Quando surge a magia.

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Severo Snape sempre foi um garoto bizarro. Vestia-se de negro dos pés à cabeça. Tinha uma aparência maltratada e era magrelo demais para sua idade. As outras crianças do bairro evitavam chegar perto dele. E quando Severo não estava olhando, elas falavam mal dele, diziam que ele tinha um cheiro estranho e que era feio e também que parecia alguma criatura pequena que havia sido abandonada. Eles achavam que Severo não estava ouvindo aquelas coisas horríveis. Mas ele sempre estava ouvindo escondido, e aquilo o machucava muito, embora ninguém nunca tivesse se importado o suficiente para defendê-lo.

Era final de tarde e Severo estava escondido atrás de um arbusto observando uma garota de cabelos compridos de cor acaju, balançar mais alto que sua irmã no balanço do parquinho, e então saltar, dar uma pirueta e pousar calmamente sobre a grama, gargalhando.

— Lilian! Você sabe que não pode fazer isso! — Gritou a outra menina, parando de se balançar. — A mamãe disse que não podia!

— Mas eu estou ótima! — Disse Lilian sorrindo. — Túnia, está tudo bem! — Ela saiu correndo e disse para a irmã. — Veja o que sei fazer!

A garota chamada Lilian apanhou uma flor murcha no chão, pousou-a na palma de sua mão e logo a flor começou a abrir e fechar as pétalas.

— Lilian! Você não deveria fazer isso. — Petúnia falou desaprovando a atitude da irmã. — Isso é...

Petúnia estava tentando encontrar a palavra certa, porém, Severo saiu detrás do arbusto e aproximou-se das meninas.

— Você é uma bruxa. — Ele falou, fazendo-se notar.

— Uma o que? — Lilian olhou confusa para o garoto estranho que havia surgido do nada.

— Uma bruxa. — Severo falou novamente, então olhou para Petúnia. — E você é uma trouxa.

— Que insolente! — Petúnia falou sentindo-se ofendida. — Vamos embora daqui, Lilian!

Lilian ainda estava com uma expressão confusa, porém acompanhou a irmã. Enquanto Severo apenas ficou ali parado, vendo-as partir, claramente desapontado.

Alguns dias se passaram até que Lilian e Petúnia voltassem ao parque. Severo passou a ir lá todos os dias, até que encontrasse com Lilian novamente.

— Veio nos ofender novamente? — Petúnia perguntou em tom rude.

— Túnia! — Lilian repreendeu a irmã. — Desculpe por isso. Sou Lilian Evans, e essa é minha irmã Petúnia. — Lilian apresentou-se sorrindo.

— Sou Severo Snape.

— Você também é um bruxo? — Lilian perguntou, curiosa.

— Sim. Você já recebeu a sua carta?

— Carta? Do que você está falando? — Lilian estava ainda mais confusa, nunca havia ouvido falar daquelas coisas.

— Lilian, não acho que deveríamos falar com esse tipo de gente.

Severo olhou para Petúnia, que tinha uma expressão de nojo.

— Não, Túnia! O Severo parece ser um garoto legal. — Lilian sorriu ternamente. — E eu também quero saber mais sobre essa coisa de bruxos.

— Eu posso te explicar depois, já que sua irmã não quer ficar aqui. — Severo estava claramente envergonhado.

— Tudo bem então.

— Vamos embora Lilian. — Petúnia puxou a irmã pelo braço. — A mamãe vai ficar sabendo disso.

Severo observou Lilian partir mais uma vez, porém, dessa vez, Lilian olhou para trás e sorriu para Severo, que deu um meio sorriso de volta.

Dias de um Passado EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora