de surpresa - Ela é Emily? - Pergunto a Drake.

   Ela sorri satisfeita. E Drake se apressa desolado:

- Eu não pedi que ela viesse, Valerie, eu não tenho mais nenhum tipo de relação com ela, eu amo você. 

- Ama? - Emily diz enojada. - Ele não ama você, você e só mais um casinho que ele tem quando está entediado, Drake já disse que tem uma quedinha por virgens? - Ela o provoca.

- Cala a boca Emily. - Ele pede.

- Por que você não vai embora? - Andrew se envolve irritado - Drake tenta se livrar de você a muito tempo, e você continua enchendo o saco! O único casinho que ele teve foi você, a porra da buceta fixa. Mas pra você isso não problema né? Já que abre as pernas pra qualquer um.

- O que você chama de se livrar? - Ela ri - Sabe porque Drake demorou tanto Andrew sábado de manhã com os pães, e consequentemente, quase fez você perder o vôo?

- Cala a boca Emily. - Drake soa frio.

- Sabe onde Drake foi quando saiu do Halloween ou logo depois que Valerie recusou ir com ele a Alouez? - Ela provoca e Andrew olha pra Drake decepcionado.

- Cala a porra da boca Emily! - Drake grita.

- Drake me escuta - Emily argumenta - Você precisa ver...

   Kate a corta aos berros e eles começam a discutir, Andrew a segura pelo braço e pede que ela se acalme, Drake grita com Emily histérico e Emily fica perdida entre responder Kate e replicar com Drake.

Como ele pode? Ele... Ele já estava me tocando, já estava comigo.

- Calem a boca! - Grito e todos fazem vacilantes. 

- Valerie...

- Não! - Corto Drake - Não fale nada, eu não quero ouvir nada que venha da sua boca - seguro as lágrimas - Quero que pegue a suas coisas e saía agora da minha casa! E se você - olho pra Emily - Se não sair agora sua vadia ambiciosa eu vou descer e vou te tirar da maneira mais agressiva que você pode imaginar.

   Kate da alguns passos em direção a ela, e Emily saí intimidada. Drake sobe a escada e vem ao meu encontro, eu desço o ignorando e cortando o vento. Vou até a varanda e me sento. Se eu tivesse ao menos seguido o meu plano, eu teria feito tudo certo e nada disso teria efeito sobre mim, eu fui tão burra.

Que raiva!

   Eu não vou chorar agora, eu não vou deixar que ele percebe o quanto isso me devastou. Ele vai sair por aquela porta e eu vou seguir em frente, eu consigo, eu posso fazer isso. Uma relação ou um cara nunca foi algo relevante pra mim, isso não vai mudar, não pode mudar. Sinto alguém tocar o meu ombro, e eu sei que é ele.

- Você pode me escutar? - Ele pede péssimo.

- Não - digo amarga entre dentes - Eu já disse que não quero te escutar. - Me levanto e me coloco a frente dele - Eu confie em você e eu não menti sobre nada o que eu senti! - lembrei do baile - Você é um babaca! E eu queria nunca ter conhecido você! Agora sai da minha casa e nunca mais me procure. 

    Ele passa a mão sobre o rosto angustiado e vira as costas, pega sua malas no chão da sala e saí. Escuto uma discussão entre Drake e Emily, longe não consigo escutar, caminho até a porta e a abro, mas Drake já está entrando no táxi, e atrás havia outro que provavelmente esperava Emily, ela diz a ele algumas coisas, e Drake pede ao motorista para ir. Emily volta para buscar a mala dela que deixou no degrau da mine escada que dava para a porta da casa, ela me encara e diz debochada:

- É uma pena não é? Ele ir embora, comigo. - ela provoca - Já viu como as pessoas que você ama sempre te levam a mim?!

   Emily abaixa para pegar a mala e eu dou uma joelha no rosto dela, no mesmo instante ela coloca a mão na boca e vejo que tem um corte no lábio inferior que está sangrando, dou um tapa na cara dela e Kate me segura:

- Isso foi pelo minha mãe! - Grito exasperada. - Sua vadia! Vadia! - Kate me segura e agora Andrew a ajuda.

    Emily me finta incrédula e apavorada, corre até o táxi. Kate me força a entrar, mas eu estava fora de mim, descontrolada, eu me sento no sofá trêmula e Andrew me traz um copo da água. Assim que me acalmo, e começo a pensar, lembrar e me vem uma vontade enorme de chorar, mas eu não podia chorar ali, por isso, subo para meu quarto, tranco a porta e me sento no chão deixando que as lagrimas rolem enquanto Kate bate na porta e diz:

- Valerie abre a porta, por favor, abre a porta...

     Eu a ignoro, e ligo para minha mãe e digo ainda chorando:

- Mãe, eu estou voltando hoje mesmo. Me desculpa... - choro soluçando - Eu devia ter te dado ouvidos...  

Realmente queroOnde histórias criam vida. Descubra agora